Novo Hyundai Kauai

Luz de dia no topo da frente

Jantes de 18" e pneus largos

Segunda geração do Kauai chega agora ao mercado

Considerável subida de dimensões

Desenho da traseira foi muito alterado

Qualidade do habitáculo subiu muito

Bancos novos com mais conforto

A nova geração do Hyundai Kauai subiu de nível, reposicionando-se no topo do segmento B-SUV, em termos de dimensões, conteúdos e preço. A plataforma é conhecida do grupo, mas o estilo mudou radicalmente. Todos os detalhes em mais um Teste TARGA 67, conduzido por Francisco Mota.

 

O sucesso da primeira geração do Hyundai Kauai, lançada em 2017 e que recebeu um restyling em 2020, assentou na forte relação produto/preço que lhe dava vantagem no segmento de maior crescimento na Europa, o dos B-SUV. Mas essa competitividade tinha uma razão.

O primeiro Kauai era um modelo novo feito sobre uma plataforma já existente, sendo uma derivação simplificada da que era usada na altura pelo i30 e pelo Elantra. O efeito de escala baixava os custos e o preço final beneficiava disso. Além do mais, quando o Kauai foi lançado, era o SUV mais pequeno da marca na Europa, abaixo do Tucson.

Nova plataforma

As vendas ultrapassaram as 1,2 milhões de unidades em todo o mundo, 510 000 na Europa, mas chegou a hora de passar à nova plataforma K3, partilhada com o Kia Niro, entre outros modelos do grupo Sul-Coreano, para aceder a todos os conteúdos tecnológicos que o mercado exige neste momento.

Desenho da traseira foi muito alterado

A distância entre-eixos cresceu 60 mm, aumentando o espaço disponível nos lugares da segunda fila, o que se percebe de imediato assim que se experimenta o banco de trás. A mala anuncia 466 litros, mais 92 litros que a geração anterior e o comprimento aumentou de 4,21 metros para 4,35 metros. Claro que a primeira mudança que se nota não é essa.

Estilo rasga com o passado

O estilo passou de uma estética bastante banal para uma abordagem bem mais futurista, com uma linha de LED a atravessar o topo da frente e outra na traseira. São as luzes de dia, na frente e as luzes de presença e travagem, atrás. Os faróis estão mais abaixo, mais junto dos extremos do para-choques dianteiro.

Luz de dia no topo da frente

Além do estilo, as novas formas permitem melhorar a aerodinâmica, com o Cx a descer dos 0,29 para 0,27, graças também à introdução de “air curtains”, entradas de ar no para-choques da frente que o dirigem para as rodas dianteiras, estabilizando os turbilhões nessa zona.

Melhor por dentro

O habitáculo também evoluiu muito, deixando o painel de instrumentos clássico em favor de uma peça encurvada que o junta (numa nova versão digital) ao ecrã tátil central, como noutros modelos mais caros da marca.

Qualidade do habitáculo subiu muito

A posição de condução ficou a ganhar com tudo isto e também com bancos novos. O volante está bem posicionado e na versão 1.0 T-GDI com caixa manual de seis, que guiei, tudo resulta bem. A embraiagem não é muito progressiva, obrigando a precisão da perna esquerda nas manobras.

Teste muito curto

Este Primeiro Teste foi muito curto e feito exclusivamente em trânsito citadino. A direção pareceu bem assistida e o pedal de travão fácil de dosear. O motor 1.0 turbo de três cilindros a gasolina tem 120 cv e 200 Nm, sem componente híbrida, mas a força desde regimes baixos não obriga a demasiada utilização da razoável caixa manual.

A suspensão pareceu um pouco firme, sem dúvida devido aos pneus sobre dimensionados de medida 215/55 R18, mas vou precisar de um teste mais completo para tirar conclusões definitivas sobre a dinâmica, conforto e consumos.

Dar espaço ao Bayon

A gama em Portugal começa com dois motores conhecidos, o 1.0 T-GDI de 120 cv (29 000 euros) e o “full nybrid” 1.6 GDi HEV de 141 cv (36 500 euros). Os preços base sobem face à geração anterior do Kauai, para dar ao outro B-SUV mais pequeno da Hyundai, o Bayon, maior margem de manobra. Quanto à versão 100% elétrica, chegará antes do final do ano.

O Kauai EV estará disponível com baterias de 48,4 kWh e 342 km de autonomia e uma maior de 65,4 kWh, com 490 km de autonomia. O primeiro tem 156 cv e o segundo oferece 218 cv, ambos com 255 Nm de binário máximo. Preços ainda não foram divulgados.

Novidade é a aparecimento de um nível de equipamento N-Line com acabamentos inspirados nos desportivos N da Hyundai e disponível tanto no motor a gasolina como no híbrido. Há duas versões de equipamento para cada motor, ambas enriquecidas em relação ao passado, tanto na conetividade como nas ajudas eletrónicas ao condutor, entre outras.

Conclusão

Este reposicionamento do Kauai, que levou a subidas de preço que ultrapassam os seis mil euros, não leva a Hyundai a temer demasiada influência nas vendas. A versão elétrica tem como objetivo assegurar 40% das vendas do modelo, algo que já se passava na geração anterior. A subida de qualidade aparente e o novo estilo têm por missão compensar o preço mais alto, para um modelo que agora passa a ter o VW T-Roc como rival.

Francisco Mota

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