Lançado em 2017, o Kauai é um produto interessante. Com base numa plataforma com alguns anos, a marca conseguiu ainda assim implantar mecânicas a gasolina, Diesel e 100% elétrica, num modelo posicionado como um B-SUV.
O restyling que agora recebe incide no redesenho da frente, que era a parte menos feliz do Kauai original, ficando com um visual mais apelativo, graças ao redesenho da grelha e de um capót mais comprido. O resto é o habitual para este tipo de operação: jantes de 18” com novos desenhos, para-choques e farolins retocados e novas cores.
Por dentro, há agora um painel de instrumentos digital de 10,25”, para fazer companhia ao ecrá central tátil, que recebeu mais funções de conetividade. A consola central é nova e o travão de mão passou a ser elétrico.
Também há novos pacotes de opcionais e mais ajudas eletrónicas à condução, como a travagem autónoma de emergência com reconhecimento de peões.
Um novo “Mild Hybrid”
A gama de motores disponíveis começa no 1.0 T-GDI de três cilindros, que mantém os mesmos 120 cv mas desceu os consumos em 0,4 litros/100 km e as emissões poluentes em 10 g CO2/100 km.
A versão 1.6 CRDI Diesel passou a ter um sistema “mild hybrid” com um motor/gerador de 48 Volt e 136 cv, que pode ser acoplado a uma caixa de dupla embraiagem de sete relações ou uma manual de seis com função de “bolina”.
No final do primeiro trimestre vai chegar a versão elétrica, que já representa 20% das vendas em Portugal e um nível de equipamento N-Line, mais desportivo.
A versão 1.6 CRDI Mild Hybrid vai custar a partir dos 28 825 euros, enquanto que o “best-seller” 1.0 T-GDI começa nos 21 500 euros.
Ao volante do 1.0 T-GDI
E foi precisamente o tricilindrico a gasolina que já tive a oportunidade de guiar durante um par de horas. A Hyundai espera que esta versão garanta 70% das vendas do modelo em Portugal, no seguimento do que tem acontecido até agora.
Ao vivo e a cores, o redesenho da frente resulta ainda melhor que em fotografia: é curioso como pequenas mudanças podem ter um efeito tão grande.
A altura ao solo não é enorme, por isso a posição de condução também não se nota muito mais alta que a de uma carrinha convencional. A posição de condução é correta e o novo painel de instrumentos digital não é difícil de ler. Podia ter uns gráficos mais modernos…
Pouco barulho…
O motor está bem insonorizado e tem boa resposta desde os regimes baixos, pois os 172 Nm de binário máximo estão a postos logo às 1500 rpm. A caixa manual de seis relações bem escalonadas, ajuda mas é pouco rápida.
Os pneus 235/45 R18 estão claramente sobredimensionados para os 120 cv, mas não transtornam o conforto que é mais do que aceitável. A Hyundai revela que modificou as molas, amortecedores e barras estabilizadoras neste sentido.
Muito neutro a curvar
Os pneus oferecem muito boa tração, como seria de esperar, com o Kauai a fazer a aceleração 0-100 km/h em 11,5 segundos, com facilidade.
Obviamente que a aderência lateral em curva também é muito alta, com o Kauai a curvar com uma atitude neutra e previsível, mesmo com piso húmido. A direção está bem calibrada, com a assistência no ponto certo.
A boa habitabilidade e a qualidade, na média do segmento, são conhecidas, bem como a capacidade de 374 litros da mala.
Não tive tempo para aferir os consumos de forma representativa de uma condução normal em cidade, terá que ficar para uma outra oportunidade. A Hyundai anuncia uma média de 5,8 l/100 km em ciclo combinado.
Conclusão
Rival do Renault Captur, o habitual líder do segmento B-SUV em Portugal, o Kauai mantém os argumentos conhecidos, acrescenta um visual retocado e reforça a relação equipamento/preço. Não será o modelo mais apaixonante do segmento, mas é um dos mais racionais e esse é um valor cada vez mais apreciado pelos compradores, como o provam as 228 mil unidades vendidas do modelo desde que foi lançado na Europa.
Francisco Mota
Hyundai Kauai 1.0 T-GDI 120 cv
Potência: 120 cv
Preço: 21 500 euros
Veredicto: 3 (0 a 5)
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