1/1/2021. No primeiro dia do ano novo, elegi os meus 12 desejos para o Automóvel em 2021. Alguns urgentes, outros crónicos mas todos necessários para melhorar a utilização de uma das melhores invenções do Homem.

 

O desafio é igual ao da meia-noite passada, mas aqui aplicado exclusivamente ao Automóvel com “A” grande, uma das melhores invenções do Homem, também com “H” grande.

Transporte individual totalmente flexível, o Automóvel é muito mais do que isso, tendo criado aspirações e paixões como nenhuma outra máquina. Instrumento essencial da liberdade individual, do trabalho e da economia, o Automóvel é também uma fonte de prazer.

Muito mais que uma máquina

Guiar um carro é muito mais do que operar uma máquina que nos leva do ponto A ao ponto B. O gozo está muitas vezes na viagem e não no destino. E a parte boa é que isso tanto acontece com um modesto carro em segunda-mão como ao volante do melhor carro do mundo.

Depois de um ano em que o Automóvel esteve mais vezes parado que a andar, o que lhe posso desejar para 2021? Quais as prioridades, quais as urgências, quais os problemas crónicos e emergentes?

Limitei-me às 12 passas de uva da meia-noite do ano novo e escolhi os meus 12 desejos para o ano 2021 do Automóvel. Muitos outros poderiam aqui estar, é claro.

1 – Incentivos ao abate de carros velhos

Precisamos urgentemente de incentivos estatais para mandar os nossos carros velhos para a sucata e ter oportunidade de comprar carros mais recentes. Mas numa medida com valores significativos e abrangente à compra de todo o tipo de modelos novos. Seria a melhor maneira de reduzir a poluição de uma forma generalizada e aumentar a segurança.

2 – Melhoria da segurança das estradas

Parece que passou de moda falar de segurança rodoviária, mas os números mostram que não estamos a progredir como devíamos. Melhores estradas, melhor sinalização são essenciais. Menos rotundas de fachada, muitas vezes perigosas e menos lombas sonoras em locais que só servem para estragar os carros.

3 – O fim da obsessão pelas ciclovias

Mais critério na colocação de ciclovias. Menos populismo e menos política de fachada e mais estudo sobre a sua real utilidade. A bicicleta tem lugar na cidade, mas sem pôr em risco os seus utilizadores e todos os outros utentes da via pública.

4 – Melhor vigilância policial do trânsito

Controlar a velocidade com um radar atrás de um arbusto não chega, nunca chegou. É preciso melhor controlo do comportamento dos automobilistas: manobras perigosas e utilização de telemóvel ao volante, são dois exemplos.

5 – Investimento nos transportes coletivos sustentáveis

 

A classe política ataca o Automóvel e tenta expulsá-lo das cidades, mas não promove, nem investe na única alternativa realista: os transporte públicos coletivos sustentáveis. Precisamos de mais e melhores, há muitos anos.

6 – Repensar os incentivos à compra dos híbridos

Retirar incentivos à compra de modelos híbridos é um erro com origem na ignorância e autismo da classe política. Os “full-hybrid” sem carregamento externo consomem muito menos que os carros de combustão convencionais. Alguns conseguem circular 80% do tempo em modo elétrico, na cidade.

7 – Incentivar a utilização dos “plug-in” em modo elétrico

Se usados em modo elétrico ou híbrido, com a bateria carregada, os “plug-in” conseguem gastar menos de 2,0 l/100 km (eu sei, já fiz o teste…) por isso o seu uso nessas condições deve ser incentivado. Por exemplo deduzindo por completo o custo dos carregamentos da bateria.

8 – Desenvolvimento da rede de carregadores elétricos

Precisamos de mais carregadores para baterias de carros eletrificados. O plano de implementar mais super-carregadores para carros 100% elétricos não chega. Precisamos de mais PCN nas ruas para os “plug-in”.

9 – Generalização dos “mild-hybrid” ou semi-híbridos

A tecnologia existe há décadas, mas os construtores, por questões de custos, nunca a quiseram generalizar. Os semi-híbridos aproveitam energia que de outra maneira seria desperdiçada. Está na hora de todos os novos carros virem equipados com este sistema.

10 – Investimento nos combustíveis sintéticos

É preciso investir seriamente nos combustíveis sintéticos com origem em produtos não alimentares. É uma maneira de caminhar para a descarbonização, mas é preciso maior incorporação destes combustíveis nos de origem fóssil que se vendem nas “bombas”.

11 – Plano a longo prazo para implementar o Hidrogénio

É o elemento químico mais comum no planeta e não está a ser usado como devia no transporte de energia. É preciso implementar um plano global de caminho para a economia do Hidrogénio.

12 – Outra atitude dos políticos face ao Automóvel

A classe política tem de deixar de olhar para o Automóvel como o Demónio. É urgente reduzir as emissões poluentes, sobretudo nas cidades, mas isso não se faz à custa da transferência energética mal planeada e irresponsável. Os custos sociais seriam irreparáveis.

Se um terço destes 12 desejos fosse realizado em 2021, julgo que já seria um grande avanço, para todos os que precisam de usar o Automóvel.

Feliz Ano Novo!

Francisco Mota

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