Volvo XC40 P8 AWD Recharge

A grelha é substituída por uma placa fechada

XC40 P8 AWD Recharge tem 408 cv

A seguir ao P8 virá uma versão menos potente

Qualidade no topo do segmento

Posição de condução alta, típica do XC40

"E-pedal" pode desligar-se no ecrã tátil central

A condução com "e-pedal" exige adaptação

Muita informação sobre o sistema elétrico

Museu da Eletricidade em Lisboa

O primeiro Volvo 100% elétrico chegou a Portugal e já o guiei, por agora num “amuse-bouche” durante apenas alguns minutos. A parte boa é que você também pode fazer o teste que eu fiz.

 

Procure no Facebook, ou no site da Volvo e vai encontrar a inscrição para o mesmo teste que fiz ao novo Volvo XC40 P8 AWD Recharge, o primeiro carro 100% elétrico da marca sueca.

O teste é, na verdade, mais um passeio que outra coisa, um “amuse-bouche” para o primeiro teste completo, que irei fazer dentro de pouco tempo. Um primeiro contacto que serviu para ficar já com algumas impressões.

Por fora… é um XC40

Desde logo que, se não estiver com atenção, pode nem sequer reparar que o XC40 P8 Recharge elétrico é um XC40 diferente dos outros. As diferenças exteriores são mínimas.

Nas cores mais escuras, nem se nota que a grelha foi substituída por uma placa fechada e as jantes específicas, com pneus 235/45 R20 facilmente podem ser atribuídas ao catálogo de opcionais.

Nada disto foi por acaso, claro. Para a Volvo, o “novo normal” ou o “futuro normal” passa pelos elétricos, mas isso não quer dizer que esses modelos tenham que ter um aspeto estranho e perder a elegância que a marca tão bem soube construir nos últimos anos.

Por dentro muda o software

O mesmo se pode dizer do habitáculo, onde as mudanças estão no software do painel digital de instrumentos e no ecrã tátil central, pois passam a ter informação sobre o sistema elétrico e alguns botões virtuais dedicados a este sistema.

A posição de condução alta, típica do XC40, dá aquela sensação de domínio sobre o trânsito que torna a condução mais previsível e segura. Uma palavra que é quase sinónimo de Volvo.

Não há chave para rodar, nem botão para carregar e colocar o XC40 Recharge em funcionamento. Depois de entrar, o carro reconhece a presença do comando à distancia e, quando se puxa a alavanca da transmissão para a posição “D” fica tudo imediatamente “ready”.

Potência de 408 cv

Um toque no acelerador e o arranque tem aquela prontidão típica dos elétricos, como o prova a aceleração 0-100 km/h anunciada em 4,9 segundos. Tudo isto muito bem complementado por uma insonorização bem feita. A velocidade máxima está limitada aos 180 km/h, como em todos os Volvo.

Esta versão que guiei tem dois motores elétricos de 204 cv, um por cada eixo, portanto com tração às quatro rodas e totalizando uma potência máxima de 408 cv e 660 Nm.

Para já, ficou a ideia de que é potência mais do que suficiente, por isso vai estar disponível uma versão apenas com um motor dianteiro e tração à frente, com 204 cv, que deve ficar no ponto certo.

C40 também veio

O XC40 Recharge também terá no C40 uma alternativa, com uma nova carroçaria SUV-Coupé. Uma das primeiras unidades deste novo modelo está em Portugal, dentro de uma caixa de vidro no Museu da Eletricidade. É a primeira vez que sai da Suécia.

Voltando ao primeiro teste do XC40 P8 Recharge, algumas das bossas e bandas sonoras do percurso serviram para mostrar que o conforto está presente. Será preciso um teste noutras estradas para o confirmar.

“E-pedal” muito agressivo

O sistema tem a funcionalidade “e-pedal”, ou seja, a possibilidade de guiar apenas com o acelerador em muitas situações, graças à forte regeneração, mal se desacelera.

O sistema é muito agressivo, retendo o XC40 com muita intensidade, obrigando a alguma habituação. Pode desligar-se, para deixar o carro deslizar sob a sua inércia em desníveis favoráveis. Só que, para o fazer, é preciso ir à procura do botão virtual, numa das páginas do infotainment. Um botão no volante, seria mais prático.

A assistência da direção também se pode regular em dois níveis, aqui, o nível de maior assistência, ficando mais “leve”, pareceu o melhor calibrado.

A verdadeira autonomia?

Neste primeiro teste “amuse-bouche”, fiz metade do percurso em ritmo muito tranquilo, tentando gerir o melhor possível as zonas de travagem e de “e-pedal”.

Em 20,7 km, com semáforos e rotundas, percorridos a uma média de 42 km/h (próximo de uma condução citadina) o consumo indicado pelo computador de bordo foi de 15,0 kWh/100 km.

Considerando que a bateria tem 75 kWh de capacidade útil, a autonomia seria de 500 km, pouco abaixo dos 534 km anunciados para cidade. Um valor a confirmar mais tarde.

Quanto à palavra que dá nome ao modelo, o “recharge” de 0 a 80% demora 40 minutos, num carregador rápido de 150 kW. Numa “wallbox” de 11 kW, a carga completa leva 8h00.

Conclusão

O XC40 P8 AWD Recharge é um marco importante na história da Volvo. É o primeiro elétrico de grande produção e a marca espera vender cerca de 400 unidades por ano no nosso país. É um produto “premium” com a qualidade habitual dos produtos da Volvo, que têm subido de nível nos últimos anos. Custa 57 151 euros, o que não é pouco, mas espera-se que a versão de apenas um motor venha a ter um preço mais abordável.

Francisco Mota

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