“Aperte o cinto de segurança, vamos passar por uma zona de turbulência!” A frase bem conhecida das viagens de avião aplica-se perfeitamente ao que vai acontecer à indústria e comércio automóvel no ano de 2020.
A pressão política para a eletrificação já alastrou ao grande público e o movimento está em marcha, pelo menos do lado dos construtores. Vão ser 12 meses muito agitados, dominados pela redução da média de emissões de CO2 para os famigerados 95 g/km.Quem vai conseguir cumprir? Quem vai ter que pagar as multas? Que medidas vão ser tomadas para evitar as sanções?…
Reunindo toda a informação disponível, aqui fica a previsão dos 20 maiores acontecimentos que vão marcar o ano de 2020, o ano de todos os perigos para o setor automóvel.
Nota importante: se alguma(s) das previsões falhar, não me responsabilizo pelas consequências. Afinal, o Zandinga (aos mais novos sugiro que o vão “googlar”) nunca conseguiu acertar com a queda da ponte 25 de Abril e ele era um profissional do ramo…
As 20 previsões para 2020
20 – Subida das vendas dos carros elétricos. Organismos públicos e algumas empresas vão ser “incentivados” a substituir as suas frotas por veículos elétricos, fazendo subir as vendas.
19 – Oferta de veículos híbridos e híbridos “plug-in” vai disparar e contribuir fortemente para descer o volume de emissões de CO2. São as empresas que os vão comprar.
18 – A maioria dos veículos vai começar a ter um sistema “mild-hybrid”, na maioria será um “start/stop” melhorado.
17 – As vendas dos SUV vão continuar a crescer, apesar de serem veículos mais poluentes que as berlinas que lhes dão origem.
16 – Desaparecimento quase total de oferta de modelos descapotáveis. O mercado, neste momento, não os compra. A imagem social é negativa.
15 – Versões desportivas de vários modelos vão ser canceladas. A sua contribuição para as emissões não é compensada pelas vendas cada vez mais baixas.
14 – Vai continuar a “guerra” aos motores Diesel, que só vão sobreviver quando agregados a sistemas “mild-hybrid”e rebatizados de maneira a disfarçar que consomem gasóleo.
13 – Desaparecimento dos pequenos citadinos a gasolina. Os carros que são os menos poluentes do mercado vão deixar de ser feitos por não serem rentáveis.
12 – Jovens vão deixar, cada vez mais, de comprar um carro. Os custos e a maçada não compensam a ideia de liberdade do passado. TVDE chega.
11 – Aumento da oferta de transportes públicos coletivos elétricos irá diminuir um pouco a contribuição deste setor para as emissões nas cidades.
10 – Energia elétrica vai finalmente passar a ser paga em todos os carregadores públicos para carros elétricos. Espera-se que seja acompanhada por uma renovação e ampliação da oferta.
9 – A partir do meio do ano, algumas marcas, que não consigam cumprir a norma dos 95 g/km de CO2, vão deixar de fabricar os modelos mais poluentes.
8 – Como consequência da previsão anterior, vão fechar fábricas de automóveis, principalmente na Europa. Mais desemprego no setor.
7 – Aumento de preço dos automóveis, para os construtores fazerem face às multas por imcumprimento da diretiva dos 95 g/km de CO2
6 – Ainda não será em 2020 que vão surgir as tão esperadas baterias “sólidas”. Mas alguns construtores vão mostrar protótipos com evoluções significativas.
5 – Fuel Cell vai continuar a ser uma tecnologia falada ciclicamente. Mas os investimentos necessários à sua implementação vão travar o seu avanço.
4 – Ainda não vai ser em 2020 que vai aparecer um maior controlo de emissões de motores Diesel antigos a circular em carros mais velhos.
3 – Superdesportivos com preços de vários milhões de euros vão continuar a aparecer. Alguns deles híbridos, outros completamente elétricos.
2 – Políticos europeus vão começar a olhar para a falta de resultados das suas políticas contra as emissões poluentes. Mas não vão alterar nada.
1 – A média de emissões poluentes de carros novos vendidos em 2020 vai aumentar.
Conclusão
Espero que esteja enganado em algumas destas previsões. A minha “bola de cristal” por vezes tem problemas de conetividade e anda a gastar a bateria muito depressa.
Desejos de um bom ano de 2020.
Francisco Mota
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