PHEV obriga a preocupação com cabos e pontos de carga

Sistema híbrido Plug-in com bateria ao centro

Modos de propulsão num PHEV

PHEV ou "plug-in" pode (e deve) carregar a bateria de fonte exterior

Sistema "full hybrid" com bateria mais pequena atrás

Numa altura em que as marcas introduzem diferentes tipos de eletrificação nos seus modelos, usando o nome híbrido para todos eles, convém saber do que falamos, quando falamos de híbridos. Saiba quais são as diferenças entre um HEV e um PHEV, em mais um post sobre Técnica no blog TARGA 67.

 

A crescente exigência no limite de emissões de CO2 dos motores a combustão, tem levado os construtores de automóveis a introduzir sistemas híbridos nos seus modelos. Mas a palavra híbrido, que todos usam de forma mais ou menos indiscriminada, não tem sempre o mesmo significado.

Existem diferentes tipos de sistemas híbridos, usados de acordo com os objetivos de cada marca, para cada modelo. Pode dizer-se então que há vários níveis de hibridização de um motor a combustão.

HEV e PHEV: significado

Os dois níveis superiores são identificados por duas siglas, os HEV (Hybrid Electric Vehicle) e os PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle). No primeiro caso, temos um motor a gasolina associado a um sistema elétrico. Este é composto por uma bateria de baixa capacidade e por um motor/gerador elétrico de potência média.

Na maioria dos casos, o motor elétrico e o gerador podem ser duas máquinas elétricas separadas, ou ser uma só, funcionando como motor, na aceleração e como gerador, na desaceleração.

Como funciona um HEV

Num HEV, o papel da parte elétrica é ajudar o motor a gasolina nas situações em que este é menos eficiente, nomeadamente nos arranques, nos baixos regimes e nas recuperações de velocidade.

Sistema “full hybrid# com bateria mais pequena atrás

Um sistema HEV, também conhecido como “full hybrid” não tem como objetivo fazer andar o automóvel apenas com a força elétrica durante muito tempo seguido, pois a bateria não tem capacidade para isso.

Contudo, consegue fazer arrancar o veículo apenas com o motor elétrico e, em variadas situações de trânsito, é capaz de fazer mover o automóvel, desligando o motor a gasolina por completo.

Grande descida de consumos

Os momentos de tração 100% elétrica podem não ser muito prolongados, mas são muito frequentes, podendo atingir até cerca de 50% da distância percorrida, quando utilizados em meio urbano.

O resultado é uma acentuada descida de consumo de combustível, face a um motor a gasolina com prestações idênticas, que não tenha sistema híbrido. Valores na casa dos 5,0 l/100 km são facilmente atingíveis num bom HEV dos segmentos B ou C, circulando em cidade.

Como funciona um PHEV

Um PHEV, vulgarmente chamado “plug-in” tem na bateria de maior capacidade a principal diferença.

Sistema híbrido Plug-in com bateria ao centro

Ao contrário dos HEV, em que a bateria é carregada apenas através da regeneração nas travagens e desacelerações, nos PHEV a bateria também pode (e deve) ser carregada através de uma tomada AC de corrente elétrica, ou através de uma wallbox. Alguns PHEV também podem ser ligados a carregadores DC semi-rápidos.

Isto permite que um PHEV possa ser conduzido em modo 100% elétrico, portanto com o motor a gasolina completamente desligado, durante muito mais quilómetros seguidos.

Guiar em modo 100% elétrico

Na maioria dos casos essa autonomia em modo exclusivamente elétrico atinge cerca de 50 km, mas já existem alguns modelos que conseguem fazer quase o dobro, graças ao emprego de baterias de maior capacidade.

PHEV ou “plug-in” pode (e deve) carregar a bateria de fonte exterior

Quando se gasta toda a energia carregada por via externa, o sistema PHEV reverte para um funcionamento híbrido, semelhante ao dos HEV. Contudo, os PHEV têm usualmente duas outras funções úteis.

Modos “save” e “charge”

Uma delas é o chamado modo “save” que mantém a carga armazenada na bateria para o momento em que o condutor decida que a quer usar.

Por exemplo, é mais eficiente usar o modo 100% elétrico em cidade do que em estrada. Além disso, algumas cidades têm zonas de circulação restrita a veículos de emissões zero, para as quais esta possibilidade também é útil.

Modos de propulsão num PHEV

O outro modo é o “charge” em que o condutor pode colocar o motor a gasolina a acionar o gerador para carregar a bateria, em andamento. É um modo que só deve ser usado como último recurso, pois faz subir os consumos de combustível de forma significativa.

No entanto, pode ser uma solução para aceder a zonas de emissões zero, quando antes não tenha sido possível carregar a bateria através da rede externa.

Conclusão

Como se vê, por detrás de duas siglas parecidas, estão dois sistemas híbridos muito diferentes. Para quem tem acesso facilitado a um ponto de carga externo, a utilização de um PHEV torna-se mais simples e com maior probabilidade de aproveitar toda a sua eficiência energética. Para quem não tenha essa hipótese, um bom HEV continua a ser uma boa opção, pois aproveita energia que, de outra forma, seria desperdiçada. Com descida de consumos e sem preocupações com carregamentos.

Francisco Mota

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