Audi A5 Cabrio 40 TDI (fotos de João Apolinário)

Três entradas de ar em cima inspiradas nos quattro S1 de grupo B dos anos 1980

Quatro vidros podem descer de uma só vez

Versão 40 TDI tem motor 2.0 de 204 cv

Comprimento total de 4,7 metros

Pneus 265/30 R20 com imensa aderência

Elegância é coisa que não falta ao A5 Cabrio

Capota de lona abre e fecha em andamento

Mesmo com capota erguida, a elegância mantém-se

Visibilidade para trás dificultada com a capota para cima

Muita qualidade nos interiores

Painel de instrumentos ainda com mostradores analógicos

Monitor tátil fácil de usar

Climatização com comandos fáceis de usar

Caixa s-tronic tem uma verdadeira alavanca

Mala tem um máximo de 380 litros de capacidade

Espaço atrás não é muito amplo

Muito bons os bancos da frente na versão S-Line

Motor 2.0 TDI não deixou de ser atualizado

Aceleração 0-100 km/h em 7,6 segundos

Condução dá prioridade ao conforto

Carroçaria move-se muito sobre as rodas

Os Diesel estão fora de moda, os descapotáveis têm pouco procura e os descapotáveis Diesel ainda menos. Poucos carros conseguem estar tão fora de moda como o A5 Cabrio TDI, no entanto… Teste TARGA 67, conduzido por Francisco Mota e fotografado por João Apolinário para descobrir se este Audi ainda tem encanto.

 

A história da decadência dos motores Diesel começou com o “Dieselgate” e acelerou com a eletrificação. Claro que não é assim tão simples, mas isso é uma conversa para outro dia. Em paralelo, a procura por modelos descapotáveis também tem vindo a diminuir, acompanhando a descida da oferta.

Três entradas de ar em cima inspiradas nos quattro S1 de grupo B dos anos 1980

A subida de custos de produção de um descapotável, feito a partir de um modelo fechado, tornou o conceito impossível de rentabilizar nos segmentos mais acessíveis. A crescente exigência das normas de segurança também não ajudou e o mercado dos descapotáveis está em vias de extinção. Exceto nos mais caros.

A5 Cabrio resiste

O Audi A5 Cabrio é dos poucos modelos descapotáveis de quatro lugares que permanece no mercado, disponível com motorizações Diesel, como este 40 TDI, equipado com uma versão de 204 cv e 400 Nm da última iteração do motor 2.0 TDI, acoplado a uma caixa “s-tronic” de dupla embraiagem e sete relações.

Comprimento total de 4,7 metros

Em 4,70 metros de comprimento, o A5 Cabrio, que partilha quase tudo com o A5 Coupé, continua a ser um tratado de elegância, mesmo sete anos após o lançamento desta segunda geração, que teve um restyling ligeiro em 2020. Não há uma linha menos equilibrada, nem a vontade de chamar as atenções pelos piores motivos. A isto, chamo um desenho clássico.

Muita qualidade

A capota tem um acabamento de alta qualidade e a sua atuação elétrica acontece com rigor e precisão. Há um compartimento para onde a capota desce que rouba volume de carga, pois obriga a descer uma parece rotativa dentro da mala.

Muita qualidade nos interiores

No habitáculo, a sensação de qualidade tem continuação, seja na escolha de materiais, todos de ótimo aspeto, seja na montagem rigorosa, que num descapotável é continuamente posta à prova. A verdade é que não se ouvem rangeres, nem outros ruídos suspeitos.

Um 2+2

O habitáculo é um 2+2 com os 2 da segunda fila a terem espaço limitado. Mas o mais difícil é mesmo lá chegar, sobretudo com a capota fechada, pois o rebatimento dos bancos da frente não é grande.

Muito bons os bancos da frente na versão S-Line

Na frente, os bancos são muito confortáveis, com bom apoio e vão relativamente perto do chão, numa atitude ligeiramente desportiva. O volante tem imensa amplitude nas regulações e um formato anatómico excelente.

Espaço atrás não é muito amplo

A caixa de dupla embraiagem tem uma alavanca clássica, fácil de usar nas manobras, e duas patilhas no volante, que podiam ser maiores.

Um pouco clássico

O painel de instrumentos ainda tem os clássicos velocímetro e conta-rotações de agulhas, com um display digital ao meio. Muito mais elegante que os 100% digitais.

Painel de instrumentos ainda com mostradores analógicos

O ecrã tátil central de 10,1” tem uma organização fácil de entender, deixando os comandos da climatização para botões físicos e grandes, mais abaixo na consola, como deve ser.

O motor 2.0 TDI é um verdadeiro clássico que nada perdeu com o passar do tempo, pois foi sendo sempre atualizado.

Motor de quatro cilindros é suave e potente

Esta mais recente iteração é muito silenciosa e não transmite vibrações à estrutura do carro, nem ao volante. É preciso um ouvido educado para perceber que é um Diesel.

Suave e confortável

A resposta a baixos regimes é muito rápida e suave, com a caixa “s-tronic” a fazer um trabalho muito bom em posição “D”, sempre rápida e quase sem se notarem as passagens. O pedal de travão está bem calibrado e a direção tem a assistência no ponto certo.

Caixa s-tronic tem uma verdadeira alavanca

A sensação de estar a guiar um carro de alta qualidade vem também da maneira como a suspensão e os pneus de medida 265/30 R20 tratam a estrada. Sempre confortáveis, mesmo com pisos imperfeitos e nunca passando pancadas secas à estrutura.

Muito económico

Com a capota de lona fechada, claro que a visibilidade para trás é difícil, mesmo com o óculo traseiro em vidro. Mas, em cidade, essa é a única dificuldade, pois até o raio de viragem não é exagerado.

Climatização com comandos fáceis de usar

No meu habitual teste de consumos em cidade, com A/C desligado e no modo de condução Efficiency, obtive um valor de 7,3 l/100 km, o que se justifica pela ausência de qualquer tipo de assistência híbrida e pelo peso de 1765 kg, resultado dos reforços necessários, depois de cortado o tejadilho ao coupé.

Poucas vibrações

E esse trabalho de reforço da estrutura também foi bem feito, tendo em conta que a abertura que circunda o habitáculo não é pequena. É certo que se notam algumas vibrações na estrutura, quando o piso piora, mas nada que incomode.

Carroçaria move-se muito sobre as rodas

Em autoestrada, com a capota fechada e A/C desligado, rolando a 120 km/h estabilizados, o consumo desceu para os 5,9 l/100 km, relembrando que os Diesel continuam a ser muito económicos neste tipo de utilização. A insonorização está bem feita, apesar da capota de lona.

Cabelos ao vento

Quando se desce a capota, o que pode ser feito em andamento até aos 50 km/h (útil para quando chega uma chuva inesperada), mantendo os vidros erguidos, os turbilhões nos lugares da frente são muito reduzidos até aos 100 km/h. Nos lugares de trás, a deslocação do ar começa a incomodar desde velocidades mais baixas.

Aceleração 0-100 km/h em 7,6 segundos

Há um botão para baixar os quatro vidros ao mesmo tempo e aproveitar a cem por cento a experiência de guiar um descapotável. A baixa velocidade e na estrada certa, continua a ser uma maneira de multiplicar o prazer da condução, mais ainda com um motor cheio de binário como este.

Dinâmica nada desportiva

Não é a tração às rodas da frente que torna uma condução mais rápida e empenhada, em estradas sinuosas, num exercício com pouco sentido. É o acerto da suspensão, que dá prioridade ao conforto, mesmo se os 0-100 km/h se fazem em 7,6 segundos.

Pneus 265/30 R20 com imensa aderência

Insistindo em curvar mais depressa, sente-se que o A5 Cabrio se move bastante sobre as quatro rodas. A direção tem precisão suficiente e aos pneus não falta aderência.

Mas a suspensão não foi pensada para este estilo de condução, mesmo usando o modo Dynamic, que altera o mapa do acelerador, a intensidade da assistência da direção e a gestão da caixa.

Condução dá prioridade ao conforto

Travando em apoio, a traseira até é capaz de rodar um pouco, mas não de forma progressiva, como que dando o sinal de que não foi para este tipo de condução que esta versão do A5 Cabrio foi feita. O motor Diesel é melhor nos regimes médios que nos altos.

Conclusão

O A5 Cabrio 40 TDi continua a ser um descapotável com um encanto muito próprio, feito de uma elegância intemporal, alta qualidade, condução muito tranquila e baixos consumos. Uma escolha que está fora de moda, para alguns, mas que poderá ser a escolha certa para quem não vai em modas.

Francisco Mota

(fotos de João Apolinário)

 

Audi A5 Cabrio 40 TDI

Potência: 204 cv

Preço: 68 500 euros

Veredicto: 3,5 (0 a 5)

 

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