Peugeot E-3008 2024

Os três "olhos" e as três "garras" do leão

Desenho peculiar das jantes, como no 408

A grelha infinita e novo enquadramento para o símbolo

Perfil "fastback" e mais 9 cm de comprimento

Três elementos nas luzes de trás

Peugeot E-3008 é a principal novidade

Traseira mais alta e vertical

Volante foi redesenhado e ficou mais baixo

Painel de instrumentos e ecrá tátil unidos numa peça

Atalhos táteis configuráveis em nova versão

Nova posição da mini-alavanca da transmissão

Desenho da consola central

Cofre sob o fundo da consola

Posição de condução alta e bancos com apoio lateral regulável

Mais espaço em comprimento nos lugares da segunda fila

Mala tem 520 litros em todas as motorizações

A estreia da plataforma STLA Medium

O novo 3008 já está a ser produzido em Sochaux

A segunda geração do 3008 foi um sucesso de vendas, abrindo caminho à terceira geração que vai chegar em 2024. A Peugeot sabe a oportunidade que tem pela frente e quer aproveitá-la. Para conhecer o que mudou, a começar pela versão elétrica E-3008, o Francisco Mota falou com os designers e engenheiros, na histórica fábrica de Sochaux.

 

Nos últimos sete anos, a segunda geração do Peugeot 3008 vendeu mais de 1,32 milhões de unidades em 130 países. Foi um sucesso, mais ainda num segmento, o dos C-SUV, que não é propriamente barato e tem muita concorrência.

Peugeot E-3008 é a principal novidade

Tendo em conta a maneira como o modelo se enraizou no segmento e a base de clientes que conquistou, esta terceira geração tem uma excelente oportunidade de fazer crescer ainda mais o alcance do modelo. Tanto mais que passa a ter uma versão 100% elétrica, além de uma “mild hybrid” e outra “plug-in”.

Perfil “fastback” e mais 9 cm de comprimento

Estive na histórica fábrica da Peugeot em Sochaux, fundada em 1912, onde o novo 3008 já está a ser feito, para conhecer todos os detalhes do novo 3008, para já com o foco na versão E-3008, o 100% elétrico que será a maior novidade da gama.

Nova plataforma

O 3008 estreia a plataforma STLA Medium, que será usada em modelos do grupo Stellantis com distância entre-eixos até aos 2,9 metros. O E-3008 tem 2,73 metros por isso nem é dos maiores a usar esta base de trabalho. Um 5008 está previsto para mais tarde.

A STLA Medium está preparada para servir dois milhões de unidades por ano, em modelos de passageiros e comerciais, tendo demorado dois anos a desenvolver. Tem versões com suspensão traseira independente e outras com barra de torção, sempre com MacPherson na frente.

A estreia da plataforma STLA Medium

A nova plataforma ganha em rigidez e peso em relação à anterior EMP2 que serve de base ao 3008 atual, tendo sido desenvolvida com a preocupação de albergar motorizações híbridas e 100% elétricas, com tração à frente ou às quatro rodas.

Fastback e maior

O E-3008 tem 4,54 metros de comprimento, mais 9 cm que a geração atual; 1,89 m de altura (mais 5 cm), 1,64 m de altura (mais 2 cm) e 2,73 m entre-eixos (mais 5 cm) mantendo-se relativamente compacto para o segmento.

Quanto ao estilo, é uma evolução do modelo atual, mas com diferenças fáceis de identificar. A grelha infinita mantém-se mas com outro enquadramento do símbolo da marca.

A grelha infinita e novo enquadramento para o símbolo

As luzes de dia são três frisos verticais de cada lado, as garras do leão, e os faróis Pixel LED de três elementos estão nos extremos de uma faixa negra acima da grelha.

Sem cromados

Os cromados desapareceram, bem como os adornos desnecessários, mas as jantes, de 19” ou 20”, têm um desenho muito peculiar. O perfil é limpo e caracterizado pela grande inclinação do vidro traseiro, ao estilo “fastback”, como diz a Peugeot. O spoiler do tejadilho é mais alto nos extremos, como no 408.

Traseira mais alta e vertical

A traseira é mais alta e vertical, com as luzes, também de três elementos, nos extremos de outra faixa negra que contém a marca escrita por extenso, não há nenhum leão neste painel. Há quatro câmaras para ajudar nas manobras, pois a visibilidade para trás não pareceu muito boa. O raio de viragem é de 10,6 metros.

Interior muito diferente

Por dentro, a maior mudança é o aparecimento de um elemento que junta o painel de instrumentos ao ecrã tátil central, como agora é moda. Este novo “i-Cockpit” está ligeiramente orientado para o condutor e tem atalhos táteis e configuráveis na consola, já vistos noutros modelos da marca.

Volante foi redesenhado e ficou mais baixo

A consola, de desenho invulgar, é alta e tem mais alguns botões dispersos mas os comandos da climatização estão numa página do infotainment. A Peugeot afirma que há 17 espaços de arrumação no interior, com um total de 34 litros de capacidade.

Cofre sob o fundo da consola

O volante continua de pequeno raio mas foi redesenhado, com a caixa do airbag mais pequena e destacada dos braços e é aquecido. Também a metade superior do aro é mais baixa que no modelo anterior, pois o painel de instrumentos continua a ser visto sobre o volante, não existindo head up display.

Mudanças na ergonomia

A mini-alavanca da caixa de velocidades abandonou a consola central e migrou para um local abaixo do painel de instrumentos, ao lado do botão “engine start”, mas fica um pouco oculta pelo volante. Uma impressão a confirmar no Primeiro Teste.

Nova posição da mini-alavanca da transmissão

patilhas no volante, para regular a intensidade da regeneração em três níveis (máximo de 0,18g) o que é sempre uma boa ideia e as hastes da coluna são novas. Os modos de condução são quatro: Eco/Normal/Sport/4WD. A posição de condução continua alta, pelos menos foi essa a sensação que ficou, com o 3008 parado.

O novo 3008 já está a ser produzido em Sochaux

O conjunto de ajudas eletrónicas à condução foi melhorado e ampliado, como seria de esperar. Tal como a conetividade que conta com uma navegação Tom Tom ligada à Internet, além de comando por voz que se ativa dizendo: “OK Peugeot”.

Qualidade em crescendo

Os bancos da frente pareceram confortáveis e agora têm apoio lateral ajustável. O espaço nos lugares de trás é razoável, o lugar do meio não tem um túnel alto no piso e o vidro traseiro não implica com a altura. A mala leva os mesmos 520 litros em todas as motorizações.

Atalhos táteis configuráveis em nova versão

A qualidade parece ter dado mais um passo, com materiais bem escolhidos e agradáveis ao tato e à vista. A iluminação interior joga aqui um papel importante, na maneira como as várias cores disponíveis refletem uma barra de alumínio genuíno que atravessa o tablier e chega até às portas. Há mais materiais reciclados no interior e mais materiais sustentáveis.

Três versões elétricas

O E-3008 estará disponível em três combinações, com duas potência e tração à frente ou às quatro rodas. A versão mais acessível terá tração à frente, 210 cv, 343 Nm e uma bateria de 73 kWh e 500 kg que lhe dá 525 km de autonomia.

Estilo evolutivo no novo 3008

Há uma versão semelhante mas com bateria de 98 kWh e 550 kg de 230 cv que anuncia a maior autonomia dos três, atingindo os 700 km.

Por fim, a versão de tração às quatro rodas tem um motor por eixo (214 cv, na frente e 113 cv, atrás) para uma potência combinada de 320 cv e 525 km de autonomia.

Novos motores e bateria

Os motores são novos, síncronos de ímanes permanentes e a bateria é montada na fábrica francesa de Mulhouse. Pode ser carregada em DC até uma potência de 160 kW, nessas condições demora 30 minutos para ir dos 20 aos 80% de carga. Também pode ser carregada a 11 kW ou 22 kW AC.

Os três “olhos” e as três “garras” do leão

A bateria tem carga inteligente, aproveitando os períodos de energia mais barata da rede e faz V2L, ou seja, permite carregar um dispositivo exterior até 3 kW a 16A, através de uma tomada de 220 V colocada na mala. É arrefecida a líquido e tem bomba de calor disponível.

Só vão existir dois níveis de equipamento, Allure e GT e três pacotes de opcionais, para simplificar a produção e a configuração. Os preços ainda não são conhecidos, mas seria muito surpreendente se os híbridos não subissem. Quanto ao E-3008, temos que esperar para ver.

Posição de condução alta e bancos com apoio lateral regulável

O que já se conhece é o calendário do lançamento que começa com o E-3008 de 210 cv e o MHEV de 136 cv a chegar em Fevereiro, seguindo-se o PHEV de 195 cv em Maio. Para 2025 ficam o E-3008 4WD de 320 cv e a versão de maior autonomia, com tração à frente e 230 cv. Pelo meio, vai existir uma troca do fornecedor das baterias, com benefício em termos de tamanho e peso.

Conclusão

A Peugeot parece ter feito tudo para posicionar a terceira geração do 3008 ainda mais próxima dos rivais de marcas premium, assentando essa estratégia no mix de vendas do modelo atual, com clara incidência nas versões mais equipadas. Por isso deixa de oferecer uma versão base e aposta forte no elétrico. Agora resta conhecer a dinâmica, num Primeiro Teste que irei fazer ainda este ano.

Francisco Mota

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