Mitsubishi ASX 1.3 Di-T MHEV 7DCT (fotos de João Apolinário)

Faróis com formato em "C"

Jantes de 18 polegadas com pneus 215/55

Grelha é a zona com mais modificações

O comprimento é de 4,23 metros

ASX agora aplicado ao Captur numa sinergia levada ao limite

Marca japonesa por extenso na tampa da mala

As linhas do Captur/ASX têm resistido bem ao passar do tempo

Qualidade dos materiais está na média do segmento

Fácil leitura do painel de instrumentos

Patilhas da caixa são pequenas

Caixa automática 7DCT com sistema MHEV

Aspeto do ecrã tátil central

Botão dos modos de condução e da climatização

Botões à esquerda do volante mal colocados

Posição de condução alta, para o segmento

Banco de trás chegado atrás...

... e chegado à frente

Capacidade da mala varia entre 422 e 536 litros

Motor 1.3 turbo de quatro cilindros e 160 cv

Conforto perde um pouco no mau piso

Condução tranquila e muito bem controlada pela suspensão

Aceleração 0-100 km/h em 8,5 segundos

Dinâmica precisa e eficiente

Toda a gente sabe que o novo ASX é um Captur com o losango substituido pelos três diamantes. Equipado com o motor 1.3 turbo a gasolina e caixa de dupla embraiagem forma uma versão que dá gosto guiar. Saiba tudo em mais um Teste TARGA 67, conduzido por Francisco Mota e fotografado por João Apolinário.

 

Para a Mitsubishi, o cenário era muito simples: ou usava as sinergias da Aliança Renault/Nissan/Mitsubishi para continuar a operar na Europa ou retirava-se simplesmente desta região.

Aliás, a decisão de sair da Europa, por falta de produtos adaptados a estes mercados, estava tomada quando a Renault fez a sugestão de fabricar mais algumas dezenas de milhar de Captur e Clio com a marca Mitsubishi.

ASX agora aplicado ao Captur numa sinergia levada ao limite

A sinergia vai ao limite, pois tanto o ASX como o Colt são os modelos da Renault, fabricados pela Renault quase sem modificações, a não ser os emblemas.

Vamos ao teste!

Tratado este assunto, posso continuar com o Teste TARGA 67 ao Mitsubishi ASX 1.3 Di-T MHEV 7DCT, uma das versões mais interessantes de guiar do modelo e que a Renault não disponibiliza em Portugal.

Do estilo não há muito a dizer, a não ser que as linhas de base da segunda geração do Captur continuam atuais e harmoniosas, para um B-SUV.

Grelha é a zona com mais modificações

Os três diamantes colocados na grelha resultam bem enquadrados, no espaço deixado livre pelo losango e os detalhes cromados da grelha fazem os possíveis por dar um visual diferente ao ASX.

A palavra Captur na tampa da mala dá lugar à palavra Mitsubishi e o losango sai, deixando lá a câmara de marcha-atrás, numa solução pouco cuidada.

Igual, por dentro

Por dentro, as diferenças também se ficam pelo símbolo no volante, tudo o resto é conhecido. Há alguns materiais macios no topo do tablier e das portas da frente, alinhando por um nível de qualidade médio no segmento.

Qualidade dos materiais está na média do segmento

O volante está bem posicionado e tem uma secção que lhe dá uma boa pega, se bem que pareça ter um diâmetro ligeiramente exagerado.

O painel de instrumentos é digital e tem fácil leitura, enquanto que o ecrã central tátil montado na unidade ensaiada é o mais pequeno disponível na gama.

Boa ergonomia

Os comandos da climatização são grandes, estão a meio da consola e são fáceis de usar, sem desviar muito os olhos da estrada. A alavanca da caixa automática de dupla embraiagem é grande, mas fácil de usar. Também há duas patilhas no volante para o uso manual da caixa, mas são muito pequenas.

Caixa automática 7DCT com sistema MHEV

A posição de condução é relativamente alta, para o segmento, o que deverá agradar a quem gosta de estar sentado alto. Os bancos são confortáveis e têm apoio lateral suficiente.

Muito espaço

Na segunda fila, o espaço em largura é mediano, mas em comprimento e altura está acima da média dos concorrentes, sobretudo porque o banco desliza, podendo maximizar o espaço para pernas ou aumentar um pouco o volume da mala.

Banco de trás chegado atrás…

A capacidade da mala varia assim entre os 422 e os 536 litros, tendo um alçapão sob o qual há mais espaço.

Motor suave

O motor arranca pressionando o botão “engine start” e com pouca vibração, graças aos seus quatro cilindros. O baixo ruído e boa insonorização é um dos seus trunfos, bem como a boa disponibilidade a baixos regimes, mesmo em modo de condução Eco, sendo bem ajudado pelo modo automático da caixa, que faz passagens suaves.

Capacidade da mala varia entre 422 e 536 litros

A direção é leve, mas transmite pouca informação das rodas da frente e da estrada, enquanto que os travões são fáceis de dosear.

Este conjunto motor/caixa está equipado com sistema “mild hybrid” de 12V com uma bateria de 0,13 kWh. Serve para um stop/start um pouco alargado.

Consumo medianos

A suspensão e os pneus de medida 215/55 R18 dão um pisar firme, que se nota mais em pisos imperfeitos, mas que não chega a ser realmente desconfortável.

Fácil leitura do painel de instrumentos

No meu teste de consumos em cidade, sempre com A/C desligado e em modo Eco, o computador de bordo marcou 7,1 l/100 Km, um valor que mostra a pouca ou nenhuma influência deste “mild hybrid”.

Mantendo o modo Eco e o A/C desligado, o consumo em autoestrada a 120 km/h estabilizados foi de 6,7 l/100 km, mostrando que a aerodinâmica não o castiga demasiado, nem sequer emite ruídos para lá do aceitável.

Potência de 160 cv

Neste tipo de condução, o ASX mostra poucas das oscilações típicas de alguns B-SUV, permanecendo bem controlado, mesmo sobre piso menos estável ou em mudanças de faixa mais urgentes.

Conforto perde um pouco no mau piso

Passando ao modo Sport, ganha-se em resposta do acelerador, a direção fica um pouco menos leve e a caixa muda para um programa em que faz as passagens a rotações mais altas. Não é grande a diferença, mas nota-se.

O motor, com a caixa 7DCT, debita 160 cv e 270 Nm, anunciando a aceleração 0-100 km/h em 8,5 segundos, pois o peso é de 1373 kg. Na versão com caixa manual, o mesmo motor fica-se pelos 140 cv.

Dinâmica bem controlada

A dinâmica em estradas secundárias, com algumas curvas, é bastante neutra até velocidades relativamente altas, transmitindo uma boa sensação de controlo. A direção é precisa o suficiente e a suspensão dianteira resiste bem à subviragem, quando se aumenta a velocidade de entrada em curva.

Aceleração 0-100 km/h em 8,5 segundos

Querendo “brincar” um pouco e aproveitando os 160 cv do motor é possível provocar a traseira com uma travagem tardia na entrada em curva, fazendo-a rodar ligeiramente.

Condução tranquila e muito bem controlada pela suspensão

A manobra só não sai mais ampla, porque a suspensão (de barra de torção atrás) está afinada com a estabilidade como prioridade, como é natural para um B-SUV como este. Mais chassis que motor é a conclusão, provando a boa rigidez da plataforma CMF-B nesta aplicação.

Conclusão

Como seria de esperar, conhecendo o Captur, o ASX mostrou-se competente nas áreas mais importantes para um produto destinado ao segmento com maior crescimento na Europa. É verdade que é um Renault com emblemas da Mitsubishi, mas isso em nada diminui os seus atributos.

Francisco Mota

(fotos de João Apolinário)

 

Mitsubishi ASX 1.3 Di-T MHEV 7DCT

Potência: 160 cv

Preço: 29 990 euros

Veredicto: 3,5 (0 a 5)

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