A aposta nos híbridos recarregáveis, os conhecidos “plug-in” continua a ser o caminho escolhido pela Porsche para proporcionar na sua gama de modelos, versões de baixas emissões e consumos.
Mas isso implica aumento de peso, devido à instalação de todo o sistema híbrido, bateria incluída, o que se torna pouco eficiente, quando o ponto de partida são modelos com duas toneladas de peso, como acontece com o Cayenne.
O regresso aos Diesel?
Após ter feito saber, há uns meses, que deixaria de ter motores Diesel no seu portefólio, a verdade é que a Porsche continuou a trabalhar no assunto. Neste momento, estará pronta a voltar a instalar motores Diesel nos seus SUV, caso a política na Europa volte a esse caminho.
“Os políticos estão a fazer mudar o mercado mais depressa do que demora um ciclo de desenvolvimento de um novo modelo” afirmou uma fonte oficial da marca alemã.
Políticos vacilam
Segundo a mesma fonte da Porsche, “os políticos estão a mudar de ideias a cada seis meses e isso torna o trabalho dos construtores muito difícil.”
Começa a ser ponderado o papel positivo que os motores Diesel modernos podem ter no futuro próximo, uma ideia que circula entre alguns dos políticos europeus mais esclarecidos. Voltar atrás na perseguição aos Diesel, especialmente nos SUV de maior peso, pode ser uma solução para reduzir a subida nas emissões de CO2, que se tem verificado nos últimos meses.
A verdade é que, se a política voltar atrás com a injustificada “guerra” aos motores Diesel, a Porsche está pronta para dar resposta e voltar a oferecer versões a gasóleo nos seus SUV, “para já não, mas veremos como será o futuro..” afirmou a mesma fonte oficial da Porsche.
Diesel: menos consumos e emissões
Voltar a ter uma versão Diesel do Cayenne seria uma manobra com toda a lógica: um desses SUV equipado com um motor a gasóleo gasta menos e emite menos gases poluentes do que um motor a gasolina equivalente.
E, hoje, seja no que diz respeito ao dióxido de carbono seja até no que concerne os óxidos de Azoto. Aquela que era uma falha dos motores Diesel, foi resolvida nas gerações mais recentes, que conseguem registar emissões de NOx da mesma ordem de grandeza de motores a gasolina equivalentes.
E isto sem um sensível aumento de peso, pelos menos não tanto quanto implica dotar um motor a gasolina de um sistema híbrido “plug-in”.
Diesel e SUV: o casamento perfeito
Para SUV de alto peso, a opção Diesel faz ainda mais sentido se comparada com motores a gasolina de potência semelhante, ou mesmo híbridos “plug-in”.
Estes só têm vantagem se forem realmente recarregados muitas vezes, mas se forem utilizados unicamente com o motor a gasolina, como faz a maioria dos utilizadores que os conduz, são ainda piores.
Uma operação sem dificuldade
Para a Porsche seria muito fácil voltar a instalar um motor Diesel no Cayenne. O seu maior SUV partilha a plataforma com o VW Touareg e com os Audi Q7 e Q8, que estão equipados com um motor Diesel, 3.0 V6 turbo. Seria muito fácil instalar esse motor no Cayenne.
Esta unidade debita, na sua versão mais potente, 286 cv, anunciando, no Q8 3.0 V6 TDI um consumo médio de 6,6 l/100 km e emissões de CO2 de 218g/km.
O motor a gasolina do Cayenne é também um 3.0 V6 turbo, mas com 340 cv, consumindo consideravelmente mais: segundo os dados anunciados faz 9,8 l/100 km e emite 265 g/km de CO2.
Quanto a performances, as diferenças nem sequer são muito sensíveis, a velocidade máxima é igual nos dois casos, limitada aos 245 km/h e a aceleração 0-100 km/h faz-se em 6,2 segundos, no Cayenne a gasolina e em 6,3 segundos, no Q8 3.0 V6 TDI.
Conclusão
Comparando estes valores é mais do que óbvio que a Porsche só teria a ganhar em voltar a ter uma motorização Diesel sobretudo no Cayenne. O futuro dirá se será essa a direção a tomar, alinhando assim pela oferta do VW Touareg e dos Audi Q7 e Q8. A lógica diria que sim, mas a política é feita de pouca lógica, nos dias que correm.
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