A quarta geração do Seat Leon chega a Portugal em Maio com três versões híbridas e um estilo que segue a imagem de família estreada no Tarraco.

 

Há três anos consecutivos que as vendas da Seat estavam a crescer e no ano de 2019 fecharam com um recorde absoluto, nos 70 anos da marca de Barcelona: foram 574 000 unidades fabricadas, com o Leon a liderar a procura com 151 900 unidades.

A Seat nunca esteve em melhor condição, no que ao números diz respeito, com mais lucro e uma taxa de crescimento de 10%, a maior do mercado. O seu principal mercado é, obviamente, a Espanha, onde detém 9% de quota, seguido da Alemanha, com 4% de quota.

Apesar disso, ou talvez por isso mesmo, o seu carismático presidente, Luca De Meo, deixou a marca no início do ano. A Renault veio “buscá-lo” confirmando a sua contratação para CEO, no mesmo dia em que o seu anterior vice-presidente apresentava a quarta geração do Leon.

Agradecimento público

Numa atitude pouco vulgar nesta competitiva indústria, Carsten Isensee, o novo presidente interino, não deixou de fazer um agradecimento público a De Meo, durante o evento de apresentação do Leon, com direito a foto no “video-wall” e tudo.

Continuando nos números, o Leon já vendeu 2,2 milhões de unidades desde que a primeira geração foi apresentada, um valor muito respeitável e que não mostrou sinais de fadiga em 2019.

Certamente por essa razão, a quarta geração não podia ser uma revolução em termos de estilo. Confirma-se a esperada adoção da nova face de família, estreada no Tarraco e que irá, progressivamente sendo aplicada a todos os modelos, quando chegar a altura dos restylings.

A vista traseira tem os farolins unidos por uma barra vermelha em LED e uma nova assinatura luminosa.

Estilo evolutivo

Há uma depuração do estilo, com menos vincos e mais superfícies côncavas, definidas por apenas três linhas nos flancos.

A frente é visualmente mais comprida, em parte pela posição praticamente vertical da grelha, mas também devido à menor inclinação dos pilares dianteiros do tejadilho. Ainda assim, a aerodinâmica melhorou, pelo menos o Cx, desceu 8%.

O detalhe de que os seus estilistas mais se orgulham é o recorte do capót, com o para-choques a chegar quase até ao topo dos faróis.

Por dentro, a hierarquia da qualidade permanece a mesma, com plásticos macios no topo do tablier e das portas da frente.

Novo monitor tátil

Mas a grande novidade é a presença de um novo monitor tátil central de 10”, bem destacado. É o mesmo usado no Golf VIII, com alguns comandos a serem feitos com o deslizamento dos dedos, como nos “smartphones”.

É também um sistema que permite a maior conetiviade de sempre nos modelos da marca, estando até preparado para receber informação em tempo real, por exemplo para a navegação, com benefício da segurança.

A plataforma é uma evolução da usada na geração anterior, a MQB Evo, já empregue no Golf VIII e a usar também pelo próximo Skoda Octavia, entre outros.

Face ao anterior Leon, o novo modelo cresceu em comprimento (86 mm), diminuiu a largura (16 mm) e aumentou a distância entre-eixos (50 mm).

Na carrinha ST passou-se o mesmo, com a vantagem de se ter ganho 30 litros na capacidade da mala, que assim chega aos 617 litros. Os 380 da versão hatchback, não mudaram.

Imensos motores disponíveis

A Seat sublinha que o Leon foi desenhado, desenvolvido e é produzido em Martorell, mas não esconde que partilha quase tudo com o novo Golf VIII.

A gama de motores disponíveis abarca várias hipóteses, a começar pelos motores TSI a gasolina, com o 1.0 de três cilindros a ser usado pela primeira vez no modelo, em versões de 90 e 110 cv.

Acima está o 1.5 TSI, com 130 cv ou 150 cv e no topo o 2.0 TSI de 190 cv.

Nos Diesel, a oferta resume-se a duas variantes do 2.0 TDI, com 115 ou 150 cv, desaparecendo o 1.6 TDI, como já tinha acontecido no Golf VIII.

Há também uma versão 1.5 TGI a gás natural, com 130 cv, mas as novidades são os eletrificados, em número de três.

Três eletrificados

Na base, temos o eTSI 1.0 de 110 cv e o eTSI 1.5 de 150 cv, ambos semi-híbridos com sistema de 48 volt. No topo, está o 1.4 TSI “plug-in” de 204 cv, que tem uma bateria de 12 kWh capaz de uma autonomia elétrica de 60 km.

A renovada plataforma permitiu também incluir mais ajudas eletrónicas à condução, com destaque para o cruise control preditivo , o “emergency assist” e o “travel assist”, estando disponível também o amortecimento ajustável.

Conclusão

Para a Seat, o Leon é o modelo mais importante da sua gama, por ser o mais vendido e trazer mais lucro que o Ibiza. Apesar da saída de Luca De Meo poder trazer alguma instabilidade interna, a verdade é que o grupo VW sempre soube tratar muito bem das nomeações dos seus CEO, não sendo de esperar que uma mudança de caras afete o crescimento da marca.

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