BYD Seal

Silhueta muito elegante para este anti-Model 3

Estilo ao gosto europeu foi feito por Wolfgang Egger

BYD Seal surge em Setembro em Portugal

Entradas das Air Curtains na frente

BYD lidera entre os elétricos na China

BYD significa Build Your Dreams

Jantes carenadas para melhorara o Cx

Puxadores de portas encastrados

Tablier com organização convencional e boa qualidade

Painel de instrumentos digital não é difícil de ler

Ecrã tátil central em posição horizontal

Ecrã tátil central em posição vertical

Consola com muitos botões e pequenos

Bancos da frente com bom apoio lateral e confortáveis

Muito espaço em comprimento na segunda fila

"Frunk" sob o capót dianteiro para os cabos da bateria

Mala tem 402 litros de capacidade

Aceleração 0-100 km/h em 3,8 segundos, na versão AWD 3.8 S

Suspensão com amortecedores adaptativos

Seal em versões de tração atrás ou às quatro rodas

Está oficialmente confirmada a entrada em Portugal da marca chinesa BYD. Será importada e distribuída pelo Grupo Salvador Caetano, começando com uma loja e uma oficina no Porto e outro par igual em Lisboa. No TARGA 67 já testei os modelos de lançamento Atto 3 e Han, agora foi a vez de um Primeiro Teste com o Seal, o rival do Tesla Model 3, que surgirá em Setembro.

 

A marca chinesa de modelos elétricos BYD decidiu associar-se a importadores experientes em todos os mercados europeus em que está a entrar e, em Portugal, escolheu o Grupo Salvador Caetano. Começa com uma loja e uma oficina no Porto e o mesmo em Lisboa, ficando as lojas nos centros das cidades.

BYD lidera entre os elétricos na China

Já testei aqui no TARGA 67 dois dos três modelos de lançamento, o Atto 3, um rival do VW ID.3 e o Han, uma berlina do segmento do Tesla Model S. Falta o SUV de sete lugares Tang, que aqui estará no blog muito em breve.

Rival do Model 3 em Setembro

Em Setembro, a marca alarga a sua oferta com o Dolphin, um B-SUV que também já testei no TARGA 67 e o Seal, uma berlina de 4,8 metros e quatro portas que tem uma missão simples, mas difícil: rivalizar com o Tesla Model 3.

Desenho inspirado em temas marinhos

Para resumir a história da marca, a BYD começou em 1995 por produzir baterias recarregáveis para eletrónica de consumo. Em 2003 criou a BYD Auto para fabricar automóveis, camiões, empilhadores e bicicletas. A eletrificação desta área surgiu mais tarde, primeiro com os PHEV, que ainda faz mas não vai trazer para a Europa, pelos menos para já.

Líder nos recarregáveis

Hoje, é a marca que vende mais elétricos na China, e superou em 2022 a Tesla, se bem que somando os elétricos aos PHEV. Em 2022 vendeu 1,85 milhões de PHEV e BEV somados, mas os números do primeiro trimestre deste ano projetam as vendas para os 3 milhões em 2023.

Silhueta muito elegante para este anti-Model 3

O maior mercado continuará a ser a China, mas agora a atenção centra-se na Europa. Depois dos países do Norte, chegou a vez de Portugal, incluído numa segunda vaga de expansão mais a Sul.

O que é o Seal?

O Seal usa a nova plataforma BYD para veículos elétricos, a “e-Platform 3.0” com o princípio CTB (Cell To Body) em que a caixa da bateria substitui o piso da estrutura monobloco. Por ser feita com interior em ninho de abelha, a tampa desta caixa contribui para o aumento da rigidez torcional do conjunto em 70%, face a uma estrutura convencional, atingindo os 40 500 graus/Nm.

O Seal integra-se na série Ocean da BYD, em que o estilo evoca animais marinhos, como o nome deixa perceber (foca). A bateria integrada na estrutura permite baixar a altura total em 10 mm e ganhar uma silhueta esguia com Cx de 0,219. Além de beneficiar o espaço para os pés na segunda fila de bancos.

Estilo ao gosto europeu foi feito por Wolfgang Egger

A mala tem 402 litros e o “frunk” leva 53 litros. O desenho é ao gosto europeu, ou não tivesse sido feito sob a direção de Wolfgang Egger, um designer com muita história em marcas do Velho Continente, passou pelos grupos VW e Stellantis.

Duas versões à escolha

A bateria LFP usa células em lâmina, tal como os outros modelos da BYD, fabricadas pelo próprio grupo. Cada uma tem capacidade de 0,85 kWh, mais 66% de potência e mais 10% de densidade de energia que uma célula cilindrica, segundo a BYD.

A marca anuncia que o conjunto motriz é um “8 em 1” ao juntar todos os principais elementos num só. A capacidade da bateria é de 80 kWh, na versão AWD (autonomia de 570 km) e de 82 kWh, na versão de tração atrás (autonomia de 520 km). É recarregável até 150 kW DC, demorando 26 minutos para ir dos 30 aos 80%. Também pode ser recarregada em AC até 11 kW.

BYD significa Build Your Dreams

Como se vê, vão estar disponíveis duas versões do Seal, uma de tração atrás e 230 kW (313 cv) e outra com dois motores, um por eixo. Nesta versão de tração às quatro rodas, o motor da frente tem 160 kW (215 cv) e o de trás tem 230 kW (308 cv) resultando num máximo combinado de 390 KW (530 cv).

Teste em pista

Foi uma unidade pré-produção da versão mais potente que pude experimentar brevemente em dois exercícios numa pista fechada em Espanha.

O primeiro exercício foi a aceleração 0-100 km/h, que mostrou a excelente força dos motores elétricos, com o cronómetro do infotainment a marcar os 3,8 segundos anunciados.

BYD Seal AWD 3.8S

Notei que a frente ficou um pouco leve, quando a aceleração transfere as massas para trás, mas a direção manteve-se precisa. A velocidade máxima está limitada aos 180 km/h.

Dinâmica dá bons sinais

O segundo exercício foi mais interessante, um duplo slalom, com portas a duas distâncias diferentes. Aqui já foi possível perceber a boa inserção da frente e a precisão da direção.

Na saída das portas mais largas, senti a traseira a receber mais binário, deslizando ligeiramente e ajudando o Seal a rodar entre os pinos.

Seal em versões de tração atrás ou às quatro rodas

O ITAC (Intelligent Torque Control Technology), um controlo de tração evoluído no que à gestão do binário por roda diz respeito, tem aqui responsabilidade, pois chega a atribuir binário negativo às rodas que o necessitem, ou seja, vectorização de binário elétrico.

A suspensão independente às quatro rodas, com braços sobrepostos na frente, tem amortecedores adaptativos, mas a versão testada tinha ainda especificações para o mercado chinês. Para a Europa é de esperar uma afinação um pouco mais firme, que diminua a inclinação lateral que notei neste exercício.

Convencional, por dentro

Por dentro, o Seal tem um habitáculo convencional, nada a ver com a abordagem minimalista da Tesla. A originalidade é o ecrã tátil central rotativo, que pode se colocado na vertical ou horizontal.

Tablier com organização convencional e boa qualidade

A qualidade pareceu boa, mas vou precisar de mais tempo e da versão europeia para o confirmar. Há espaço suficiente nos lugares de trás, devido aos 2920 mm de distância entre-eixos; e a mala tem 402 litros de capacidade, mais 53 litros no “frunk”.

Conclusão

Falta saber a que preço a BYD vai vender o Seal em Portugal. Se quer fazer guerra direta aos saldos da Tesla, ou se vai manter-se fiél à sua máxima anunciada de ser uma marca “premium acessível”. Um coisa é certa, a BYD não é uma “start-up” que vem à aventura. É um poderoso grupo industrial que já anunciou a abertura de fábricas de montagem de automóveis e de baterias na Europa. É um caso muito sério.

Francisco Mota

Ler também, seguindo o LINK:

Primeiro Teste – BYD Atto 3: Elétrico chinês está à altura?