Primeiro Teste – Peugeot E-2008: como o campeão se reforçou

← →

O modelo mais vendido em Portugal em 2022 recebeu um restyling e a versão elétrica passou a estar disponível com duas potências diferentes. Saiba o que mudou no Peugeot 2008 e conheça as primeiras impressões de condução do E-2008 mais potente, em mais um Primeiro Teste TARGA 67, conduzido por Francisco Mota.

Em 2022, o Peugeot 2008 foi o campeão de vendas, o modelo mais vendido em Portugal, consolidando uma performance comercial que já tem mais de três anos, período durante o qual tem sido o líder de vendas entre os B-SUV.

Um fenómeno que a Peugeot tem tratado com muito cuidado, tanto no nosso país como no resto da Europa. Por isso surge agora este restyling da gama, depois do lançamento do modelo em finais de 2019.

Este restyling, sem ser muito profundo, alinha o modelo com a nova face de família dos modelos do leão, já mostrada no também renovado 508 e destaca-se por uma frente de novo desenho.

O que mudou por fora…

Tanto ao nível do estilo da grelha, que passa a incluir tinta na cor da carroçaria, como do para-choques e das luzes de dia, que continuam na vertical mas passam de uma a três unidades, de cada lado, uma tendência que se vai encontrar nos futuros modelos da marca.

A vista traseira também foi modificada, com os dois grupos de três LED agora dispostos na horizontal, para dar maior sensação de largura ao 2008; novo para-choques e novo lettering para a palavra Peugeot, escrita por extenso numa faixa preta, colocada entre as luzes e sob o óculo traseiro. Jantes de novo desenho também estão presentes com pneus 215/55 R18.

… e por dentro

No interior, o maior destaque vai para o ecrã tátil central que passa de 7 a 10 polegadas, para todas as versões.

O comando da transmissão passa também a ser feito através do botão balanceiro encastrado na consola, conhecido dos mais recentes modelos da marca, com botões relacionados ao lado, incluindo o “B” de maior regeneração, na versão E-2008 que guiei neste primeiro teste.

Novo motor e bateria

Em termos técnicos, as diferenças do E-2008 estão no novo motor elétrico, que continua colocado em posição dianteira transversal, propulsionando as rodas da frente.

Mas agora passa a debitar um máximo de 115 kW (156 cv), em vez de 100 kW (136 cv) mantendo o mesmo binário máximo de 260 Nm. É uma unidade inteiramente nova com maior eficiência.

A bateria de iões de Lítio também viu a sua capacidade aumentada de 50 kWh para 54 kWh, carregando a potências até 100 kW, situação em que vai dos 20 aos 80% em 30 minutos. A colocação desta bateria levou ao rebaixamento do fundo do carro em 7 mm, com ganhos na aerodinâmica.

Na estrada

Neste primeiro contacto dinâmico, na zona de Málaga, usei percursos urbanos, estradas secundárias sinuosas e vias rápidas, mas não foi a altura ideal para confirmar os anunciados aumentos de autonomia, que passaram de 345 km, para 406 km em ciclo misto.

O condutor continua a ter disponíveis três modos de condução, limitados em potência e binário quando se usa o acelerador até ao primeiro batente: 60 kW e 180 Nm, em Eco; 80 kW e 220 Nm, em Normal e 115 kW e 260 Nm, em Sport. Em qualquer dos modos, acelerando totalmente a fundo, acede-se aos valores máximos.

Tudo bem afinado

O que foi possível constatar foi a boa resposta do motor elétrico, mesmo no modo Eco. É o modo ideal para cidade, sobretudo se usado em conjunto com a função “B” de maior regeneração, que não chega a imobilizar o E-2008 mas faz uma retenção bem calibrada que chega a uma desaceleração máxima de 1,2 m/s2, o que ajuda a usar menos vezes o pedal de travão.

A direção está bem assistida e a suspensão mostrou um bom nível de conforto. A Peugeot não fez alterações de chassis, confirmando que o E-2008 tem um acerto de suspensão em que o conforto é uma prioridade, mais do que as proezas dinâmicas, como acontece noutros modelos da marca.

Prioridade ao conforto

E isso ficou claro numa estrada com muitas curvas. Usando o modo Sport, que torna o acelerador mais rápido, é normal que a velocidade de entrada em curva suba um pouco, até porque a Peugeot anuncia uma aceleração 0-100 km/h em 9,1 segundos (menos 0,8 segundos que o motor de 136 cv).

Exagerando um pouco, a subviragem é a tendência normal do E-2008, sendo fácil de recuperar, desacelerando. Mas claro que se notam os 1663 kg desta versão de 156 cv na altura de travar mais forte, são mais 113 kg que na versão de 136 cv.

Qualidade e espaço

De resto, o habitáculo continua a ter um nível de qualidade no topo do segmento, com materiais suaves ao toque em grande parte dos revestimentos e muitos detalhes de estilo que agradam, como as teclas de atalhos e funções secundárias na consola, ou a boa legibilidade e baixa latência do novo infotainment.

O espaço nos lugares de trás é bom para o segmento, beneficiando de um piso que não é demasiado alto, devido à colocação em “H” dos módulos da bateria, sob os bancos da frente, de trás e no túnel central.

A gama 2008 vai chegar a Portugal no Verão, com o motor 1.2 PureTech de 100 cv (26 040 euros) ou 130 cv, o 1.5 BlueHDI e o E-2008 que continuará a estar à venda na versão de 136 cv (39 690 euros) e na nova de 156 cv (40 690 euros).

Conclusão

A Peugeot reforça assim um dos modelos preferidos dos compradores europeus e portugueses, com destaque para a versão elétrica. As mudanças são as julgadas necessárias para atualizar o modelo em termos de estilo e reforçar a oferta, com aumento de autonomia máxima, o que é sempre uma boa notícia para quem anda à procura de um elétrico do segmento B-SUV.

Francisco Mota

Ler também seguindo o LINK:

Crónica – Renault Rafale: onde é que já vi isto?…