Os resultados da integração da Opel na PSA não podiam ser melhores. A marca alemã passou a dar lucro e a lançar modelos cada vez mais apelativos. O novo Mokka foi buscar inspiração ao clássico Manta e a Opel até já anunciou os preços para Portugal.

 

Primeiro, a Opel mostrou-o camuflado, como é a moda e a seguir divulgou as primeiras fotos. Agora chegou finalmente a altura de ver o novo Mokka ao vivo, numa conferência em que estive presente, se bem que online, como mandam as normas do bom-senso nesta fase da pandemia.

O Mokka é um dos modelos mais importantes da Opel, pois vem reposicionar a marca no topo do segmento B-SUV, aquele que tem mostrado maior crescimento na Europa.

Substitui a primeira geração, que teve bastante sucesso em vários mercados europeus. Em Portugal, o arranque foi mais difícil, pela questão da classificação como classe 2 nas portagens.

Esta nova geração foi projetada já depois da integração da Opel no grupo PSA, em 2017, por isso é feita já com base na plataforma CMP, que é uns impressionantes 120 kg mais leve que a do anterior Mokka.

É a mesma de modelos como o Peugeot 2008 e DS3 Crossback, entre outros, incluíndo a variante elétrica. Mas, visto por fora, ou por dentro, ninguém diria.

Desenho junta passado e presente

Basta olhar para o desenho do Mokka para se perceber que é a continuação lógica do “concept-car” GTX Experimental de 2018, com a grelha integral que a marca chama “Vizor” a ser a grande novidade.

Este novo desenho de frente inclui tudo numa única área escura e bem delimitada. A Opel diz que foi buscar inspiração à grelha da primeira geração do Opel Manta. Para quem ainda se lembra.

Tanto as luzes de dia como os farolins têm o formato da “asa” da Opel, a assinatura luminosa da marca. O perfil usa vários “truques” para fazer o Mokka parecer ter uma grande altura ao solo e um tejadilho baixo. As embaladeiras têm aplicações para dar esse efeito e o tejadilho é pintado numa segunda cor.

A superfície ondulante do capót também se inspirou na do primeiro Manta, tal como a linha de cintura e algumas das formas arredondadas dos flancos.

Misturar um coupé dos anos setenta com um SUV atual tinha tudo para dar mau resultado, mas a equipa de estilo liderada por Mark Adams conseguiu fazer a quadratura do círculo.

Também diferente por dentro

Por dentro, o painel de instrumentos digital “Pure Panel” forma uma superfície contínua e brilhante com o monitor tátil central. Depois há opções de personalização colorida, que já ficam ao gosto de cada um.

Numa decisão que só posso aplaudir, foram mantidos alguns botões físicos em plástico na consola, fora dos menus do infotainment: os dos seus atalhos e os da climatização. Evita-se ter que desviar os olhos da estrada durante muito tempo.

Sou adepto das tele-conferências, pela segurança anti-pandemia mas também pelo tempo que se poupa em viagens. Mas é verdade que se perde alguma informação.

Por exemplo, à distância não me posso sentar nos lugares traseiros do Mokka e avaliar o espaço. Mas se estiver ao nível do irmão Peugeot 2008, será um dos melhores da classe.

Os motores conhecidos da PSA

Quanto às motorizações anunciadas, a Opel segue os passos das outras marcas da PSA, como seria de esperar.

Lá estão os motores a gasolina 1.2 Turbo de 100 cv ou 130 cv; e o motor Diesel 1.5 Turbo D com 110 cv, disponíveis com caixa manual de seis ou automática de oito e emissões de CO2 a oscilar entre os 100 e os 111 g/km.

O Mokka é o primeiro Opel a ser lançado com uma versão elétrica disponível desde o primeiro dia.

Usa a mesma bateria de 50 kWh, disposta em “H” sob os bancos da frente, túnel central e banco de trás dos seus “primos” franceses. Tem 136 cv e 260 Nm, anunciando uma autonomia de 324 km. Num carregador DC de 100 kW, demora 30 minutos a chegar aos 80% de carga.

E os preços?…

A Opel também já divulgou os preços do Mokka para o mercado nacional. Considerando as versões base, o 1.2 Turbo de 100 cv custa 21 100 euros, o 1.2 Turbo de 130 cv custa 22 600 euros, o 1.5 Turbo D custa 24 500 euros e o Mokka-e custa 36 100 euros. Ligeiramente abaixo do 2008.

Para uma marca que nasceu em 1862 e construiu o seu primeiro carro em 1899, o novo Mokka é mais um marco importante na sua história. De agora em diante, todos os novos modelos da marca vão ter o mesmo desenho da frente, com a grelha “Vizor” e o novo símbolo da marca.

Conclusão

Do ponto de vista do estilo, que é sempre aquilo que mais toca os compradores, o Mokka demonstra também que a Opel sabe inovar e arriscar. Só se percebe que esta mudança não tenha sido feita logo com o Corsa por razões de falta de tempo e porque a estreia de um novo ar de família, tem hoje muito mais impacto se feita com um SUV.

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