Audi Q5 40 TDI quattro (fotos de João Apolinário)

Grelha integralmente negra

Mais "entradas" de ar no para-choques

Faróis de LED com nova assinatura

Embaladeiras com novo tratamento para o Q5 parecer mais alto

Jantes de novo desenho e 20 polegadas

Desenho à prova de idade está perfeitamente atual

Versão 40 TDI tem motor 2.0 TDI de 204 cv

Estrutura do tablier não foi mudada

Alta qualidade de materiais e montagem

Painel de instrumentos digital fácil de ler

Ecrã central tátil foi atualizado

Botões da climatização separados do ecrã tátil

Botões para escolher entre os sete modos de condução

Caixa automática S Tronic de sete relações

Bancos muito confortáveis e com bom apoio lateral

Muito espaço na segunda fila, o banco desliza

Mala tem capacidade de 550 litros

Suspensão traseira pode baixar-se para facilitar cargas/descargas

Pouca inclinação lateral em curva

Condução confortável e dinâmica competente

Suspensão pneumática muito confortável

Os Diesel caíram em desgraça, mais na comunicação que nas vendas. Mas temos agora alguns dos melhores no mercado. É aproveitar enquanto não são proibidos e garantir um carro para mais vinte anos. Como este Q5 2.0 TDI de 204 cv.

 

Não preciso de fazer o histórico da queda em desgraça dos motores Diesel, todos sabem o que aconteceu e como foi enegrecida a imagem deste motor, que emite menos CO2 para a atmosfera que os a gasolina.

O irónico da questão é que temos agora no mercado alguns dos melhores Diesel de sempre, dotados de todas as contra-medidas para lhes reduzir ainda mais as emissões poluentes. Continuando a gastar pouco e com uma utilização mais suave que nunca.

Versão 40 TDI tem motor 2.0 TDI de 204 cv

Tudo isso é verdade em relação a este Audi Q5 40 TDI quattro, mas primeiro vamos às novidades desta segunda geração do modelo, lançada em 2017.

Restyling mudou pouco

É do restyling que estou a falar, claro. Tão subtil que muitos nem vão dar pela diferença. Para-choques com mais entradas de ar (algumas falsas), grelha negra, nova assinatura luminosa e novos desenhos de jantes. E está feito!

Faróis de LED com nova assinatura

Um visual discreto e de muito bom gosto, com uma daquelas estéticas que parece preparada para se manter atual durante uma dezena de anos… ou mais.

Por dentro, a Audi usou a máxima do “se não está estragado, não arranjes.” Claro que o sistema de infotainment foi atualizado por um mais rápido, com ecrã maior e com resposta háptica dos botões virtuais. Contudo, perdeu o comando rotativo remoto (na consola) que ainda é a maneira mais segura de lidar com estes sistemas.

Interior continua atual

A consola mantém vários botões físicos, para funções secundárias e nem tão secundárias, como a mudança dos modos de condução. A climatização também continua a ter botões que se conseguem usar sem ter que olhar para eles e tirar a atenção da estrada.

Botões da climatização separados do ecrã tátil

De resto, o Q5 tem as qualidades de sempre, como a elevada qualidade de materiais e montagem, muito espaço nos cinco lugares (a fila de trás desliza em 12 cm e rebate 40/60) facilidade de acesso e mala de 550 litros.

Boa visibilidade, excelente tato do volante e banco muito bom

O condutor tem uma posição de condução alta que dificilmente poderá ser criticada, dada a correção da localização relativa do trio banco/volante/pedais; e a ampla regulação dos dois primeiros. Boa visibilidade, excelente tato do volante e banco muito bom: não é mole, mas é anatómico e tem bom apoio lateral.

Motor 2.0 TDI melhorado

O motor é a última evolução do 2.0 TDI, que foi muito melhorado ao nível dos atritos internos e recebeu um sistema “mild hybrid” que consiste numa segunda bateria de iões de lítio e um motor elétrico de 2 cv ligado à cambota, através de correia. Tudo a funcionar a 12 Volt.

Painel de instrumentos digital fácil de ler

Basta ligar o motor para perceber que a insonorização está muito bem feita. Não vou dizer que nem se ouve o som Diesel, mas posso dizer que não incomoda absolutamente nada.

Caixa de dupla embraiagem

A caixa é uma S tronic de dupla embraiagem e sete relações, quase sempre suave nas manobras, apenas com uma ou outra indecisão no trânsito. A disponibilidade do motor é o que se espera quando se tem 400 Nm a partir das 1750 rpm, ou seja, muito boa.

Caixa automática S Tronic de sete relações

O motor entrega o binário de forma progressiva, não tem nenhuma explosão de força, nem mesmo quando atinge o patamar máximo, que dura até às 3250 rpm.

Fazendo-o subir para além disso, também não impressiona pela pujança. Com 204 cv, não é essa a sua obrigação na gama.

Híbrido para limitar consumos

O quatro cilindros tem ajuda do parceiro elétrico no arranque, no início das recuperações e depois regenera nas desacelerações e travagens, para carregar a bateria. Faz o seu papel sem que se note muito, em termos de condução.

Botões para escolher entre os sete modos de condução

Mas, tendo em conta que este Q5 pesa 1880 kg, o consumo de 7,7 l/100 km que obtive no meu teste em cidade, terá certamente a sua contribuição.

Suspensão pneumática

A suspensão independente às quatro rodas, com molas pneumáticas e amortecedores variáveis é realmente muito confortável em modo Comfort. Passa por cima de pisos imperfeitos informando o condutor do estado do pavimento, mas sem o incomodar.

Há sete modos de condução, é muita coisa mas todos fazem sentido

A direção tem sempre o peso certo, seja qual for o modo de condução escolhido, entre os sete disponíveis: offroad/allroad/efficiency/comfort/auto/dynamic/individual. É muita coisa, mas todos fazem sentido.

Audi quattro…

O sistema de tração às quatro rodas é o quattro Ultra que só usa a tração atrás quando é mesmo preciso, poupando assim combustível. Por isso, o modo allroad faz sentido, por exemplo em dias de chuva ou neve, para manter a tração permanente às quatro rodas.

Suspensão pneumática muito confortável

Em autoestrada, a rolar perto dos 120 km/h, o meu teste de consumo deu uma média de 6,0 l/100 km. Sempre em modo efficiency, portanto aproveitando os momentos em que a caixa deixa o carro deslizar em roda livre, quando se desacelera, chegando a desligar o motor Diesel.

Pouco ruído de rolamento ou aerodinâmico, muito conforto e um depósito de 70 litros que, a este ritmo, chega para uma autonomia máxima de 1166 km. Um recado para os elétricos…

Curva como um Audi

Sendo um “Audi quattro”, com caixa S tronic, suspensão pneumática e tanto binário, era impossível devolver o Q5 antes de o fazer passar por uma estrada com curvas exigentes. E o resultado só não me surpreendeu porque conheço bem a atitude da Audi em relação a estas coisas.

Pouca inclinação lateral em curva

Apesar do alto Centro de Gravidade e do peso, a inclinação lateral em curva é reduzida, mesmo quando se leva mais velocidade. A sensação de estabilidade domina a experiência de condução rápida.

A aderência dos pneus 255/45 R20 está bem acima das solicitações que o 2.0 TDI de 204 cv lhes pode fazer. O Q5 entra em curva com precisão e imensa aderência, só obrigando a movimentos mais amplos dos braços porque o volante não é pequeno e a direção não é muito direta, para facilitar a condução todo-o-terreno.

Exagerando um pouco…

Claro que, exagerando na entrada, a frente acaba por subvirar, mas o ESC trata bem da situação. Desligando-o (e fica desligado) é possível ver aquilo de que o quattro é capaz.

A transmissão consegue ir passando mais binário para as rodas de trás, deixando terminar a curva com uma ligeira deriva da traseira

Entrando em curva com a velocidade certa e depois aumentando progressivamente a aceleração, à medida que o carro “assenta” nas quatro rodas, a transmissão consegue ir passando mais binário para as rodas de trás, deixando terminar o desenho da curva com uma ligeira deriva da traseira.

Não chega a ser um “powerslide”, mas ajuda a fazer a rotação, poupando até os pneus da frente. Se o piso for menos aderente, o efeito e o divertimento são maiores, claro.

Conclusão

Este Q5 40 TDI (ou 2.0 TDI, para se perceber melhor) mostra o estado de maturidade a que chegou este projeto, feito com base na plataforma MLB Evo e fabricado no México. É um daqueles carros que apetece comprar e ficar com ele durante 20 anos, ou até que os Diesel sejam proibidos. Por isso, se tem acesso a um financiamento de 72 340 euros (99 095€, na unidade que guiei) decerto não se vai arrepender do investimento. Ou então pode optar pelo 35 TDI de tração à frente e 163 cv, que custa 60 202 euros, sem opcionais.

Francisco Mota

(fotos de João Apolinário)

 

Audi Q5 40 TDI quattro Ultra S Tronic

Potência: 204 cv

Preço: 72 340 euros

Veredicto: 4 (0 a 5)

Ler também, seguindo o LINK:Audi Q5: só “plug-in” e Diesel “mild hybrid”