Salão de Munique – que sentido faz um evento assim?

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A edição deste ano do Salão Automóvel de Munique, o IAA, esteve ao nível do que se viu na edição de 2021, ou seja, muito pobre de presenças e mais ainda de novidades. Ainda assim foi possível reunir umas quantas, para mostrar aos leitores do TARGA 67.

Quem se lembra dos grandes salões automóveis de há dez anos, não pode deixar de ficar estupefacto por chamarem salão internacional a este evento de Munique.

Instalações de grande qualidade, dimensão e funcionalidade é coisa que não falta. O que faltou foram as marcas de automóveis.

Em seis pavilhões, a esmagadora maioria dos expositores eram empresas fornecedoras da indústria, desde as mais tradicionais às mais recentes. Todas viradas para interagir com visitantes profissionais especializados.

Evento dividido

As poucas marcas que decidiram comparecer dividiram-se entre as instalações da feira e um recinto improvisado no centro da cidade.

Pode ser uma boa ideia para os contactos com o público, mas esvazia o salão ainda mais, porque as marcas não duplicaram a sua presença. Algumas só estiveram na rua.

A logística de visitar ambos os espaços em poucas horas fica, obviamente, complicada. Mas a dispersão não se ficou por aqui, pois algumas das marcas preferiram mostrar as suas novidades em eventos restritos aos seus próprios convidados, noutros locais e antes da abertura do salão.

Salvou-se a Renault

Quando as portas do salão abriram, todos os novos modelos já tinham sido vistos e divulgados nos meios digitais. A única exceção, honra lhe seja feita, foi a Renault que só desvendou o Scénic E-Tech EV na habitual conferência de imprensa do salão.

À hora marcada, lá estavam as figuras de proa do Grupo Renault, com o CEO Luca de Meo à frente, para mostrar a quarta geração do Scénic, que passa a 100% elétrico já em 2024, partilhando quase tudo com o Mégane E-Tech elétrico. Por ver todos os detalhes no link no final deste texto.

A marca francesa tinha também em exposição o Rafale e o “concept-car” H1st Vision, que antecipa o interior dos seus futuros modelos.

VW GTI vai ser elétrico

A novidade que mais entusiasmo e polémica trouxe foi o VW ID.GTI Concept, um “show car” que mostra com grande detalhe como será a silhueta da próxima geração do Golf e assegura que, afinal, os GTX não vão substituir os GTI, entre as versões desportivas, quando tudo passar para os elétricos.

Igualmente importante, o BMW Neue Klasse, mais um “concept-car” que aponta as vias que a marca vai seguir para as suas berlinas elétricas de nova geração. As que vão ser feitas sobre uma plataforma dedicada. Ao lado estava a nova geração do Série 5 e a versão elétrica i5.

Ainda no stand do grupo VW, que aglomerava todas as marcas e que teve o CEO Oliver Blume como mestre de cerimónias durante a conferência de imprensa, havia outras novidades.

O ID.7 mostrava como vai ser o Passat da geração elétrica e o Audi Q6 e-tron fazia o mesmo para o SUV intermédio da marca dos quatro anéis. Sem esquecer a presença do Cupra Tavascan, outro SUV elétrico.

Tesla, Opel…

Muito discreta a presença do restyling do Tesla Model 3, que ganhou elegância no desenho da frente e maior qualidade por dentro, além de atualizações na utilização.

A Opel mostrava o “concept-car” Experimental que promete ser a inspiração para todos os Opel elétricos do futuro próximo, com um desenho que só podia ser Opel.

A BYD mostrava mais um modelo para a Europa, da sua linha Ocean, o Seal U, um SUV baseado na versão berlina e com ares de Porsche Macan.

Muitos chineses

Marcas chinesas estavam presentes em maior quantidade, algumas mostrando frotas de modelos para os segmentos mais vendidos na Europa, outras veículos mais pequenos. Todas com o mesmo objetivo: conquistar a Europa, seja lá o que isso queira dizer.

Fora do salão, expostos no centro da cidade, podiam ser vistas as novas gerações do Mini Cooper e do Mini Countryman, a MB mostrou o CLA Concept e o Smart #3.

Conclusão

Honestamente, tenho dificuldade em perceber a utilidade de um evento como este. Quase não há novidades para ver, a divisão por dois locais só dificulta a visita e a ideia de que se trata de um salão de mobilidade só serve para tornar tudo ainda menos interessante. Mobilidade é uma necessidade, não é uma paixão, como os automóveis ainda são para muitos.

Francisco Mota

Ler também, seguindo o link:

Novidade – Renault Scénic E-Tech EV: Regresso em modo elétrico