Hyundai Bayon 1.0 T-GDI 100 cv (fotos de Louie Thain)

Luzes de dia em LED, no topo

Bayon usa plataforma do i20

Desenho original da vista de trás

Teto em segunda cor está disponível

Jantes de 17" não prejudicam conforto

Boa posição de condução, pouco mais alta que no i20

Painel de instrumentos digital

Ecrã tátil central é comum ao do i20

Caixa manual de seis relações

Bancos confortáveis e com bom apoio

Muito espaço atrás, em comprimento e altura

A mala tem 411 litros de capacidade, uma das maiores do segmento

Direção dá pouca informação do piso

Dinâmica competente como se esperava

A Hyundai continua a sua “enxurrada” de novidades em 2021, lançando o Bayon, o seu segundo modelo para o segmento B-SUV, onde já tem o Kauai. Já o guiei em Portugal.

 

Nunca a Hyundai teve um ano como está a ser o de 2021. No plano, estavam 14 novos modelos para estes dozes meses, e a marca Coreana já vai no oitavo, com o lançamento do Bayon.

O segmento dos B-SUV está a assumir uma importância tão grande na Europa que o grupo Hyundai não tem problemas em lançar um segundo modelo, para fazer companhia ao Kauai.

Quais as razões para isso? A explicação é fácil. Enquanto o Kauai assume uma postura mais ousada, sobretudo no estilo mas também na escolha de motorizações, com a próxima chegada das versões N e N-Line; o Bayon é a opção mais conservadora.

A mesma base do i20

Tecnicamente, há mais a separá-los, pois o Bayon partilha a plataforma com o novo i20, uma base de trabalho muito diferente da usada pelo Kauai, que tem raízes no Elantra, não comercializado em Portugal. O Bayon é por isso um pouco mais pequeno.

Contudo, a única motorização disponível no Bayon é usada também pelo Kauai, o 1.0 T-GDI, se bem que no Kauai tem 120 cv e no Bayon fica-se pelos 100 cv, por uma questão de posicionamento comercial. Aliás os preços mostram isso mesmo.

Considerando esse mesmo motor, um i20 custa 18 300€, o Bayon custa 20 200€ e o Kauai custa 22 400€. Uma geometria perfeita que apenas a campanha de lançamento altera durante o primeiro mês: o Bayon comprado com financiamento, tem um preço promocional de 18 700 euros.

Estilo original

Apesar de mais conservador, o Bayon tem um estilo bem original, com os LED das esguias luzes diurnas a marcarem protagonismo na frente. No perfil nota-se a maior altura ao solo, em relação ao i20, que chega aos 183 mm.

Na vista de trás, o desenho das luzes em forma de seta, unidas por um friso luminoso vermelho são talvez a parte mais original do modelo. O óculo traseiro termina nesse friso, por baixo há um plástico preto brilhante que lhe dá uma continuidade visual.

O interior do i20

Se, por fora, pouco ou nada há em comum com o i20, por dentro as semelhanças são maiores. O habitáculo está revestido de plásticos duros, mas com texturas elaboradas, bom acabamento e montagem ciudada.

Só há um nível de equipamento que se chama Premium e inclui o A/C automático e manutenção de faixa entre outras ajudas eletrónicas à condução.

O painel de instrumentos digital de 10,5 polegadas tem boa leitura, o ecrã tátil central é simples de aspeto, mas tem as funções mais relevantes, com os comandos de climatização separados, ao meio da consola.

Há bastante espaço nos lugares da frente e na segunda fila, sobretudo em comprimento e altura. A mala tem 411 litros, mais do que os 374 litros do Kauai.

Primeiro (breve) teste

Neste primeiro teste que fiz na zona de Cascais e Sintra, a primeira nota vem da boa posição de condução, com bancos dianteiros confortáveis e com bom apoio lateral.

O volante tem regulações suficientes e “cai” bem nas mãos, tal como a alavanca da caixa manual de seis, em opção, há uma caixa de dupla embraiagem e sete relações.

O motor 1.0 T-GDI a gasolina, com injeção direta, turbocompressor e três cilindros emite muito pouco ruído e ainda menos vibrações, colocando o Bayon em marcha com muita suavidade.

Sobre asfalto degradado, ou empedrado, o conjunto suspensão/pneus 205/55 R17 mostrou um bom nível de conforto, sem reações bruscas, mesmo em bandas sonoras mais agressivas.

Condução competente

A resposta do motor é muito progressiva, pois o binário máximo de 172 Nm está disponível logo às 1500 rpm, dando prioridade à facilidade de utilização.

Não vale muito a pena “puxar” pelos regimes mais altos. A aceleração 0-100 km/h é de 10,7 segundos. A caixa manual não é rápida e, em algumas passagens de segunda para terceira, mostrou imprecisão.

A direção tem pouco tato, transmite pouca informação das rodas motrizes dianteiras, passando ao modo de condução Sport, ganha um pouco mais de consistência.

Dinâmica neutra

Uma passagem por um troço de autoestrada serviu para constatar que os ruídos aerodinâmicos e de rolamento estão bem controlados. Saindo para uma estrada nacional com curvas exigentes, a suspensão mais alta que a do i20 fez-se sentir num maior rolamento lateral da carroçaria em curva. Mas nada de escandaloso.

Como esperado, o acerto dinâmico da suspensão começa por ser neutro e depois passa a levemente subvirador, uma tendência que é controlada de imediato pelo ESC, que entra em ação com frequência, quando se acelera o ritmo.

Para já, ainda não houve tempo de aferir consumos, a Hyundai também ainda não os anunciou, apesar de as vendas começarem em Junho.

Conclusão

O Bayon é um produto tipicamente Hyundai, muito pragmático, orientado para um comprador específico que valoriza a racionalidade, mas não deixa de querer um estilo inovador. Em Portugal, metade das vendas da Hyundai são modelos SUV, o que abre portas a este Bayon. Ao contrário do seu antecessor, que era apenas uma versão com visual “off-road” do i20, o novo modelo assume uma identidade própria e bem distinta do novo i20 e isso só pode ser bom.

Francisco Mota

(fotos de Louie Thain)

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