Audi A3 Sportback 45 TFSIe (fotos de João Apolinário)

Faróis de LED dão personalidade ao modelo

Sigla quer dizer que tem motor 1.4 turbo com sistema PHEV e 245 cv

Plataforma partilhada com o Golf e outros modelos do grupo VW

Jantes de 18" não prejudicam o conforto

Grelha com textura a lembrar modelos desportivos

Motor 1.4 turbo e motor/gerador elétrico dão 245 cv combinados

Quarta geração do A3 foi lançada em 2020

Boa organização dos elementos mais importantes

Demasiada informação transmitida por texto

Patilhas da caixa s-tronic são demasiado pequenas

Ecrá tátil é fácil de usar e de consultar

Módulo da climatização não está dentro do infotainment

Botões físicos para algumas funções

Acabamento em preto piano na consola

Gatilho da transmissão automática é demasiado pequeno

Muito boa qualidade de materiais no interior

Bancos desportivos são opcionais e muito bons

Espaço atrás bom para dois passageiros

Mala tem 280 litros, menos que as versões não híbridas

Dinâmica precisa e muito bem controlada

Condução muito precisa dá imensa confiança

Aceleração 0-100 km/h anunciada é de 6,8 segundos

Excelente controlo de movimentos em curva

A quarta geração do Audi A3 foi lançada em 2020 e prepara-se para receber o habitual restyling de meio de ciclo. Antes disso, a versão híbrida “plug-in” 45 TFSIe passa pelo Teste TARGA 67, conduzido por Francisco Mota e fotografado por João Apolinário.

 

Desde 1996 que o A3 partilha plataforma, motores e outros componentes que não estão à vista com o VW Golf. É uma associação que sempre resultou muito bem, com a Audi a conseguir diferenciar o seu familiar compacto o suficiente para lhe construir uma identidade própria.

Nesta quarta geração, nada disso mudou, o A3 continua muito diferente, esteticamente, do Golf e claramente ligado ao estilo dos seus três antecessores. Passados quatro anos, está tão elegante como no primeiro dia, mas um ligeiro restyling vem a caminho.

Plataforma partilhada com o Golf e outros modelos do grupo VW

A versão deste ensaio é a Sportback, ou seja, um cinco portas com silhueta mais desportiva que a do Golf, mas sem perder muito em termos de facilidade de acesso, sobretudo aos lugares de trás, porque o tejadilho não é muito inclinado na zona posterior.

Muita qualidade

A mala também tem acesso muito fácil mas a capacidade desce dos 380 litros, das versões não híbridas, para os 280 litros deste 45 TFSIe, um híbrido “plug-in” com uma bateria que ocupa espaço sob o piso da mala. Nem há sítio para guardar os cabos da bateria, que ficam dentro de duas bolsas, de boa qualidade, mas soltas na mala.

Sigla quer dizer que tem motor 1.4 turbo com sistema PHEV e 245 cv

O habitáculo começa por agradar pela boa sensação de qualidade, não só porque há materiais macios nas zonas mais altas, mas porque os plásticos duros têm excelente acabamento superficial e há aplicações de efeito metálico e outras de efeito preto piano, que resultam muito bem.

Espaço suficiente

O espaço nos lugares de trás é razoável para um familiar compacto com 2,64 metros de distância entre-eixos. Não falta espaço em comprimento para as pernas, nem em altura. Mas o banco está otimizado para dois passageiros, pois o lugar do meio é mais alto, estreito, duro e tem um túnel central volumoso no piso.

Quarta geração do A3 foi lançada em 2020

Na frente, os bancos desportivos opcionais são confortáveis e têm bom suporte lateral, proporcionando uma excelente posição de condução, que se pode regular até um nível muito baixo. O volante está muito bem posicionado, tem ajustes amplos e uma pega anatómica.

Críticas à ergonomia

Críticas para o “gatilho” da transmissão, muito pequeno e colocado a meio da consola. Ou seja, acaba por ocupar o mesmo espaço de uma alavanca normal, mas com pior ergonomia.

Mais críticas de detalhe para o botão semi-tátil que serve para aumentar o volume do som, colocado algures na consola. Mas elogios para o friso de botões físicos para controlar funções como os modos de condução, bem como para o módulo da climatização, separado do infotainment.

Boa organização dos elementos mais importantes

O ecrã tátil háptico é muito fácil de usar, com ícones grandes e de identificação imediata, sem que precise de ficar empoleirado no topo do tablier. O painel de instrumentos digital tem várias vistas, mas grande parte da informação é fornecida por escrito, não por gráficos, o que obriga a desviar mais os olhos da estrada.

Híbrido “plug-in”

O sistema híbrido utiliza um motor 1.4 TSI, com injeção direta de gasolina, turbo e intercooler, que debita 150 cv e tem 250 Nm. O motor/gerador elétrico acoplado debita 116 cv e 330 Nm. Combinados, resultam numa potência máxima de 245 cv e 400 Nm, entregues às rodas da frente.

A bateria tem a capacidade de 12,8 kWh (10,8 kWh úteis) e pode ser carregada a 3,7 kW AC, demorando 3h42 para fazer uma carga completa. A Audi anuncia uma autonomia máxima em modo elétrico de 63 km.

Motor 1.4 turbo e motor/gerador elétrico dão 245 cv combinados

O peso total desta versão é de 1660 kg, enquanto que um 1.5 TSI DSG de 150 cv pesa 1395 kg, ou seja, uma diferença de 265 kg. A velocidade máxima anunciada é de 232 km/h e a aceleração 0-100 km/h de 6,8 segundos.

Modos de condução e propulsão

Há cinco modos de condução: Efficient/Comfort/Auto/Dynamic/Individual, que ajustam o mapeamento do acelerador, assistência da direção, caixa de dupla embraiagem de seis relações e controlo de estabilidade. A suspensão MacPherson, na frente e multibraço, atrás, tem amortecedores normais.

Botões físicos para algumas funções

Para o sistema híbrido há os habituais modos de propulsão: Elétrico/Híbrido/Hold/Charge. O modo “Hold” mantém a carga atual da baterial, para usar mais tarde. O modo “Charge” usa o motor a gasolina para mover o gerador e carregar a bateria em andamento.

Em cidade

Comecei o meu Teste TARGA 67 em cidade com a bateria totalmente carregada e no modo 100% elétrico. A resposta do motor elétrico a velocidades urbanas é mais do que suficiente para fazer avançar o A3 com mais agilidade do que a maioria dos outros utentes da via. A velocidade máxima neste modo é de 140 km/h.

Tudo com muita suavidade e silêncio, pois o acelerador está muito bem calibrado. O pedal de travão exige demasiada força e não é muito progressivo, mas a direção está muito bem assistida, em esforço e em precisão.

O nível de regeneração na desaceleração só se pode ajustar em dois níveis, mas depois de encontrar essa possibilidade algures nos menus do infotainment. É difícil e a diferença não é muito grande. Também tem um modo automático que regula a intensidade de acordo com o perfil da via e o trânsito, que se mostrou bem calibrado.

Dinâmica precisa e muito bem controlada

A suspensão controla muito bem os movimentos da carroçaria e transmite com rigor o estado do piso, mas não é nada desconfortável, mesmo com pneus de medida 225/40 R18.

Autonomia e consumos reais

O meu teste de consumos em cidade começou pelo modo 100% elétrico e uma carga da bateria chegou para fazer 43,7 km sem acordar o motor a gasolina, abaixo do anunciado pela marca. Depois passei para o modo híbrido, com a bateria a marcar 0% de carga.

Demasiada informação transmitida por texto

O consumo em cidade, sempre com A/C desligado, em modo Efficient e com a regeneração no modo automático, foi de 7,2 l/100 km. Em autoestrada, a 120 km/h estabilizados, também com a bateria a 0%, no modo Efficient mas com a regeneração desligada, o consumo desceu aos 6,1 l/100 km.

Dinâmica muito controlada

A suspensão voltou a mostrar um excelente equilíbrio entre conforto e controlo dos movimentos parasita, muito pouco ruído do motor e também de origem aerodinâmica ou de rolamento. Vê-se que foi testado a alta velocidade nas autoestradas alemãs.

Aceleração 0-100 km/h anunciada é de 6,8 segundos

Em estradas secundárias, este 45 TFSIe é capaz de acelerações muito boas notando-se bem a participação da parte elétrica e sem que se note decréscimo de potência disponível quando se prolonga a condução rápida em modo Dynamic. A direção tem um tato preciso e suficientemente rápido e o pedal de travão dá-se melhor neste tipo de condução.

Precisão dá confiança

Entrando em curva mais depressa, a frente resiste muito bem à subviragem, mantendo uma atitude neutra. A suspensão traseira não é muito dada a reagir a provocações, como travagens em apoio, mantendo uma atitude sobretudo eficiente. A não ser que se exagere muito com a provocação ou que o piso esteja escorregadio.

Condução muito precisa dá imensa confiança

Acelerando forte à saída de curvas lentas, é possível que a roda interior dianteira motriz receba binário combinado em excesso e faça entrar o controlo de tração, mas nada de preocupante. A caixa s-tronic de dupla embraiagem é rápida e obediente quando comandada com as (demasiado pequenas) patilhas do volante, mas é melhor a subir, que a descer.

Conclusão

A condução do A3 continua a apostar numa atitude neutra e segura, em que a precisão da direção e da própria suspensão são os habituais valores que o identificam. Tanto em cidade, como numa boa estrada secundária. Esta versão híbrida “plug-in” mostrou como a parte elétrica está mais virada para incrementar a performance do que para proporcionar grande autonomia em modo elétrico. Em resumo, um familiar compacto premium muito competente, com um estilo que se mantém elegante e atual.

Francisco Mota

(fotos de João Apolinário)

Audi A3 Sportback 45 TFSIe

Potência: 245 cv

Preço: 44 011 euros

Veredicto: 3,5 estrelas

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