Dacia Jogger Hybrid 140 SL Extreme (fotos de João Apolinário)

Versão Hybrid é a mais sofisticada da gama Jogger

Jantes de 16 polegadas garantem conforto

Nova imagem de marca na tampa da mala

Decoração da versão SL Extreme

Grelha com nova imagem de marca

Barras podem colocar-se na transversal

Luzes de dia em forma de dupla seta

Versão SL Extreme com jantes pintadas de preto

Materiais duros em quase todo o interior mas com bom aspeto

Painel de instrumentos muito simples

O habitual e antiquado satélite do rádio do grupo

Ecrã tátil básico mas muito simples de usar

Comandos da climatização são grande e fáceis de usar

Caixa automática tem função "B" de maior regeneração

Dois bancos da terceira fila podem retirar-se

Capacidade da mala varia entre 160 e 595 litros

Terceira fila vocacionada para crianças

Segunda fila com espaço mais que suficiente para dois ou mesmo três adultos

O "luxo" das mesas tipo avião para a segunda fila

Bancos confortáveis mas com pouco apoio lateral

Suspensão e pneus mantém o conforto em todos os pisos

Condução muito fácil e conforto em bom nível

Visual "off road" funciona bem no Jogger

Tração à frente é suficiente para caminhos de terra

A Dacia entra nos híbridos com o Jogger Hybrid 140. Uma carrinha com visual “off road” capaz de levar sete pessoas. O que se ganha com esta versão “full hybrid” foi o que lançou mais um Teste TARGA 67, conduzido por Francisco Mota e fotografado por João Apolinário.

 

Apenas o essencial é o lema da Dacia, que tem sido acolhido com enorme sucesso nos mercados europeus, onde a marca tem ocupado os primeiros lugares nos rankings de vendas, quando não é mesmo o primeiro.

Mas, para uma marca crescer, não pode ficar estagnada, tem que evoluir em várias áreas, no caso da Dacia sempre com a questão dos custos de produção muito bem controlados, para não perder o seu posicionamento único.

Versão SL Extreme com jantes pintadas de preto

Por isso, a entrada nos híbridos gasolina/eletricidade (a marca também considera híbridos os seus gasolina/GPL) apenas acontece agora e começando pelo modelo mais recente, o Jogger, com a sua configuração de carrinha com visual “off road” de suspensão alta e habitáculo com lotação para sete passageiros.

Irmão do Sandero, primo do Clio

O Jogger partilha a plataforma com o Sandero e com o Renault Clio, mas numa versão com distância entre-eixos de 2,90 metros, mais 30 cm que o Sandero e comprimento total de 4,55 metros.

É um carro comprido, mas isso é preciso para garantir a lotação de sete, ainda assim com a terceira fila mais vocacionada para levar crianças que adultos, com os pequenos a chegar lá atrás com maior facilidade.

Versão SL Extreme consegue uma aparência apelativa

A terceira fila é composta por dois bancos, de 10 kg cada, que se podem dobrar e encostar às costas da segunda fila ou retirar por completo do habitáculo. A capacidade da mala varia entre os 160 litros, com os sete lugares ocupados e os 595, com cinco lugares e os outros dois dobrados.

Espaço não falta

Tudo isto já era conhecido das versões não eletrificadas, a novidade é que esta versão híbrida não interfere com a habitabilidade, a bateria do sistema híbrido tem 1,2 kWh e ocupa a zona geralmente reservada à roda suplente.

Terceira fila vocacionada para crianças

O habitáculo usa quase em exclusivo materiais duros, a exceção é uma faixa têxtil a atravessar o tablier e a terminar nas portas da frente. Mas o aspeto geral tem ar de durar por muitos anos.

Segunda fila com espaço mais que suficiente para dois ou mesmo três adultos

O espaço na segunda fila é muito bom em comprimento e altura, pois o tejadilho é mais alto que no Sandero. A largura é a cota menos generosa, com o lugar do meio um pouco mais estreito que os outros.

Bancos confortáveis, mas com pouco apoio lateral

Na frente, não falta espaço (só faltam porta-objetos) e a posição de condução é boa. O volante tem ajustes suficientes e está bem posicionado em relação aos pedais e alavanca da caixa. O banco é confortável, mas tem pouco apoio lateral e a visibilidade é boa, mas percebe-se logo pelo retrovisor que o Jogger é longo.

Só o essencial

O painel de instrumentos é muito simples e o ecrã tátil central também, mas são fáceis de usar e têm o essencial, sem funções desnecessárias. Ainda assim, o painel dá informação sobre o funcionamento do sistema híbrido e o ecrã indica a percentagem de distância percorrida a gasolina e a eletricidade. Só falta um gráfico com o fluxo de potência.

Materiais duros em quase todo o interior mas com bom aspeto

Esta versão SL Extreme junta um visual exterior diferenciado por jantes pintadas de preto e algumas aplicações decorativas. Além de um nível de equipamento que é o mais completo da gama.

Os modos de condução disponíveis são só dois, o normal e o Eco, que torna o acelerador mais lento, para amortecer o pé pesado de alguns condutores. Há também dois níveis de regeneração na desaceleração, o normal e o “B”, que se ativa na alavanca da caixa. Faz mais retenção, mas não muita.

O sistema híbrido

O sistema híbrido é o mesmo usado pela Renault no Clio e Captur, juntando um motor 1.6 atmosférico a gasolina de 91 cv, a dois motores elétricos, um de 49 cv, para fazer tração e regeneração e outro, de 20 cv, para fazer os aranques e atuar a caixa de velocidades que, por isso, não precisa de sincronizadores nem tem embraiagem.

Painel de instrumentos muito simples

Esta caixa “multimodal” é o segredo do sistema, tendo dois veios primários independentes. Um tem quatro carretos e está ligado ao motor a gasolina, o outro tem dois carretos e está ligado ao motor elétrico.

Ecrã tátil básico mas muito simples de usar

O total de combinações teóricas possível é de quinze, mas algumas não são usadas pelo software, que é a parte mais complicada de todo o sistema híbrido e foi desenvolvido com colaboração da equipa de Fórmula 1 do grupo.

“Full Hybrid”

A caixa é sempre automática e não tem patilhas, como é lógico, mas permite ao sistema híbrido funcionar em modo 100% elétrico, 100% a gasolina ou híbrido, com ambos os motores a contribuir. No final das travagens em cidade, a caixa mostrou alguma falta de suavidade na última redução.

Caixa automática tem função “B” de maior regeneração

O Jogger Hybrid 140 é um “full hybrid”, não confundir com os “mild hybrid” que são mais simples e com uma parte elétrica de menor desempenho. Tem 140 cv e 205 Nm, em valores combinados.

Prioridade ao conforto

A primeira sensação de condução vem do conjunto suspensão/pneus de medida 205/60 R16. Este Jogger é realmente confortável, seja sobre que piso for, mesmo muito estragado. A suspensão alta resolve tudo, mesmo com uma simples barra de torção no eixo traseiro.

Suspensão e pneus mantém o conforto em todos os pisos

A direção tem a assistência certa, mas não muito tato e o pedal de travão é progressivo o suficiente. Em cidade, em modo Eco (que faz menos retenção na desaceleração e não mais) o sistema é suave a responder ao acelerador, com uma subida de regime sem solavancos e sem que o motor a gasolina faça muito ruído.

A participação elétrica é fácil de sentir, pois a caixa não faz reduções imediatas, assim que se acelera um pouco mais, primeiro utiliza a energia que estiver disponível na bateria. E está lá quase sempre mais de 50% pois a regeneração em cidade é bastante eficiente.

Consumos muito baixos

Uma luz avisadora verde no painel diz quando está apenas o motor elétrico a mover o Jogger e isso acontece com muita frequência, mas por períodos logicamente curtos. Quando o motor 1.6 volta a trabalhar, por vezes isso ocorre com mais ruído do que devia.

Visual “off road” funciona bem no Jogger

No meu habitual teste de consumos em cidade, em modo Eco, com a função “B” e sempre com o A/C (que tem botões grandes e fáceis de usar) desligado, obtive um valor de 4,2 l/100 km. O painel indicou que fiz 69% da distância em modo elétrico. Valores muito bons e que estão relacionados também com o baixo peso de 1432 kg deste Jogger.

Em autoestrada

Em autoestrada, sempre com A/C desligado, mas aqui com a função “B” desativada para deixar deslizar o Jogger sempre que possível, o consumo obtido a 120 km/h foi de 6,6 l/100 km. Bom, mas resultado quase exclusivo do motor a gasolina, pois o elétrico seria pouco eficiente nesta utilização. Nesta utilização, o 1.6 atmosférico usa o binário não necessário para mover o carro, para carregar a bateria.

Condução muito fácil e conforto em bom nível

Estável e confortável em autoestrada, sem que a altura seja fator de alguma incerteza, o Jogger Hybrid 140 anuncia uma velocidade máxima de 167 km/h. As passagens de caixa são audíveis, não há aquela banda sonora das caixas CVT que muitos não gostam. Mas a insonorização do motor não é fantástica e ouvem-se ruídos aerodinâmicos.

Dinâmica suficiente

A aceleração 0-100 km/h anunciada é de 10,1 segundos, um valor suficiente para a vocação familiar do modelo e da versão. Mas não mais do que isso.

Em curva, a suspensão alta e os pneus de alto perfil permitem que a subviragem chegue relativamente cedo, quando se exagera um pouco com a velocidade de entrada em curva.

Tração à frente é suficiente para caminhos de terra

A inclinação lateral em curvas de raio constante está obviamente presente, mas não em exagero. A sensação de controlo é uma constante mas a diversão ao volante não consta do menu.

Conclusão

A Dacia mostra com esta versão híbrida do Jogger que está pronta para voos mais altos. O sistema é conhecido da Renault e funciona particularmente bem no Jogger, sobretudo ao nível dos consumos e facilidade de utilização, sem que o preço final seja exagerado. Podia até ser melhor, se os impostos nacionais não fossem cegos em relação aos “full hybrid”.

Francisco Mota

(fotos de João Apolinário)

Dacia Jogger Hybrid 140 SL Extreme

Potência: 140 cv

Preço: 28 725 euros

Veredicto: 4 (0 a 5)

 

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