Renault 5 EV dá início à série Electro Pop

O R5 elétrico será lançado em 2024

O estilo é inspirado no Renault Super 5

Regresso ao passado com entrada no futuro

Muitos dos detalhes são interpretações do R5 original

Incrível a diferença de dimensões...

O R5 foi lançado há 50 anos e vai ter sucessor elétrico

Liderar os elétricos na Europa é o objetivo da Renault. O mega plano inclui o R5 elétrico, que marca o início da gama Electro Pop, onde estará ainda um 4L elétrico. Mas o programa é muito mais ambicioso que isso. Conheça todos os detalhes.

 

O “concept-car” do R5 elétrico teve um sucesso tão grande que a sua produção já foi confirmada. Estará à venda em 2024, por isso o melhor é começar já a poupar, sabendo-se que o seu custo de produção será 33% inferior ao do Zoe.

Mas o regresso do R5 é apenas o início da gama Electro Pop da Renault, que vai incluir também um B-SUV elétrico, com estilo inspirado no antigo 4L e para já conhecido com 4ever. É a Renault a brincar aos clássicos, mas a brincadeira é muito séria.

A gama Electro Pop é apenas uma parte do mega plano de eletrificação da marca francesa, que assenta em três objetivos fundamentais: tornar-se numa marca de tecnolgia, de serviços e de energia limpa. Pode parecer abstrato, mas já vamos aos detalhes.

A revolução (elétrica) francesa

Renaulution é o nome desta verdadeira revolução na Renault, que passa pela aposta nos elétricos, nos eletrificados e também no Hidrogénio. Até 2025 foi anunciado o lançamento de 14 novos modelos, sete vão ser 100% elétricos, os outros vão ser híbridos.

Destes 14 novos modelos, metade posiciona-se nos segmentos C e D, mostrando assim a estratégia de subir para segmentos mais lucrativos e depender menos de modelos do segmento B, como o Clio e o Captur, que hoje representam 70% das vendas da marca.

A Renault vai ter duas plataformas elétricas à sua disposição

Para isso, tem à sua disposição duas plataformas, a CMF-EV é destinada a modelos dos segmentos C e D e tem autonomias até aos 700 km. É a base do novo Mégane E-Tech 100% EV.

A segunda plataforma é mais pequena, a CMF-B EV, destinada a modelos do segmento B e com autonomias até aos 400 km.

Líder na Europa há 10 anos

O objetivo de liderar entre os carros 100% elétricos na Europa é, na verdade, a continuação daquilo que se tem passado nos últimos dez anos. A marca tem sido a primeira nas vendas de elétricos com o Zoe, acumulando um total de 400 000 veículos elétricos entregues a clientes, que já percorreram 10 mil milhões de quilómetros.

A médio prazo, a Renault pretende disponibilizar uma gama com 65% de modelos eletrificados, até 2025 e 90%, em 2030. Até ao final da presente década, espera produzir um milhão de veículos 100% elétricos.

Para atingir os seus objetivos, a Renault começou por dar prioridade à ideia de tornar os elétricos acessíveis. Todo o seu mega plano foi estruturado com essa ideia em mente.

Preços a descer

Com os desenvolvimentos que tem planeados, o Group Renault estima que o preço das baterias vá descer 60% nos próximos dez anos, atingindo os 100 dólares por kWh. Quando entrar em comercialização a próxima geração de baterias de eletrólito sólido, esse valor pode descer aos 80 dólares por kWh.

O mega plano abarca todas as áreas de produção de um elétrico

A estratégia da Renault passa também pela redução da dependência de parceiros externos. O mega plano alcança todas as áreas de produção de um automóvel elétrico, através da associação com especialistas para garantir o “made in France”.

Renault ElectriCity

Talvez o mais importante seja o programa para a construção de uma fábrica de baterias no Norte de França, em Douai. Em 2024, esta fábrica estará a produzir 9 GWh, passando aos 24 GWh, em 2030. A fábrica está incluinda num grupo de três unidades a que a marca chama Renault EletriCity.

Estamos a falar de um milhão de baterias até 2030, usando a tecnologia NMC (Níquel, Manganês, Cobalto) que permite atingir mais 20% de autonomia, para o mesmo peso.

Uma decisão importante para reduzir o custo das baterias foi a escolha de um único tipo de célula, que será usada em todos os modelos do Group Renault e em muitos outros modelos da Aliança.

Novas evoluções

A pensar no longo prazo, a Renault comprou 20% da empresa Verkor, especializada em baterias, para desenvolver novos tipos de células que se adaptem melhor a modelos de altas performances, como os Alpine. Uma segunda fábrica será lançada em 2026.

A estratégia de ser menos dependente de terceiros levou a Renault a investir também nos motores elétricos, que já fabrica para os seus modelos há vários anos.

Renault vai evoluir o seu motor elétrico sem ímanes

A evolução do seu motor sem ímanes, tem a vantagem de não exigir metais raros e de baixar os custos de produção.

Motor de fluxo axial

A prazo mais longo, a Renault associou-se à empresa francesa Whylot para o desenvolvimento de um novo motor elétrico de fluxo axial, destinado a modelos híbridos. Trata-se de uma tecnologia que vai permitir diminuir os custos de produção em 30% e reduzir o desperdício de energia em 45%.

A integração do motor elétrico, inversor e carregador de bordo numa única unidade vai permitir, por outro lado, diminuir mais os custos dos BEV e melhorar a arrumação debaixo do capót dianteiro, evitando cabos a passar pela plataforma. É o chamado “e-platform all-in-on”, compatível com arquitetura de 800 Volt.

Software République

Tão ou mais importante que tudo isto é o investimento que o grupo está a fazer em desenvolvimento de software. A “Software République” é um ecosistema aberto que integra mil engenheiros especializados e que tem a tarefa de encontrar soluções para problemas que ainda nem são conhecidos.

Para fechar o ciclo, o plano não deixa de fora a questão da reutilização e reciclagem das baterias dos veículos elétricos, existindo um programa específico para esta importante questão.

Conclusão

Se o R5 e o 4ever recriam o estilo do passado em modelos elétricos e atuais, o mega plano do Group Renault para a liderança dos elétricos na Europa abarca muitos outros temas. A preocupação em trazer para dentro de casa tecnologias fundamentais, para que o negócio seja rentável é notória e isso terá como consequência lógica uma descida dos preços ao público.

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