Toyota Corolla Cross Hybrid (fotos de João Apolinário)

O estilo é claramente inspirado no RAV4

Corolla Cross é o novo C-SUV da marca

A gama Corolla recebe agora a quarta versão

Pneus 225/50 R18 contribuem para o conforto

Estreia da quinta geração do sistema híbrido da Toyota

Tablier é dominado pelo ecrã central

Novo sistema de infotainment com ecrã 10,2"

Módulo da climatização separado é mais fácil de usar

Painel de instrumentos digital tem muita informação

Três modos de condução à escolha

Muitos plásticos duros no habitáculo do Corolla Cross

Bancos dianteiros são macios e confortáveis

Espaço suficiente na segunda fila de bancos

Mala tem 428 litros de capacidade

Suspensão confortável em quase todos os pisos

Condução suave e com força mais que suficiente

Aceleração 0-100 km/h anunciada em 7,6 segundos

Comportamento dinâmico muito estável e seguro

Apesar de já ter vários SUV na gama, à Toyota faltava um modelo familiar para o segmento dos compactos. O Corolla Cross é exatamente isso, tendo em mira o Peugeot 3008 e VW Tiguan. É o primeiro protagonista do Teste TARGA 67 no novo ano de 2023.

 

Entre o C-HR e o RAV4 havia um espaço na gama europeia de SUV da Toyota. O primeiro tem o perfil de um SUV-Coupé, o segundo posiciona-se já no segmento acima, em termos de dimensões e preço. Faltava um C-SUV para rivalizar diretamente com modelos como o VW Tiguan ou o Peugeot 3008, só para dar dois exemplos, entre muitos rivais que povoam o segmento.

Única versão disponível tem tração à frente

Com 4,46 metros de comprimento, o Corolla Cross tem praticamente o mesmo comprimento do 3008 (4,45m) e pouco menos que o Tiguan (4,51m) numa carroçaria com uma estética que se aproxima mais do RAV4 que da gama Corolla, que lhe empresta o nome.

A plataforma é a mesma GA-C do Corolla e outros modelos da Toyota, com uma frente e arcos das rodas a fazer lembrar o RAV4, mas num desenho menos “offroad” e mais urbano.

Quinta geração híbrida

A única motorização disponível é um 2.0 “full hybrid” a gasolina, mas numa nova geração, a quinta da Toyota. O motor de quatro cilindros tem 152 cv e o motor elétrico tem 112 cv, resultando numa potência máxima combinada de 197 cv, contra os 184 cv da anterior geração.

Estreia da quinta geração do sistema híbrido da Toyota

Mais uma vez, a transmissão de variação contínua foi melhorada, para que a subida de regime do motor fique mais proporcional ao movimento do pedal da direita.

A bateria de iões de Lítio está sob o banco de trás e tem mais 14% de potência, menos 14% de peso e menos 14% de perdas que a anterior.

Interior conservador

Quanto ao interior, o Corolla Cross partilha alguns componentes do tablier com as outras versões da gama Corolla. Estreando um novo painel de instrumentos digital com mais informação sobre o sistema híbrido, mas um computador de bordo um pouco confuso.

Tablier é dominado pelo ecrã central

O sistema de infotainment também é novo, tem um ecrã tátil de 10,5” destacado no topo da consola, tem melhores gráficos e funciona muito melhor que a geração anterior, mas tem pouca informação.

A impressão de qualidade não impressiona, contando com muitas superfícies de plástico duro. Provavelmente durável, como é hábito na marca.

Espaço suficiente

O espaço nos lugares da frente é mais que suficiente, mas na segunda fila o volume dos bancos da frente não liberta muito comprimento para as pernas.

Bancos dianteiros são macios e confortáveis

A altura é boa, sem se ter aquela sensação de tejadilho alto de outros SUV. A largura é suficiente. A mala tem 428 litros de capacidade e não é difícil de utilizar ou carregar.

Espaço suficiente na segunda fila de bancos

O condutor tem três modos de condução à escolha num botão: Eco/Normal/Sport, além da posição de maior regeneração “B”, na alavanca da caixa.

Muito suave de guiar

Começando pelo modo Eco, em cidade, a resposta do sistema é muito suave e decidida, desde baixas velocidades. A intervenção do motor elétrico é fácil de perceber.

Aceleração 0-100 km/h anunciada em 7,6 segundos

Raramente o motor a gasolina tem que subir acima das 3000 rpm, mantendo-se silencioso. São muitas as ocasiões em que o quatro cilindros é desligado e o Corolla Cross segue apenas em modo elétrico. Há uma luz no painel para indicar isso.

A posição de condução não é das mais altas do segmento, fazendo com que os grandes retrovisores exteriores prejudiquem a visibilidade nos cruzamentos. O volante está bem posicionado e tem boa pega, mas precisava de maior ajuste em alcance.

Muito bem calibrado

A direção tem o nível de assistência certo e o pedal de travão é fácil de dosear, mostrando a imensa experiência da Toyota no domínio dos híbridos.

Condução suave e com força mais que suficiente

O modo “B” de maior regeneração não é muito intenso, mas dá uma boa ajuda no trânsito, diminuindo a frequência de uso do pedal de travão.

Desde que não apareçam irregularidades muito pronunciadas na estrada, o conforto da suspensão independente à quatro rodas, dos pneus 225/50 R18 e dos bancos macios é bom.

Consumos baixos

No meu habitual teste de consumos em cidade, em modo Eco, com a função “B” ativa e A/C desligado, obtive um valor de 4,5 l/100 km. O painel de instrumentos informou-me que em 58% da distância o sistema usou o modo zero emissões.

Comportamento dinâmico muito estável e seguro

Antes de entrar na autoestrada, testei o modo Normal que dá maior sensibilidade ao acelerador, mas obriga o motor a gasolina a manter-se em regimes mais altos.

Como a insonorização do motor não é perfeita, voltei de imediato ao modo Eco, cujo decréscimo de resposta do acelerador não é minimamente problemático em condução citadina.

Aqueles retrovisores…

Em vias rápidas e autoestrada, logicamente que o motor a gasolina roda a regimes mais altos, durante mais tempo aumentando o nível de ruído a bordo.

Mas desde que não se acelera de forma súbita, a subida de regime não é exagerada. Com alguma atenção ao pé direito, é possível manter um ambiente sonoro aceitável.

Corolla Cross é o novo C-SUV da marca

A estabilidade a velocidades de autoestrada é muito boa, não se notam nenhuma das oscilações típicas de SUV mais altos, quando passam por bossas ou depressões do piso e ouvem-se poucos ruídos de rolamentos, mas os retrovisores fazem ruídos aerodinâmicos.

Quanto aos consumos em autoestrada, rolando a 120 km/h e sempre com o A/C desligado, obtive um valor de 6,0 l/100 km. Em ambos os caso, são consumos muito bons para um C-SUV, ao nível ou abaixo de um Diesel equivalente.

Bom modo Sport

É clara a vocação familiar do Corolla Cross Hybrid, mas não podia deixar de o testar numa estrada secundária, usando o modo Sport, que dá ao acelerador uma resposta mais rápida, permitindo fazer os 0-100 km/h em 7,6 segundos.

Painel de instrumentos digital tem muita informação

Além disso, não deixa cair imediatamente as rotações do motor, quando se desacelera. Há maior proporcionalidade entre o som do motor e o movimento do acelerador, em Sport. E a bateria mantém-se facilmente com meia carga.

Vocação familiar

Claro que o comportamento não quer ser desportivo. A direção é um pouco filtrada, em pisos molhado a motricidade não é perfeita e a suspensão traseira está sempre muito “agarrada” quando o asfalto está seco.

Novo sistema de infotainment com ecrã 10,2″

Mas a inclinação lateral em curva não é exagerada e o ESC entra em ação de forma progressiva, sem alarmismos, quando se força um pouco o andamento e a frente entra em subviragem. Os 1580 kg não ajudam a agilidade.

A sensação de segurança é sempre muito alta, reforçada pelo T-Mate, o nome que a marca dá ao conjunto de ajudas à condução. Há também um airbag entre os lugares da frente.

Conclusão

O Corolla Cross Hybrid acerta em cheio no alvo das necessidades de um C-SUV, sobretudo no funcionamento da quinta geração do sistema “full hybrid”. E nem sequer se faz pagar por valores acima da concorrência. É mais uma prova de que sistemas híbridos como este não merecem ser ignorados pelos incentivos fiscais.

Francisco Mota

(fotos de João Apolinário)

 

Toyota Corolla Cross Hybrid

Potência: 197 cv

Preço: 38 190 euros

Veredicto: 4 (0 a 5)

 

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