Primeiro Teste – Peugeot E-308 SW: A mais vendida torna-se elétrica

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A carrinha mais vendida em Portugal passa a ter uma versão 100% elétrica. Primeiro Teste TARGA 67, perto de Barcelona e conduzido por Francisco Mota, para descobrir o que vale a nova Peugeot E-308 SW.

Anunciada desde o lançamento da atual geração do 308, a versão 100% elétrica chega agora ao mercado, nas duas carroçarias do modelo, o compacto de cinco portas e a SW.

Neste Primeiro Teste TARGA 67, feito em estradas perto de Barcelona, já tive oportunidade de guiar ambos, com destaque para a SW, neste momento a carrinha mais vendida em Portugal, considerando todos os segmentos.

Apesar de os SUV dominarem as preferências do mercado, a verdade é que as carrinhas ainda têm muita procura. No caso do 308, a SW representa 15,1% das vendas do modelo no nosso país.

E, apesar de 70% das vendas do 308 serem para empresas, ainda há 30% de particulares a escolher uma versão da gama 308, em Portugal. Uma percentagem acima da média do segmento.

A primeira carrinha elétrica europeia

A E-308 SW é a primeira carrinha elétrica lançada por um fabricante europeu, ampliando assim a oferta EV na marca que lidera entre os elétricos do segmento B.

Além dos símbolos que identificam esta versão elétrica, os E-308 apenas se diferenciam das outras versões pela presença de jantes de 18” com um novo desenho, mais aerodinâmico com pneus 225/40 R18.

O estilo muito distintivo do 308, com uma generosa grelha dianteira, ladeada por faróis esguios com Matriz de LED e luzes de dia verticais, permanece inalterado.

Um estilo conhecido

O capót longo e para-brisas não demasiado inclinado dão ao 308 uma pose premium, reforçada pela última iteração do símbolo da casa Peugeot, colocado na frente e também atrás das rodas da frente.

As luzes de trás em LED e na forma de três rasgos oblíquos são a assinatura luminosa traseira do “leão” da marca francesa. Nada disto precisou ainda de um restyling.

Por dentro, o destaque vai para o volante de raio pequeno, que obriga a consultar o painel de instrumentos digital por cima do aro achatado. No meu caso, o volante tapa parte do painel de instrumentos, na minha posição de condução normal. Tenho que o descer.

Muito boa qualidade

O ecrã tátil central de 10”, no topo da consola, tem um friso inferior de atalhos táteis e configuráveis, sob o qual há um rodapé de botões físicos.

A transmissão é comandada por um pequeno “gatilho” encastrado na consola, ao lado do qual está o minúsculo botão para a função “B” de maior regeneração na desaceleração e o botão dos modos de condução: Eco/Normal/Sport.

A perceção de qualidade continua no topo do segmento e o espaço disponível para os passageiros do banco de trás é suficiente para dois, que vão com as pernas razoavelmente apoiadas.

O lugar do meio é mais estreito, duro e alto. O piso não é plano, pois a bateria está posicionada em “H”, sob os bancos da frente, túnel central e sob o banco de trás.

Plataforma EMP2 V3

A plataforma EMP2 V3 foi pensada desde início para receber uma versão elétrica. A bateria de 51 kWh úteis tem química NMC, com nova composição e anuncia uma autonomia de 410 km em ciclo misto WLTP, na SW e de 417 km, no compacto de cinco portas.

O motor elétrico de nova geração tem 156 cv e 260 Nm, movendo as rodas dianteiras através de uma relação de transmissão única.

Neste Primeiro Teste TARGA 67 comecei por experimentar as diferenças entre os três modos, que são facilmente percetíveis. O modo Eco é bom para uma condução tranquila em cidade. Os outros têm resposta mais rápida do acelerador.

De fácil habituação

Afunção “B” aumenta a retenção nas desacelerações e pareceu-me bem afinada, sendo de fácil habituação para quem nunca guiou um elétrico, pois não é demasiado intensa, nem faz imobilização completa. O pedal de travão está bem calibrado, é progressivo e tem bom ataque inicial.

A sensação de força é suficiente, não é impressionante, até porque o E-308 SW pesa 1785 kg, mais 126 kg que a versão Hybrid Plug-In de 180 cv, por comparação.

Agrada sobretudo a disponibilidade do motor, o que é típico dos elétricos que têm o binário máximo no arranque. Neste caso, vale 270 Nm.

Confortável e silencioso

Claro que a insonorização é ainda melhor que nas versões térmicas. O motor elétrico não faz quase nenhum ruído em autoestrada, o ruído de rolamento está muito bem isolado e apenas se notam alguns sons vindo da aerodinâmica.

A suspensão mostrou boa tolerância nas bandas sonoras mais altas, sem com isso perder controlo da carroçaria a maior velocidade e sobre pisos desnivelados.

De resto, o E-308 SW mantém o caráter das outras motorizações do modelo. Bom equilíbrio entre conforto e controlo, apesar de se notar mais o peso, como é natural.

Autonomia e carregamento

Neste breve Primeiro Teste TARGA 67, ainda não tive oportunidade de aferir os consumos da forma que habitualmente faço. Mas, num percurso com muita autoestrada, percorrida em torno dos 100 km/h, o computador de bordo marcou 14,5 kWh/100 km. A confirmar num teste mais prolongado.

A bateria pode ser carregada a 11 kW AC ou a 100 kW DC, neste segundo caso demora 25 minutos para subir dos 20% aos 80% de carga.

Conclusão

Esta versão E-308 SW posiciona a Peugeot num segmento fundamental para os carros elétricos, com um produto que mantém o essencial do carácter das outras motorizações. Estará disponível no final de 2023 com preços a começar nos 43 200 euros, sendo o 5 portas hatchback vendido por 42 000 euros.

Francisco Mota

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