Renault Clio E-Tech 145

Nome do modelo em preto em vez do clássico cromado

Desde 1990 já se venderam 16 milhões de Clio

Dimensões exteriores não mudaram

Versão Esprit Alpine tem suspensão um pouco firme

Novos faróis de LED e luzes de dia na vertical

Grelha e símbolo novos dão maior sensação de largura

Esprit Alpine é a versão mais equipada

Luzes de trás com capa transparente

Suspensão controla muito bem os movimentos do Clio

Sistema E-Tech proporciona condução muito suave e económica

Aceleração 0-100 km/h em 9,3 segundos

Gestão da carga da bateria foi melhorada

Ambiente de boa qualidade no habitáculo da versão Esprit Alpine

Ecrã tátil central foi melhorado

Caixa multimodal tem 15 combinações possíveis

Detalhes de decoração no Esprit Alpine

Mala do E-Tech tem 301 litros de capacidade

Bancos do Esprit Alpine proporcionam bom apoio lateral

Espaço suficiente nos lugares da segunda fila

Não há falta de Alpine, em termos de detalhes

Apesar de todas as suas qualidades, o Clio de 2019 foi acusado de ter uma estética muito colada à da geração anterior. Este restyling muda-lhe a frente por completo e acrescenta algumas atualizações. Conheça quais, em mais um Primeiro Teste TARGA 67, conduzido por Francisco Mota.

 

Em 2019, a Renault estreou a nova plataforma CMF-B no Clio, melhorou a qualidade dos interiores, muitas vezes criticada na geração de 2012, e introduziu novos motores. Um carro completamente novo, como raras vezes acontece.

O que ficou da geração anterior foi o conceito de desenho, porque a quarta geração do Clio, a primeira desenhada por Laurens van den Acker, tinha sido uma rotura no estilo da marca e um grande sucesso.

Desde 1990 já se venderam 16 milhões de Clio

Quando chegou 2019, o aspeto do Clio de 2012 ainda era muito apreciado, por isso a Renault não fez mais uma revolução, preferindo uma evolução na qual os faróis em forma de “C” foram a maior novidade.

Não chegou…

Mas o mercado evoluiu, chegaram outros concorrentes com estilos mais ousados, nomeadamente o Peugeot 208, e o poder de atração do Clio diminuiu. Ao mesmo tempo, todas as dificuldades causadas pela pandemia e pela crise dos semi-condutores também causaram dano na produção e os números de vendas caíram.

Dimensões exteriores não mudaram

A barreira habitual das 300 000 unidades, em torno da qual as vendas anuais do Clio se tinham situada ao longos dos anos – contribuindo para um total histórico de 16 milhões, desde 1990 – foi ficando mais longe. Para resolver o problema e voltar a números mais positivos, a receita do restyling foi agora aplicada.

Restyling a sério

E não se ficou por um restyling ligeiro, pois mudou por completo a face do modelo, naquilo que se prevê seja uma transição para a nova imagem de marca da Renault, em termos de estilo. Novos faróis LED em todas as versões e nova grelha com elementos cromados que lhe dão uma sensação de maior largura, foram as mudanças mais evidentes.

Nos faróis de LED e luzes de dia na vertical

O para-choques foi redesenhado, incluindo agora uma lâmina horizontal inspirada nos monolugares de Fórmula 1, um elemento reservado à versão mais equipada que tive oportunidade de guiar na Bélgica, a Esprit Alpine. O novo símbolo da Renault também aparece ao centro, bem como novas luzes de dia na vertical.

Esprit Alpine

Também as luzes de trás passaram a ter tampas transparentes e interior diferente. Há novas cores disponíveis, diferentes desenhos de jantes e apenas três níveis de equipamento: Evolution, Techno e Esprit Alpine.

Esprit Alpine é a versão mais equipada

Na nova versão Esprit Alpine que guiei, há ainda jantes de 17” com uma tampa central a imitar as porcas únicas das rodas de F1, logótipos Alpine e outros detalhes de decoração. As dimensões não mudaram.

Não há falta de Alpine, em termos de detalhes

Por dentro, há materiais que seguem um ambiente desportivo, com boa qualidade e mais detalhes alusivos à Alpine. A Renault anuncia que o interior não usa pele de origem animal, que 60% dos tecidos são de origem biológica e que 72% das fibras são feitas de material reciclado.

Mais equipamento

Novidades também no painel de instrumentos digital de 7” (10” no Esprit Alpine) em todas as versões, com novas visualizações e no ecrã tátil central, além da presença de carregamento indutivo de smartphone. O conjunto de sistemas de ajuda eletrónica à condução subiu para vinte, incluindo cruise control adaptativo com stop and go.

Ambiente de boa qualidade no habitáculo da versão Esprit Alpine

Quanto às motorizações disponíveis, são cinco: Sce 65, TCe 90, TCe 100 Bi-Fuel, dCi 100 e E-Tech Full Hybrid 145. Para este Primeiro Teste usei a última, a única disponível. É também a segunda mais vendida da gama, com 23%, a seguir aos 57% das versões TCe a gasolina.

E-Tech mais evoluído

Este “full hybrid” continua a usar o mesmo motor atmosférico 1.6 de quatro cilindros e 94 cv, um motor eléctrico de tração (49 cv) e um motor/gerador (25 cv), além da caixa automática multimodal exclusiva do grupo Renault.

O software do sistema foi melhorado, tal como o tem sido desde que foi lançado. Foi otimizada a gestão da carga da bateria em condução de autoestrada, o que incluiu também o funcionamento da caixa.

Caixa multimodal tem 15 combinações possíveis

Alimentado por uma bateria de 1,2 kWh, o sistema tem 145 cv de potência máxima combinada e mostrou-se muito suave numa condução tranquila em ambiente urbano. A única altura em que se nota uma mudança de caixa acompanhada por um pequeno tempo de espera é quando se ultrapassam os 120 km/h em aceleração total.

Muito suave e silencioso

Este Primeiro Teste em redor de Bruxelas foi muito virado para uma utilização a baixas velocidades, mesmo em estrada, pois a presença de radares de velocidade foi uma constante durante todo percurso. Ainda assim, deu para perceber as diferenças de reação do acelerador nos três modos de condução (My Sense/Sport/Eco) e a maior intensidade de regeneração, escolhendo a função “B” na alavanca da caixa.

Suspensão controla muito bem os movimentos do Clio

A aceleração 0-100 km/h está anunciada em 9,3 segundos e a velocidade máxima é de 174 km/h, números menos estimulantes do que o aspeto deste Esprit Alpine faz pensar. E isso nota-se em estrada, mesmo com um peso total que se fica pelos 1238 kg.

Este sistema “full hybrid” da Renault será gradualmente substituído pela evolução estreada no Austral, que troca o motor 1.6 atmosférico por um 1.2 turbo, mas essa mudança não cabia no orçamento deste restyling do Clio.

Consumos baixos

A suspensão continua a controlar muito bem a carroçaria, como é hábito do Clio, mas terei de fazer um teste mais completo noutras condições para tirar mais conclusões. A nova calibração da direção parece ter dado maior consistência à assistência elétrica.

Sistema E-Tech proporciona condução muito suave e económica

Quanto ao conforto da suspensão e pneus, pareceu um pouco mais firme que o habitual neste Esprit Alpine, talvez devido aos pneus 205/45 R17.

Gestão da carga da bateria foi melhorada

Ao fim de 2h30 de condução em cidade, estrada rural e autoestrada, sempre dentro dos limites, o computador de bordo marcou 4,4 l/100 km. Mas terei que confirmar este valor nas condições padrão dos testes TARGA 67.

Conclusão

As encomendas do novo Clio já abriram, as primeiras entregas vão ser em Outubro. Os preços começam nos 19 400 euros do TCe 90, seguindo-se 20 300 €, para o TCe 100 Bi-Fuel, 24 100 €, para o dCi 100 e 25 900 euros, para o E-Tech Full Hybrid 145. Segundo fontes oficiais da Renault, este restyling deverá provocar uma subida nas vendas superior aos 10%, o que poderá levar o Clio novamente para a barreira das 300 mil unidades por ano.

Francisco Mota

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