12/1/2024. O Volkswagen T-Roc, construído na Autoeuropa de Palmela, vai passar à segunda geração em 2025. O modelo “português” terá versões híbridas mas vai deixar de oferecer a variante cabrio. Mais detalhes sobre o futuro do carro mais importante alguma vez feito em Portugal, na Crónica à 6ª feira do blog TARGA 67, assinada por Francisco Mota.

 

O VW T-Roc foi lançado em 2017 como o SUV mais pequeno e acessível da marca, posicionado abaixo do campeão de vendas da VW a nível global, o Tiguan, que há vários anos suplantou o Golf. As vendas do T-Roc começaram no crescendo habitual, mas rapidamente aceleraram, quando o segmento dos B-SUV registou um impulso na Europa.

Nem o lançamento do T-Cross, mais pequeno, veio tirar vendas ao T-Roc que se estabeleceu como o modelo mais vendido da VW na Europa, suplantando décadas de domínio do Golf. As suas dimensões e habitabilidade acertaram em cheio nas necessidades de muitas pequenas famílias e o preço foi considerado justo pelos compradores.

Muito completo

Ao longo destes anos, o T-Roc nem precisou de grandes evoluções, apenas recebeu um ligeiro facelift, que retocou a frente e melhorou a qualidade de alguns materiais no habitáculo, uma crítica que vinha desde o primeiro dia.

Com 4,23 metros de comprimento, o T-Roc oferece algumas opções que não se encontram em rivais do mesmo porte, como a tração às quatro rodas, uma versão verdadeiramente desportiva, o R com 300 cv e até uma carroçaria descapotável com teto de lona.

Claro que têm sido as motorizações 1.0 TSI e 1.5 TSI com tração à frente e caixas de velocidades manuais ou DSG de dupla embraiagem que têm garantido o volume das vendas. Mas o mais interessante é que, em 2023, cinco anos após o lançamento, o T-Roc ainda continua a estabelecer recordes de vendas em vários mercados europeus.

Seguro de vida da Autoeuropa

De Janeiro a Novembro de 2023, os números que existem até ao momento, o T-Roc vendeu 208 874 unidades e foi o quarto modelo mais vendido na Europa, só superado pelo líder Tesla Model Y (238 907), Renault Clio (231 170) e Dacia Sandero (221 985).

Este verdadeiro fenómeno de vendas, para um modelo que vai completar os sete anos de vida em setembro próximo, tem sido o seguro de vida da fábrica da VW em Portugal, a Autoeuropa de Palmela, em Setúbal. A procura tem mantido a fábrica a trabalhar no limite das suas capacidades: 890 unidades por dia.

A Autoeuropa é a única fábrica que faz o T-Roc, à exceção da versão descapotável que sai da fábrica alemã de Osnabrück, mas que representa menos de 8% das vendas totais do modelo. Ainda assim, é o segundo descapotável mais vendido na Europa, só batido pelo Mini Cabrio.

Segunda geração em 2025

O futuro do T-Roc foi confirmado publicamente por Kai Grunitz, o chefe do desenvolvimento da marca. Já em 2025 será apresentada a segunda geração, feita com base na plataforma MQB Evo, uma evolução da atual que também será usada pelos renovados Tiguan, Golf e Passat.

Grunitz também confirmou que o T-Roc será o último modelo a ter motores de combustão na oferta da Volkswagen. Mas antes disso acontecer, no próximo ano terá versões “mild hybrid” e “plug-in” ainda não especificadas. Mas não será especular muito dizer que as variantes eTSI dos motores 1.0 e 1.5 estarão disponíveis, bem como o 1.4 eHybrid PHEV.

Descapotável acaba

Espera-se uma renovação do interface digital, com a última geração do ecrã tátil, novos comandos de climatização táteis e novo painel de instrumentos. Amortecedores adaptativos, poderão ser uma opção com esta MQB Evo.

Uma coisa é certa, Grunitz já afirmou que a versão descapotável não terá sucessor na segunda geração do T-Roc, devido à baixa procura deste tipo de modelos na Europa.

Com 4,87 milhões de unidades vendidas em 2023, a marca VW subiu 6,7% face a 2022, grande parte devido aos SUV, que representam 54,2% das suas vendas (subiram 14,9%), com o T-Roc a ocupar um lugar importante na Europa. Nos EUA, os SUV já são 81% das vendas da marca.

Conclusão

Tendo ultrapassado a barreira do 1 milhão de T-Roc produzidos, tudo se conjuga para que a Autoeuropa, o maior investimento estrangeiro em Portugal, continue a ter um papel importante na rede de fábricas da VW na Europa. Pelo menos até que a segunda geração do T-Roc chegue ao final da carreira. Depois, esperamos para ver se a fábrica portuguesa será convertida para as novas plataformas elétricas do grupo.

Francisco Mota

(foto de João Apolinário)

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