Lexus LBX 2024

Distância entre-eixos subiu, face ao Yaris Cross

Estilo não é ousado mas elegante

A plataforma GA-B do Yaris Cross foi modificada

Suspensão dianteira nova e traseira modificada

O primeiro B-SUV da Lexus

Frente surge com um novo estilo

Vias alargadas, em relação ao Yaris Cross

Ecrã tátil está integrado na consola

Alavanca da caixa automática é comum a outros Lexus

Detalhes de qualidade no LBX

O espaço nos lugares da segunda fila não é muito

Mala tem 402 litros de capacidade

O LBX tem um pisar firme e controlado

Condução suave e silenciosa, tipicamente Lexus

Motorização "full hybrid" foi melhorada

Sistema híbrido é muito silencioso

A Lexus desceu ao segmento dos B-SUV com o LBX, feito com base na plataforma do Toyota Yaris Cross. Será que isso é suficiente para ser um verdadeiro Lexus? Respostas neste Primeiro Teste, conduzido por Francisco Mota.

 

Ver as marcas premium descer ao segmento dos B-SUV já não é uma surpresa, dada a popularidade desta franja do mercado. O crescimento das vendas destes pequenos Sports Utility Vehicles torna a operação inevitável.

A Lexus não perdeu tempo em grandes considerações e deitou mão aos componentes existentes dentro do grupo Toyota, para construir o LBX, o primeiro B-SUV da marca de prestígio do gigante japonês.

Distância entre-eixos subiu, face ao Yaris Cross

A plataforma é a GA-B do Toyota Yaris Cross e a única motorização disponível é a 1.5 “full hybrid “ também partilhada com a gama Yaris. Mas ninguém diria, observando o LBX.

Estilo a mudar

O estilo diferencia-o dos outros Lexus, adivinhando-se aqui o início de uma nova linguagem estética, em que as arestas são um pouco atenuadas.

A grelha, sem ter as formas angulosas dos outros modelos da marca, faz bem a ligação e serve para identificar o modelo. O estilo não é muito original, mas é elegante e fácil de gostar.

Frente surge com um novo estilo

No habitáculo, a marca fez um esforço para que as semelhanças com os seus outros modelos fossem mais óbvias.

Ambiente Lexus

A começar pela elevada perceção de qualidade conferida pelos materiais empregues no interior, com plásticos macios no topo do tablier e das portas da frente.

O painel de instrumentos digital tem demasiada informação e os gráficos são ao estilo da marca. Há detalhes que transitam de outros Lexus, como a alavanca da transmissão “by-wire”.

O ecrã tátil não está empoleirado no topo do tablier, mas sim integrado de forma elegante no centro da consola. E está ligeiramente virado para o condutor.

Vias alargadas, em relação ao Yaris Cross

Logo abaixo estão os botões físicos de comando da climatização, um pouco miniaturizados, mas fora do infotainment.

Fechos elétricos

Os fechos interiores das portas abrem-nas de modo elétrico, com um só toque. Mas também se podem puxar, caso a eletricidade falhe e tenha que ser a mecânica a resolver a situação.

A posição de condução é muito boa, os bancos da frente são confortáveis e têm apoio lateral suficiente, estando posicionados um pouco mais baixos que no Yaris Cross.

Ecrã tátil está integrado na consola

O volante tem uma pega anatómica que se molda às mãos. Mas tem os botões hápticos multifunções de outros Lexus. Cada função é escolhida olhando para o “head up display”, o que obriga a mover o foco da estrada.

Não é muito espaçoso

A plataforma GA-B foi mais modificada que o esperado, em relação ao Yaris Cross. A começar pelo aumento da distância entre-eixos em 20 mm.

Este aumento não beneficia o habitáculo, que tem as mesmas dimensões. Na verdade, até se perdeu 10 mm em comprimento nos lugares de trás, devido à posição dos bancos da frente, 15 mm mais baixa e ao seu maior volume.

O espaço nos lugares da segunda fila não é muito

O LBX não é muito espaçoso na segunda fila, nem em comprimento, nem em largura. A altura e o acesso são melhores.

Plataforma melhorada

A maior distância entre-eixos decorre da instalação de uma nova suspensão dianteira, que tem mais “caster” dando maior estabilidade em reta.

A rigidez da estrutura à torção foi aumentada, tendo o mesmo sido feito ao apoio da coluna de direção, para lhe dar maior precisão.

Para o mesmo objetivo, contribui o aumento de vias em 60 mm, com o vão traseiro 20 mm mais curto, ou seja, as rodas de trás ficam mais próximas da traseira. O que não afeta a mala, que tem 402 litros, cinco mais que o Yaris Cross.

A plataforma GA-B do Yaris Cross foi modificada

A suspensão de trás continua a ser de barra de torção, pelo menos nas versões de tração à frente como a que testei. Também há uma versão de tração total, com suspensão traseira independente. Mas foi melhorada.

A altura ao solo é semelhante, mas as rodas subiram de dimensões, como seria de esperar, montando pneus de medida 225/55 R18.

Tato de condução diferente

Como se vê, a Lexus não se limitou a pegar num Yaris Cross e montar-lhe uma carroçaria diferente. O trabalho foi muito detalhado.

E isso senti assim que começei a guiar. O tato da direção é preciso e livre de vibrações sobre mau piso. O pedal de travão é muito fácil de dosear.

Motorização “full hybrid” foi melhorada

O conjunto suspensão/pneus dá um pisar um pouco firme, sem ser propriamente desconfortável. Mas os movimentos de carroçaria são bem mais controlados que no Yaris Cross.

A insonorização está muito bem feita, usufruindo de vidros duplos nas portas da frente. O som do motor mal se ouve, numa condução normal.

Full hybrid melhorado

A motorização “full hybrid” também foi melhorada, com a introdução de um veio de equilíbrio para cancelar as vibrações do três cilindros. Também a potência do motor elétrico subiu, tal como a resposta da bateria de 1 kWh, que duplicou a rapidez.

A potência combinada sobe assim dos 116 cv, do Yaris Cross para os 136 cv, do LBX. Há um modo Eco que reduz a rapidez do acelerador, mas que pouca diferença faz.

Suspensão dianteira nova e traseira modificada

Também há patilhas no volante, que fazem reduções entre seis posições pré-determinadas da transmissão de variação contínua com trem epicicloidal.

O que fazem as patilhas

Com a alavanca da caixa em D, as reduções nestas patilhas geram um efeito de retenção, mas o sistema retorna ao funcionamento normal pouco depois.

Escolhendo a posição S na alavanca da caixa, as mudanças escolhidas são mantidas até o condutor decidir mudar, ou se acelerar a fundo.

Alavanca da caixa automática é comum a outros Lexus

É uma maneira de reduzir a banda sonora típica deste tipo de transmissão, que, de qualquer maneira, está muito reduzido face ao passado, mesmo na posição D da caixa automática.

A competência conhecida

Em meio urbano, são muito frequentes os períodos em que apenas o motor elétrico de 94 cv move o LBX. O motor 1.5 só entra em ação se for mesmo preciso.

Não tive oportunidade de avaliar os consumos de forma consistente, preferi usar o tempo disponível ao volante do LBX para ficar a conhecer outros aspetos, que tornaram o estilo de condução pouco representativo de uma utilização normal. A Lexus anuncia 4,7 l/100 km em ciclo misto.

Detalhes de qualidade no LBX

Em autoestrada, com o motor a gasolina a rolar a maior regime, claro que se nota mais o ruído dos três cilindros, mas nem é um som desagradável, pelo menos para os meus ouvidos.

Muito bem controlado

Em estrada secundária, a direção agrada pela boa precisão e suficiente rapidez. A frente resiste muito bem à subviragem e os esforços parecem muito bem distribuídos pelas quatro rodas.

A inclinação lateral não é muita e o LBX sente-se sempre muito bem controlado, sem movimentos inesperados. Uma atitude que nem parece a de um SUV.

Condução suave e silenciosa, tipicamente Lexus

Querendo mais alguma agilidade, até é possível contar com a suspensão traseira para ajudar a fazer rodar o LBX na entrada em curva. Mas só se devidamente provocada.

Em Março e Junho

Sem ser propriamente desportivo, até porque os 9,2 segundos na aceleração 0-100 km/h não lhe dão essa vocação, o LBX tem uma dinâmica bem diferente do Yaris Cross. Mais precisa, mais ágil.

Sistema híbrido é muito silencioso

O início das entregas a clientes deverá começar em Março, com preços a partir dos 34 950 euros, na versão base que chega em Junho. A versão Elegant custa 38 500 euros.

O LBX tem por missão levar a marca a superar a barreira das 100 000 unidades vendidas na Europa, por ano, esperando-se que contribua com 24 000 unidades já em 2024.

Conclusão

A Lexus fez um bom trabalho com o LBX. Partindo de componentes conhecidos, deu-lhes uma nova interpretação que modifica muito o resultado final. A resposta à pergunta inicial é sim: o LBX tem tudo o que precisa para ser um verdadeiro Lexus no movimentado segmento dos B-SUV.

Francisco Mota

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