Primeiro Teste – Hyundai Kauai EV: Melhor em tudo menos numa coisa

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Com a nova geração do Kauai, a Hyundai reposicionou o modelo mais próximo do Tucson e mais afastado do Bayon. A versão elétrica beneficiou com isso, como seria de esperar. Mas será que perdeu alguma coisa com esta subida de divisão? Respostas neste Primeiro Teste TARGA 67, conduzido por Francisco Mota.

Costuma dizer-se que em equipa que ganha não se mexe, mas a Hyundai não concorda com este provérbio futebolístico português. Pelo menos a julgar pela completa transformação por que passou o Kauai e, neste caso em concreto o Kauai EV.

Nova plataforma K3, maiores dimensões, subida de qualidade do habitáculo, mais equipamento e evoluções técnicas fazem da nova geração Kauai EV um modelo completamente diferente e posicionado um pouco mais acima na hierarquia do segmento B-SUV.

Só para ficar com uma ideia do aumento de dimensões, o novo Kauai EV é 175 mm mais comprido (4355 mm), tem mais 60 mm de distância entre-eixos (2660 mm), mais 25 mm de largura e mais 20 mm de altura. Fica no topo do segmento B e mistura-se com alguns modelos do segmento C-SUV. Ainda assim conseguiu obter um bom Cx de 0,275.

Duas versões que são três

Indo direto ao assunto, o novo Kauai EV está disponível em duas versões, a Premium tem uma bateria de 48,4 kWh e motor de 156 cv, anunciando autonomia WLTP de 377 km. Custa 43 490 euros.

A versão Vanguard, tem uma bateria de 65,4 kWh, motor de 218 cv, anuncia 514 km de autonomia e custa 48 750 euros. Há ainda uma versão especial para empresas que custa 32 990 euros + IVA.

Estilo original

O estilo é apresentado como uma evolução do anterior mas com um porte claramente mais imponente. As soluções para os faróis, luzes de dia e luzes traseiras são incomuns e dão ao Kauai EV um visual original.

Por dentro, encontram-se soluções atuais, como a ligação entre o painel de instrumentos e o ecrã tátil central, ambos de 12,3″. A meio da consola permanece um módulo separado para a climatização e mais alguns botões físicos. Mas a alavanca da transmissão migrou da consola para a coluna de direção.

Está colocada sob a haste do lado direito, é de rodar e fica um pouco oculta pelo volante. Não é a solução mais prática. Mas liberta mais espaço para porta-objetos entre os bancos da frente.

Muito mais equipamento

O sistema elétrico está preparado com a função V2L que permite carregar outros veículos elétricos, há muito mais ajudas eletrónicos à condução e mais soluções de conetividade, desde uma nova aplicação para manter o condutor a par do estado do Kauai, atualizações “over the air” à distância e até “streaming” Amazon Music.

A posição de condução é relativamente alta, mas a relação entre banco, volante e pedais não merece grandes críticas. O volante tem duas patilhas, para regular a intensidade da regeneração na desaceleração em quatro níveis, o que é sempre útil.

Ao volante

Além disso, puxando durante alguns segundos a patilha da esquerda, ativa-se a função “i-pedal” que leva o Kauai até à imobilização no trânsito mais lento. Fazendo o mesmo na outra patilha, ativa-se o modo de regeneração automático, que faz variar a intensidade de acordo com a estrada e o trânsito.

Para este Primeiro Teste TARGA 67, de apenas duas horas, o percurso proposto pela Hyundai incluiu autoestrada e um pouco de estrada secundária. Entre os quatro modos de condução disponíveis (Eco/Normal/Sport/Snow) há diferenças sensíveis na resposta do acelerador. O modo Eco está vocacionado para cidade.

Bom desempenho

Nos modos Normal e especialmente Sport, ganha-se outra desenvoltura para condução fora dos limites urbanos. A aceleração 0-100 km/h anunciada é de 7,8 segundos e a velocidade máxima de 172 km/h, na versão de 218 cv deste Primeiro Teste.

Boa estabilidade a velocidades de autoestrada, boa insonorização, tanto aerodinâmica como de rolamento e pouco ruído proveniente do motor colocado à frente, que faz mover as rodas dianteiras.

Em estrada nacional, a primeira impressão de condução vem da suspensão que faz um trabalho razoável no que diz respeito ao conforto, em estreita colaboração com os pneus de medida 215/60 R17. A direção não tem muito tato, quando chegam as curvas, mas tem suficiente precisão.

O trajeto não era dos mais sinuosos, mas serviu para ver que o controlo de massas está em bom nível, apesar da maior altura deste novo Kauai. No entanto, terei de fazer um teste mais prolongado e noutro tipo de estradas para tirar mais conclusões da dinâmica, bem como dos consumos e autonomias reais.

Conclusão

O Kauai EV propõe uma solução familiar para quem gosta de SUV elétricos de tamanho médio. O espaço nos lugares de trás é razoável para dois adultos e a mala tem 466 litros de capacidade (mais 105 l). Claro que a subida de segmento do modelo, bem como o substancial enriquecimento de equipamento de todo o tipo, levou a uma considerável subida de preço. Na geração anterior, a versão com bateria de 39 kWh e 136 cv custava 36 500 euros e a versão com bateria de 64 kWh e 204 cv custava 41 050 euros.

Francisco Mota

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