Colocar o triângulo de sinalização é hoje uma manobra de alto risco, para o condutor que o precise de fazer. O tempo durante o qual sai do carro e coloca o triângulo é tempo exposto ao perigo de ser atropelado por outro carro.
Não basta o carro avariar, um pneu furar ou acabar de se envolver num acidente. A seguir a lei obriga a que o condutor vista o colete refletor, saia do carro, vá buscar o triângulo à mala do carro e depois o desdobre.
Parece fácil, mas a verdade é que, de tão pouco o usar, a maioria dos condutores não consegue montar o triângulo de sinalização rapidamente.
Montar o triângulo: uma complicação
Primeiro tem de lutar com os plásticos, com os tirantes e com os encaixes, antes de conseguir ter o triângulo de sinalização em condições de ser colocado na estrada, para avisar os outros condutores.
Entretanto já passaram vários carros e o condutor, meio distraído, provavelmente não tomou as medidas necessárias para se proteger enquanto lida com o triângulo: está exposto ao perigo.
Para completar a tarefa, deve ir colocar o triângulo na estrada a 30 metros de distância do seu carro imobilizado, portanto mais um tempo de exposição ao perigo.
Tendo o triângulo colocado, é só esperar que fique suficientemente visível, para não ser esmagado por um condutor que não o consiga ver, o que, no meio do trânsito citadino não é um acontecimento pouco provável.
Agora imagine (se nunca passou por isso…) que tudo isto acontece num dia de chuva, por exemplo depois de destruir um pneu num buraco da estrada, escondido pela água. O perigo que o condutor corre na simples colocação do triângulo é rapidamente multiplicado.
O triângulo-robót
Foi a pensar neste perigo que a Mercedes-Benz desenvolveu o triângulo-robót, uma ideia que pode parecer um pouco risível, mas que tem todo o fundamento, pelo que pode acrescentar em segurança do condutor.
O funcionamento deste triângulo-robót é muito simples. Após a imobilização do veículo na via, o condutor pode acionar o sistema, que faz descer uma rampa sob a mala do veículo.
O triângulo-robót sai da sua doca, desce a rampa e dirige-se para a sua posição de sinalização, movido por um motor elétrico e por condução autónoma
Assim que sai debaixo do veículo, o robót começa a erguer o triângulo, que dentro do carro está em posição horizontal, para poupar espaço.
Chegado aos tais 30 metros de distância, o triângulo-robót faz-se visível através dos habituais refletores, mas também de luzes vermelhas.
Segundo o código da estrada, qualquer triângulo montado, tem que resistir a um vento de 60 km/h durante pelo menos três minutos, mas com o peso superior do sistema robotizado, este triângulo não tem problemas em superar esses valores.
Pronto para a próxima missão
Terminada a sua função, o triângulo-robót regressa autonomamente ao veículo, entrando na rampa que dá acesso à sua doca, ficando em “stand-by” para a próxima “missão”.
Este sistema de triângulo robotizado foi apresentado pela Mercedes-Benz no seu mais recente veículo experimental de segurança, o ESF2019, um dos novos GLE que explora novas soluções de segurança ativa e passiva.
A atuação do triângulo-robót é proposta em conjunto com dois outros sistemas de aviso aos condutores que se aproximam do GLE parado: um segundo triângulo colocado no tejadilho, que se ergue ao mesmo tempo que o triângulo-robót entra em ação e um vidro traseiro onde podem ser afixadas mensagens ou sinais de aviso.
Conclusão
A ideia do triângulo-robót ainda precisa de algum desenvolvimento, antes de se poder pensar em ser usada nos modelos de produção em série.
Desde logo é preciso pensar como pode ser acondicionado sob o piso do carro, como pode ser auto-guiado sem se “perder” e, sobretudo, como poderá fazer-se visto pelos outros condutores para não sofrer o que sofrem muitos outros triângulos de sinalização: serem esmagados por condutores que não os conseguem ver a tempo de se desviarem e de evitarem passar-lhes com uma roda por cima.
Veja o vídeo aqui: https://youtu.be/7IMGvQNW8eM
