A quarta geração do SEAT Leon foi lançada em 2020

Espaço na segunda fila é generoso

Ergonomia e qualidade são pontos fortes do Leon

A versão e-Hybrid "plug-in" tem 204 cv

Seat Leon destaca-se pela dinâmica

Comparamos os custos do Diesel e do e-Hybrid

A versão Diesel 2.0 TDI tem 150 cv

Diesel tem vocação estradista

Versão e-Hybrid pode ser usada em vários modos

Qual a escolha mais económica, quando se comparam os custos em energia de um Diesel com um PHEV? Conheça a resposta e todas as contas no TARGA 67, numa comparação entre as versões 2.0 TDI e 1.4 e-Hybrid do SEAT Leon.

 

Apesar de as vendas dos Diesel estarem a descer, a verdade é que ainda continuam a ser a escolha acertada para determinados tipos de utilização, juntando economia de combustível e facilidade de utilização.

Mas os híbridos “plug-in” ou PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle) proporcionam uma maior variedade de tipos de utilização, desde a condução 100% elétrica até à condução em modo híbrido, com ou sem carga na bateria.

SEAT Leon destaca-se pela dinâmica

Para descobrir como se comparam os custos em energia – gasóleo, de um lado e gasolina mais eletricidade, do outro – é preciso fazer algumas contas, que se aplicam a qualquer tipo de modelos que se queiram comparar.

SEAT Leon em duas versões

Para anular a variável relativa ao automóvel em causa, escolhemos o mesmo modelo, nas duas motorizações. Neste caso, trata-se do SEAT Leon, na versão 2.0 TDI DSG7 de 150 cv e a versão 1.4 e-Hybrid DSG6 de 204 cv.

Sobre o Leon, já muito foi escrito no TARGA 67, nos vários Testes de que foi protagonista. Trata-se de um familiar do segmento C, com cinco portas e um desenho original e arrojado.

Comparamos os custos do Diesel e do e-Hybrid

A atual geração, a quarta, foi lançada em 2020 e usa como base a plataforma MQB, que partilha com variados modelos do Grupo Volkswagen.

Os pontos principais

Em termos gerais, trata-se de um modelo que se carecteriza por ter uma boa habitabilidade, para o segmento e perceção de qualidade acima da média, num habitáculo com boa ergonomia geral e uma posição de condução facilmente adaptável a várias estaturas de condutor.

A dinâmica consegue manter um nível de conforto adequado, acrescentando um tato de condução envolvente, devido à precisão e rapidez da direção e o bom controlo de movimentos de que a suspensão é capaz.

A versão e-Hybrid “plug-in” tem 204 cv

Um familiar compacto capaz de cumprir com competência as funções básicas do dia-a-dia, conseguindo ainda proporcionar momentos de condução mais entusiasmante, para os condutores que os procurarem.

Para esta comparação, escolhemos a versão de cinco portas, sabendo que existem também versões Sportstourer, as carrinhas, que disponibilizam as mesmas motorizações e sobre as quais este exercício pode ser feito.

Diesel x Plug-in

Do lado do Diesel, temos o Leon 2.0 TDI com caixa de velocidades de dupla embraiagem, a DSG7 de sete relações. A potência máxima é de 150 cv e o binário atinge os 360 Nm. A aceleração dos 0 aos 100 km/h anunciada é de 8,6 segundos, a velocidade máxima é de 218 km/h e o peso total é de 1448 kg

Versão e-Hybrid pode ser usada em vários modos

Do lado dos híbridos “plug-in”, temos o Leon 1.4 e-Hybrid com caixa DSG6, de seis relações. Além disso, acrescenta um motor elétrico de 115 cv e uma bateria de 12,8 kWh de capacidade bruta. A potência máxima combinada é de 204 cv e o binário de 350 Nm. A aceleração 0-100 km/h anunciada é de 7,5 segundos, a velocidade máxima de 220 km/h e o peso total é de 1614 kg.

Consumos em ciclo misto

Para o Diesel, a Seat anuncia um consumo médio em ciclo combinado, segundo a norma WLTP, de 4,7 l/100 km. Para o PHEV, as contas são mais complexas.

Pela norma WLTP, as contas do consumo são feitas começando o ciclo com a bateria carregada, por isso, enquanto há energia elétrica, o consumo de gasolina em modo híbrido fica-se pelos 1,1 l/100 km. O resto da energia gasta é elétrica, segundo a marca o consumo em ciclo misto é de 14,6 kWh/100 km.

Ergonomia e qualidade são pontos fortes do Leon

Quando a bateria chega ao fim, usando o modo híbrido, o sistema PHEV passa a funcionar como um HEV, ou seja, um híbrido recarregável apenas pela regeneração nas desacelerações.

Para este cenário, o consumo em ciclo combinado não é anunciado pela marca, mas pela experiência de testes anteriores, pode assumir-se um valor em ciclo combinado de 4,9 l/100 km.

Claro que o Leon e-Hybrid pode nem sequer consumir gasolina nenhuma. Começando com a bateria completamente carregada e escolhendo o modo elétrico, a SEAT anuncia uma autonomia de 62 km, o que equivale a um consumo de eletricidade de 15,8 kWh/100 km.

Preços de combustíveis e eletricidade

Com todos estes números na mesa, podemos começar a fazer contas e comparações. Só falta definir o preço do litro de gasóleo, o preço do litro de gasolina e o preço do kWh. Para este último valor, vamos assumir que o carregamento da bateria é feito numa tomada doméstica, que é a maneira mais barata de utilizar um PHEV.

Espaço na segunda fila é generoso

Sendo assim, no dia em que este trabalho foi feito, o preço do gasóleo era de 1,64 €/litro, o da gasolina 95RON de 1,68 €/litro e o kWh na rede doméstica custava 0,15 €/kWh.

Para simplificar as contas, vamos achar quanto custa, em energia, cada 100 km, percorridos com as várias opções possíveis entre estas duas motorizações do Seat Leon.

Vamos a contas!

Sendo assim, 100 km feitos pelo Leon 2.0 TDI em ciclo misto custam 7,71 euros. Quanto ao PHEV, os mesmo 100 km em ciclo misto e modo 100% elétrico (com necessidade de recarregar a bateria após os 62 km) vai custar 2,37 euros, se carregado numa tomada doméstica e não considerando as taxas do serviço de eletricidade, que já têm de ser pagas para o consumo da habitação.

Utilizando o PHEV em modo híbrido, começando com a bateria a 100% de carga, o custo vai ser de 4,04 euros, somando um gasto de 1,85 euros de gasolina, com o gasto de eletricidade, mais 2,19 euros. Isto para os mesmo 100 km de ciclo misto.

Diesel tem vocação estradista

Finalmente, o cenário menos favorável é o de guiar o PHEV com a bateria completamente descarregada. O custo com gasolina sobe aos 8,23 euros por 100 km de condução em ciclo misto WLTP.

Qual o mais económico?

As conclusões são fáceis de tirar. A utilização do Leon e-Hybrid em modo 100% elétrico é a mais vantajosa em termos de custos, ficando um pouco acima de metade do custo em condução híbrida com a bateria a começar carregada. Carregando numa tomada doméstica.

A utilização do Leon e-Hybrid com a bateria totalmente descarregada, fica mais cara do que a utilização de um Leon 2.0 TDI, o que não deixa de ser uma conclusão a ter em conta.

Claro que há que ter em conta o tempo de recarga da bateria no Leon e-Hybrid. Numa tomada doméstica de 2,3 kW, demora 5h43 a fazer uma carga completa. Pelo seu lado, o depósito de gasóleo demora poucos minutos a abastecer os seus 45 litros.

O Diesel 2.0 TDI tem 150 cv

Outra comparação relevante é o preço. Considerando a mesma versão de equipamento Style, o Leon 2.0 TDI DSG7 custa a partir de 39 239 euros, enquanto que o Leon 1.4 e-Hybrid custa desde 40 037 euros. Havendo depois a considerar os eventuais incentivos e deduções fiscais de acordo com a entidade compradora (particular ou empresa) e a sua área de atividade. Neste particular, está a decorrer uma campanha até ao final do ano em que a Sportstourer 1.4 e-Hybrid FR está a ser vendida por 27 490 euros mais IVA.

Conclusão

A conclusão mais abrangente que se pode fazer é que, para uma utilização em que esteja disponível diariamente uma tomada doméstica para carregar a bateria, uma ou duas vezes ao dia, o Leon e-Hybrid gasta menos em energia, se a sua autonomia for suficiente para uma utilização o mais possível em modo 100% elétrico, ou híbrida. Mas o Leon 2.0 TDI tem vantagens numa utilização que implique viagens longas com muita frequência.

Francisco Mota

Ler também, seguindo o link:

Técnica – HEV ou PHEV: quais são as diferenças?