Renault Scénic E-Tech Electric

Plataforma partilhada com o Mégane E-Tech Electric

Maior distância entre-eixos que o Mégane E-Tech Electric

Nova frente de família dos próximos elétricos da marca

Detalhes aerodinâmicos no spoiler de tejadilho

Versão Esprit Alpine disponível

Efeito da grelha com losangos

Novo desenho de jantes para o Scénic

Nova frente do Scénic será vista noutros modelos

Aplicações de plástico simbolizam posição da bateria

Na quarta geração, o Scénic passa a 100% elétrico

Pintura em duas cores e desenho do terceiro pilar

Desenho novo das luzes de trás

Tejadilho em vidro regula a opacidade

Vão estar disponíveis duas baterias

Mais espaço nos lugares de trás, face ao Mégane E-Tech EV

Bancos posicionados um pouco mais altos no Scénic

Tablier partilhado com o Mégane E-Tech EV

Apoio de braços com suportes para smartphone e tablet

Mala tem 545 litros de capacidade

O Renault Scénic vai voltar já em 2024, em modo 100% elétrico. A nova geração SUV, partilha a plataforma CMF-EV do Mégane E-Tech Elétrico, mas estreia um novo visual. Já o vi de perto e falei com os estilistas e engenheiros. Saiba tudo no blog TARGA 67, num artigo assinado por Francisco Mota.

 

O lançamento do Scénic original, em 1996, marcou um ponto de viragem do mercado, no segmento dos familiares compactos. A fisionomia monovolume descia pela primeira vez ao tamanho de automóveis mais vendido na Europa, na altura, depois de um primeiro “concept-car” ter sido mostrado, cinco anos antes, no Salão de Frankfurt.

Na quarta geração, o Scénic passa a 100% elétrico

A novidade era tão disruptiva, como agora se diz, que a Renault preferiu manter uma ligação clara com o seu familiar compacto da altura, o Mégane, tanto a nível de estilo como de nome, pois a primeira geração começou por se chamar Mégane Scénic.

Original foi um sucesso

O novo modelo partilhava a plataforma, motores e o máximo de componentes possível com as outras versões da gama Mégane, para aumentar sinergias e diminuir custos. As maiores novidades estavam no interior. A preferida dos condutores era a posição de condução mais alta.

Nova frente do Scénic será vista noutros modelos

Mas a grande vantagem era mesmo o espaço disponível, a posição mais natural de todos os assentos, do que numa berlina e a versatilidade de utilização dos cinco lugares, para não falar da maior capacidade da mala.

Scénic: o que quer dizer

Talvez poucos se lembrem, mas Scénic é um conjunto de letras que tem um significado, eram as iniciais de: Safety Concept Embodied in a New Innovative Car.

A fórmula agradou aos pais (e mães) de família durante três gerações, totalizando nada menos do que 5,3 milhões de unidades vendidas, 2 milhões das quais ainda rolam nas estradas, antes da passagem agora à geração elétrica.

Renault Scénic E-Tech Electric

Esta quarta geração estreia um novo visual para os modelos elétricos da Renault, com uma frente modernizada que abandona os faróis em forma de “C”, que caracterizaram todos os modelos da marca nos últimos anos.

Nova face de família

É um desenho que vai redefinir a maneira como vemos os Renault, num plano estratégico que estará concluído até 2026. Maior foco na experiência humana, na inventividade e na responsabilidade ecológica, segundo Gilles Vidal, o diretor de estilo da marca, são as prioridades.

Maior distância entre-eixos que o Mégane E-Tech Electric

Vidal deseja criar novos ícones do mundo automóvel, como o Scénic original foi em 1996, definindo três eixos para o atingir: “um estilo atraente, emergente e que se distinga da multidão dos outros modelos à venda no mercado”. Mas o mestre de estilo, que veio da Peugeot, admite que só o tempo dirá se um carro se torna num ícone.

Vi-o há vários meses

Ao vivo, fechado no Technocenter da Renault em França, onde o vi pela primeira vez há vários meses (mas sem ordem para o fotografar) ou no palco iluminado pelos holofotes do salão de Munique desta semana, onde foi mostrado ao público pela primeira vez, o Scénic gera o efeito de novidade. E isso é o mais difícil, nos tempos que correm.

Tablier partilhado com o Mégane E-Tech EV

As semelhanças estéticas com o Mégane E-Tech elétrico são poucas, mas talvez passem a ser mais, quando este receber o seu primeiro restyling…

O capót destacado mantém o formato em concha do Mégane E-Tech elétrico, mas com formas bem diferenciadas. O comprimento total é de 4,47 metros, contra os 4,21 m do Mégane E-Tech EV. Na base das portas tem aplicações que simbolizam a presença da bateria sob o habitáculo.

Nova frente

A grelha é semi-falsa, com losangos a passarem de preto, no centro, para a cor da carroçaria, nos extremos, num efeito muito curioso. Os faróis são mais baixos, tal como as luzes de trás.

Plataforma partilhada com o Mégane E-Tech Electric

As proporções dão destaque à grande distância entre-eixos de 2784 mm (mais 9 mm que no Mégane), necessária para alojar a bateria, com vãos dianteiro e traseiro curtos, de 843 mm e 840 mm, respetivamente.

A preocupação com a eficiência aerodinâmica fica bem clara nas pequenas aletas colocadas nos guarda-lamas traseiros, nos prolongamentos verticais do spoiler de trás, bem como nas cortinas ativas da frente. As vias são ligeiramente mais largas que as do Mégane.

Mais espaço

Mas esta maior distância entre-eixos, serve também para aumentar o espaço nos lugares da segunda fila, face ao Mégane. A posição dos bancos está 625 mm mais alta que no Mégane e a mala tem 545 litros, parecendo ter uma boca de carga relativamente alta e estreita.

Bancos posicionados um pouco mais altos no Scénic

O piso interior é plano, facilitando o acesso e a utilização do lugar central da segunda fila. Na frente, há uma partilha próxima de componentes com o Mégane.

Por exemplo o painel de instrumentos de 12”, volante de formato quase quadrado e do ecrã tátil central vertical, também de 12”, como uma nova versão do sistema OpenR Link, que usa o Google Automotive com mais aplicações.

Tejadilho escurece

Mas também há novidades, como o Solarbay, um tejadilho panorâmico em vidro desenvolvido pela Saint-Gobain, cuja opacidade que pode ser regulada, escurecendo à medida das preferências dos passageiros, regulando um comando. O apoio de braços traseiro tem suportes para smartphone e tablet. Não há pele de animal no interior, nem cromados na carroçaria.

Tejadilho em vidro regula a opacidade

No interior, todos os tecidos são reciclados, não há pele de origem animal e 85% de todos os materiais são reciclados. No total, o Mégane usa 24% de materiais reciclados (em massa) e não é por serem mais baratos, pelo contrário.

A mesma base do Mégane E-Tech EV

Em termos técnicos, o Scénic tem suspensão independente às quatro rodas e tração à frente. A afinação da suspensão é mais virada para o conforto que no Megane, segundo a marca.

Mais espaço nos lugares de trás, face ao Mégane E-Tech EV

A diretora de produto confirmou que a tração às quatro rodas e uma distância entre-eixos ainda maior, ficará reservada para um outro modelo elétrico, a posicionar acima deste Scénic e que talvez tenha sete lugares.

A maior bateria disponível tem 114 mm de altura e 87 kWh de capacidade, o que permite à Renault anunciar uma autonomia superior a 620 km, em ciclo misto WLTP. A potência máxima de carregamento é de 150 kW, bastando 38 minutos, para ir dos 15 aos 80% de carga.

Progressos elétricos

A Renault anuncia uma subida de 6% na densidade energética da bateria, face à usada pelo Megane E-Tech elétrico, estando integrada de série uma bomba de calor.

Os engenheiros da Renault avançaram também a informação de que o Scénic utiliza um novo tipo de motor elétrico, fabricado pela própria marca, com oito polos de enrolamento no estator em vez de ímanes.

Versão Esprit Alpine disponível

A potência máxima anunciada é de 220 cv e 300 Nm de binário máximo, para a versão com a bateria maior e foi dito que a sua capacidade de regeneração foi melhorada.

Duas versões

Existe também uma bateria mais pequena de 60 kWh, com motor de 170 cv e 280 Nm, com autonomia combinada de 420 km, sempre em ciclo WLTP.

Para a versão Autonomia Standard de 170 cv, a bateria de 60 kWh carrega até 130 kW DC, a aceleração dos 0 aos 100 km/h demora 9,3 segundos e atinge os 150 km/h.

Apoio de braços com suportes para smartphone e tablet

A versão Autonomia Extra de 220 cv e bateria de 87 kWh carrega até 150 kW e acelera dos 0 aos 100 km/h em 8,4 segundos, atingindo os 170 km/h. O peso total desta versão é de 1842 kg.

Som e música

Tal como no Mégane, existe um isolamento acústico entre a bateria e o fundo do carro, para minimizar ruídos de rolamento. E os retrovisores têm um formato novo, para diminuir os ruídos aerodinâmicos nesta zona crítica.

Efeito da grelha com losangos

O famoso compositor e pioneiro de musica eletrónica Jean-Michel Jarre, foi convidado para compor a música de inicialização do Scénic, que se ouve no habitáculo quando se liga o carro. E também o som obrigatório, emitido para os peões, quando se circula abaixo dos 30 km/h.

Na área das ajudas à condução, o Scénic propõe trinta sistema diferentes, alguns deles evoluídos face ao que era conhecido. Existe um “safety coach” que dá indicações de condução visando a segurança.

Conclusão

As encomendas para o novo Scénic E-Tech EV abrem em Novembro e as primeiras entregas estão previstas para a Primavera de 2024. Ainda não foram avançados preços, mas é de esperar que se situem um pouco acima dos do Mégane E-Tech Elétrico, para versões equivalentes. De resto, o CEO do grupo Renault, espera que o novo Scénic seja mais um modelo que “traga de volta a magia aos carros.”

Francisco Mota

Ler também, seguindo o link:

Primeiro Teste – Renault Espace E-Tech: Passa de monovolume a SUV