Toyota Yaris 1.0 VVT-i (fotos de João Apolinário)

Comprimento de 3,94 metros para a quarta geração do Yaris

Estilo mudou radicalmente face à anterior geração do Yaris

Yaris é feito na França e na Chéquia

Novo visual da frente mais apelativo

Barra negra une as luzes de trás

Pneus de medida 185/65 R15 estão ajustados a esta versão

Boa qualidade de montagem mas materiais discretos

Painel de instrumentos ainda é analógico, no 1.0 VVT-i

Ecrã tátil central bem posicionado mas com poucas funções

Comandos da climatização simples e fáceis de usar

Caixa manual de cinco é rápida e precisa o suficiente

Posição de condução muito melhor que no Yaris anterior

A aceleração dos 0 aos 100 km/h demora 14,6 segundos

Condução muito precisa e prestações suficientes em cidade

A procura de automóveis utilitários nunca foi tão grande, ao ponto de se fazerem listas de espera para alguns modelos. Se a versão híbrida é a mais mediática, o 1.0 VVT-i continua a ser uma escolha segura, na quarta geração do Toyota Yaris.

 

Se a versão híbrida é a mais mediática e o GR o mais emocional, a verdade é que o 1.0 VVT-i continua a ser a opção mais racional e mais acessível, na gama da quarta geração do Yaris.

Equipada com o consagrado motor de três cilindros e 998 cc, que continua a ser usado sem sobrealimentação, o Yaris menos potente tem apenas 72 cv, o que pode parecer pouco, face a alguns concorrentes sobrealimentados, mas nem todos.

Estilo mudou radicalmente face à anterior geração do Yaris

A VW continua a ter uma proposta semelhante na gama diretamente concorrente, o Polo 1.0, que também tem um três cilindros, sem turbo e com 80 cv. Ambas sabem que há clientes para modelos com forte imagem de marca e motores apenas suficientes.

Quarta geração Yaris

No caso do Yaris, esta quarta geração estreou a plataforma GA-B, mais eficiente que a da geração anterior e com um peso total que, nesta motorização, se fica pelos 960 kg. E isso já vale uns quantos “cavalos”.

Barra negra une as luzes de trás

Esta foi também a geração em que o Yaris deu um salto em termos de estilo, abandonando a pose pouco inspirada das duas gerações anteriores e revivendo a originalidade do primeiro Yaris.

O mesmo se pode dizer do desenho do habitáculo, bem mais apelativo que no modelo anterior, se bem que continue a apostar em materiais que dão prioridade à longevidade.

Um conceito diferente

Mais importante que isso, o quarto Yaris tem soluções de ergonomia muito melhores que no passado, abandonado que foi o conceito de banco alto e linha de cintura muito baixa, que resultava numa coluna de direção muito inclinada.

Posição de condução muito melhor que no Yaris anterior

Nada disso se passa neste Yaris, que tem uma excelente posição de condução, com regulações amplas o suficiente do volante e banco. O aro do volante tem um tato muito bom e a alavanca da caixa manual de cinco está perfeitamente posicionada.

O painel de instrumentos é analógico mas fácil de ler. O ecrã tátil ao centro tem um aspeto pouco moderno e uma utilização mediana. Mas os variados espaços para objetos não foram esquecidos, numa tradição deste modelo.

Não tem muito espaço

Basta entrar para a segunda fila de bancos para perceber que a habitabilidade para cinco não foi uma prioridade do projeto. A distância entre-eixos de 2,56 metros não permite muito espaço para as pernas e a largura de 1,75 metros não incentiva a levar três adultos.

Boa qualidade de montagem mas materiais discretos

A mala tem 286 litros de capacidade, uma boca de carga larga o suficiente e formato fácil de aproveitar.

Ao volante do Yaris, a sensação de estar bem melhor “encaixado” que na geração anterior é evidente. O motor 1.0 não renega a sua arquitetura e transmite alguma vibração à estrutura, quando se põe em marcha.

Motor suficiente em cidade

Mas a vibração fica muito atenuada quando se começa a andar e o regime sobe para uma frequência menos incómoda. E se está perguntar se os 72 cv são suficientes, o que posso dizer é que a caixa manual dá uma boa ajuda.

A aceleração dos 0 aos 100 km/h demora 14,6 segundos

Com relações curtas nas mudanças mais baixas e um manuseamento certo e despachado, a caixa faz o motor dar o seu melhor em quase todas as situações de condução em cidade.

O Yaris 1.0 VVT-i avança sem problemas por entre o trânsito, com a acelerador a ter uma resposta muito linear e mais que suficiente para uma condução descontraída. Os 93 Nm não são sinónimo de binário alto, mas a desmultiplicação faz o resto.

Bem afinado

A direção tem o peso certo, é direta o suficiente e ajuda a uma condução suave e precisa, mesmo em cidade. Os travões estão bem calibrados, aqui não há a preocupação com nenhum sistema híbrido.

Condução muito precisa e prestações suficientes em cidade

A suspensão, com MacPherson à frente e barra de torção atrás, é confortável o suficiente nas ruas com piso menos bom e os pneus de medida 185/65 R15 mostraram ser o compromisso certo entre controlo e conforto.

No meu habitual teste de consumos, em cidade o Yaris 1.0 VVT-i gastou 6,3 l/100 km e em autoestrada desceu aos 5,9 l/100 km, circulando a 120 km/h. Bons valores para o segmento.

Estrada e autoestrada

Claro que a condução em autoestrada mostra mais a baixa potência desta versão, apesar de o motor se esforçar por não deixar ficar mal o Yaris. Mas a relação de quinta é relativamente longa, para fazer baixar os consumos.

Contudo, a suspensão mostra excelente estabilidade a velocidades mais altas, ficando óbvio que está preparada para receber muito mais potência. Em estrada secundária, a sensação de ter muito mais chassis que força, também fica óbvia desde as primeiras curvas.

Pneus de medida 185/65 R15 estão ajustados a esta versão

Só para ficar registado, a Toyota anuncia a aceleração 0-100 km/h em 14,6 segundos e uma velocidade máxima de 160 km/h.

Esta geração do Yaris é muito mais eficiente e ágil em curva do que qualquer uma das anteriores, mas com 72 cv não há força para grandes aventuras, a não ser numa estrada a descer, onde o Yaris mostrou rapidez e precisão de entrada em curva.

Conclusão

Se bem que muitos tenham a versão híbrida na mira, a verdade é que esta motorização base 1.0 VVT-i acaba por ser uma escolha racional, custando desde 18 190 euros. Pode parecer caro, mas só até descobrir quanto custa um Aygo X com o mesmo motor.

Francisco Mota

(fotos de João Apolinário)

 

Toyota Yaris 1.0 VVT-i

Potência: 70 cv

Preço: 18 190 euros

Veredicto: 3,5 (0 a 5)

 

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