Skoda Fabia 1.0 TSI First Edition (fotos de João Apolinário)

Plataforma MQB A0 é a mesma do Polo e Ibiza

O Fabia cresceu em todas as cotas importantes

O primeiro foi lançado em 1999, já vamos no quarto

Novo desenho dos faróis dianteiros

Skoda por extenso, para mostrar a confiança na marca

Luzes de trás com detalhes típicos da marca

Pneus de medida 215/45 R17 são de marca Nexen N Blue HD Plus

First Edition tem muito equipamento para o preço

Grelha larga tradicional dos atuais Skoda

Plásticos quase todos duros no interior do Fabia

Botões do volante nem sempre fáceis de usar

Ecrã tátil colocado no topo da consola central

Detalhe do painel de instrumentos

Climatização manual mas muito fácil de usar

Painel de instrumentos digital e configurável

Amplo espaço nos lugares da frente

Bastante espaço para dois na segunda fila

Mala ganhou 50 litros em capacidade e chega aos 380 litros

Chapéu de chuva guardado na porta da frente

Atitude em curva é quase sempre neutra

Condução não levanta problemas mas é pouco envolvente

Suspensão e pneus dão um pisar um pouco firme

Aceleração 0-100 km/h é anunciada em 10,0 segundos

A quarta geração do Skoda Fabia segue a evolução já feita pelo Polo e Ibiza, com os quais partilha plataforma e motores. Saiba em que áreas o Fabia melhorou e quais as que devia ter ido mais além, em mais um teste TARGA 67.

 

O primeiro Fabia foi lançado em 1999 e marcou uma rotura com uma presença da Skoda no segmento B de que nem é bom falar: Favorit e Felicia, dizem-lhe alguma coisa?…

Skoda Fabia 1.0 TSI First Edition (fotos de João Apolinário)

A partir daí, o Fabia foi “geminado” com o Polo e com o Ibiza, partilhando as sucessivas plataformas e motores, mas diferenciando-se pelo estilo, pelo posicionamento e por uma mão cheia de pequenos detalhes, os “simply clever” da Skoda.

O primeiro foi lançado em 1999, já vamos no quarto

Esta quarta geração chega depois dos mais recentes Polo e Ibiza, mas usa a mesma evolução da plataforma MQB A0, ou seja, ganhou em sistemas eletrónicos de ajuda à condução, conetividade e espaço.

Claro que cresceu em dimensões, chegando agora aos 4,11 metros de comprimento e posicionando-se no topo do segmento “B”.

Estilo de continuidade

Do estilo, o que posso dizer nunca será tão explícito como as imagens que o João Apolinário fez deste Fabia 1.0 TSI First Edition, pintado numa cor que a máquina fotográfica adorou.

Detalhe do painel de instrumentos

A linguagem é a mesma dos outros Skoda, com muitas arestas e uma grelha larga que lhe dão personalidade. Não se confunde a Skoda com outra marca e isso é uma grande conquista, para qualquer construtor.

A aerodinâmica melhorou, com o Cx a descer de 0,33 para 0,28, em parte devido à presença de cortinas móveis na grelha inferior e das chamadas “air curtains”, passagens de ar nos para-choques que estabilizam o ar em torno das rodas da frente.

Por dentro, a história é outra

Quanto ao habitáculo, a história já é um pouco diferente. Nada a dizer das linhas do tablier ou forros das portas, mas a impressão geral de qualidade é claramente inferior à do Polo e Ibiza.

Plásticos quase todos duros no interior do Fabia

Quase todos os plástico são duros e nem sempre isso é devidamente disfarçado pelo acabamento superficial. Parece que houve aqui uma “obrigação” em posicionar o Fabia abaixo dos seus “primos”.

Dito isto, é claro que, ao partilhar a MQB A0, quando se analisam os aspetos mais objetivos, está tudo feito de forma correta e atual.

Ergonomia acertada

O ecrã tátil de 8” está agora no topo da consola central, por cima das saídas de ar da climatização, o oposto da geração anterior. Não é o sistema de infotainment mais evoluído do grupo, mas a utilização é razoavelmente fácil.

Ecrã tátil colocado no topo da consola central

A climatização é manual e tem os comandos num módulo separado, mais abaixo, o que facilita o uso, não obrigando a desviar os olhos da estrada tanto, como quando estão algures no infotainment.

O volante tem apenas dois braços, mas está bem posicionado, tem ajustes amplos e uma pega perfeita. O painel de instrumentos, desta versão First Edition, é o digital do grupo, mais ou menos fácil de usar.

Espaço amplo

Nos lugares da frente nota-se a boa largura do Fabia e os bancos são firmes, mas confortáveis e com suficiente suporte lateral. Atrás, o espaço é bom para dois adultos, mesmo ao nível das pernas. Mas o lugar do meio é estreito, alto, duro e tem um túnel a meio.

Bastante espeço para dois na segunda fila

A mala tem 380 litros, tendo crescido 50 litros face ao modelo anterior e situando-se no topo do segmento. Tem ainda um fundo móvel e uma roda sobresselente de dimensões normais, o que vai sendo uma raridade.

Quanto ao departamento das soluções “simply clever” este Fabia tem uma tomada USB no retrovisor, suportes para smartphones nos lugares de trás, que também têm direito a saídas de ventilação entre os bancos da frente.

Chapéu de chuva guardado na porta da frente

Além disso, ainda está incluído o raspador de gelo do para-brisas, que só quem já deixou um carro na rua num país frio sabe reconhecer a utilidade; e ainda o famoso chapéu de chuva dentro da porta da frente.

First Edition

Falando de equipamento, esta First Edition inclui muita coisa, como jantes de 17”, vidros escurecidos atrás (mas com elevadores de manivela) arranque sem chave, faróis e farolins de LED, vários assistentes de condução e um teto todo em vidro.

First Edition tem muito equipamento para o preço

E o teto em vidro, no dia de muito calor em que testei o Fabia, foi logo a primeira coisa a criticar: não há uma cortina e os filtros que tem não impedem que torne o interior numa estufa, a não ser que se ligue o A/C no máximo.

Em cidade

Basta carregar no botão “engine start” para perceber que a insonorização melhorou, mesmo se o motor 1.0 TSI, de três cilindros, não é muito ruidoso. E também não gosta muito das rotações abaixo das 2000 rpm, tendo uma resposta pouco convincente, pois o binário máximo de 200 Nm só está disponível daí para cima.

Painel de instrumentos digital e configurável

Mas, como a caixa manual de seis é suave e rápida, basta usá-la bem e muitas vezes para resolver a questão. O problema de base é que este motor ainda não recebeu nenhum tipo de hibridização. E isso hoje, já se nota.

Botões do volante nem sempre fáceis de usar

Na cidade, a direção mostrou ter a assistência certa e os travões estão muito bem calibrados mas, estranhamente, a embraiagem mostrou-se difícil de usar sem provocar alguns soluços no meio do trânsito.

Bons consumos

A suspensão e os pneus 215/45 R17 tornam este Fabia um pouco firme, mas sem ser realmente desconfortável. Sentem-se as imperfeições do piso, sem que isso incomode muito os ocupantes.

Pneus de medida 215/45 R17 são de marca Nexen N Blue HD Olus

Em cidade, a boa visibilidade em todas as direções merece elogios. Numa altura em que alguns construtores seguem a via dos tejadilhos “estilo coupé” a Skoda manteve a funcionalidade como prioridade.

No meu habitual teste de consumos em cidade, sempre com A/C desligado e sempre à mesma velocidade média para todos os modelos testados no TARGA 67, o valor que obtive foi de 6,8 l/100 km. É um bom resultado, tendo em conta a falta de sistema “mild hybrid”.

Muito sereno em autoestrada

Na autoestrada, rolando a 120 km/h estabilizados, sempre com o A/C desligado (o que não foi muito agradável, devido ao teto de vidro…) o consumo desceu para os 5,5 l/100 km, mostrando que este motor está muito atual. O depósito de 40 litros de gasolina chega para 727 km.

Suspensão e pneus dão um pisar um pouco firme

Também nas vias rápidas a insonorização agradou, sendo certo que a 6ª velocidade está bastante desmultiplicada (43,7 km por cada 1000 rpm) mantém o regime baixo. A suspensão fornece muita estabilidade, num estilo que não se afasta do que se conhece do Polo.

E nas curvas…

Não deve ser fácil diferenciar a dinâmica de três carros “gémeos” como o Polo, Ibiza e Fabia, mas a Skoda conseguiu encontrar um equilíbrio que se percebe melhor numa condução rápida em estradas secundárias.

Atitude em curva é quase sempre neutra

A direção não tem muito tato mas não causa surpresas. A entrada em curva é razoavelmente rápida e a inclinação lateral não é exagerada. Depois, o Fabia assume uma atitude neutra que passa a subviradora quando se aumenta a velocidade em curva.

Condução não problemas mas é pouco envolvente

Provocações como desacelerações bruscas na primeira metade da curva não têm outro efeito a não ser “acordar” o ESC e restabelecer a normalidade.

Não é pesado

Os 110 cv permitem à Skoda anunciar uma aceleração 0-100 km/h em 10,0 segundos, sem que a tração à frente tenha algum problema em cumprir o exercício. E numa autoestrada alemã sem limite de velocidade, pode chegar a uns surpreendentes 205 km/h.

Aceleração 0-100 km/h é anunciada em 10,0 segundos

São “tempos” que resultam também de um peso relativamente baixo de 1165 kg. Contudo, este Fabia está longe de ser o “primo” que mais gosta de “brincar” numa estrada com curvas, onde um Ibiza com o mesmo motor faria uma festa.

Conclusão

A imagem da Skoda no nosso país, para quem nunca teve um modelo da marca, ainda está muito conotada com preços baixos. O que está longe de ser o principal argumento do Fabia. Esta versão First Edition de 110 cv custa 23 506 euros e aqui é que está o “mas…” Contudo, acaba por ser um bom negócio, face ao equipamento de série e vendo que um Fabia base de 80 cv custa 19 624 euros.

Francisco Mota

(fotos de João Apolináro)

 

Skoda Fabia 1.0 TSI First Edition

Potência: 110 cv

Preço: 23 506 euros

Veredicto: 3,5 (0 a 5)

 

Ler também, seguindo o LINK:

Teste – Skoda Scala 1.0 TSI Monte Carlo: Lembrem-se de mim!