Wayne Griffiths, o novo presidente da Seat não tem dúvidas: o lançamento do SUV-Coupé Formentor vai duplicar as vendas da marca Cupra já em 2021. O primeiro modelo feito de propósito para ser um Cupra vai também trazer mais lucros à Seat. Saiba como.

 

Em mais uma tele-conferência, desta vez transmitida em direto de Barcelona, fiquei a conhecer melhor o projeto do novo SUV-Coupé Formentor e os planos que a Seat tem para o primeiro modelo feito de raíz para ser um Cupra.

A marca “desportiva e de design” da Seat foi lançada há dois anos e já vendeu 55 000 carros, todos derivados de modelos Seat que já existiam. O Formentor é o primeiro modelo feito de propósito para ser um Cupra.

O presidente da Seat disse que “por agora, não há planos para o vender também como Seat” invertendo uma informação que tinha sido dada pela anterior presidência. A menos que a afirmação atual tenha apenas valor temporário…

Griffiths herdou a posição de líder da Seat de Luca de Meo, que se mudou para a Renault, elogia os que o antecederam, não esquecendo de referir Jürgen Stackmann, o presidente mais influente da marca nas últimas décadas e que hoje é membro do conselho de administração da VW.

Vendas a recuperar

Griffiths arregaça as mangas quando diz que a Seat e a Cupra estão numa fase de crescimento acelerado, apesar da Covid-19 ter levado ao fecho da fábrica e à testagem de todos os 15 000 funcionários da fábrica de Martorell. A produção voltou a todo o vapor, com 2000 carros/dia e os números de vendas de Setembro estão já ao nível do mesmo mês do ano passado.

O novo presidente da Seat, que já liderava a Cupra, afirma que tanto a Seat, que tem uma das clientelas mais jovens do mercado, como a Cupra, que opera num segmento de preço mais alto, têm maior facilidade em recuperar da crise que outras marcas generalistas.

Mas o tema da tele-conferência era o Formentor e o início oficial da produção, na mesma linha de montagem do Leon, o que obrigou a um reforço de pessoal. A plataforma é a mesma, a MQB do Grupo VW, mas o Formentor demora mais duas horas a montar que o Leon. Para já, estão a ser fabricados 160 por dia.

Desenho mais desportivo

Com 4,45 metros de comprimento, o Formentor fica ligeiramente acima do Ateca, mas o posicionamento é feito sobretudo em termos de preço: a Cupra foi fundada exatamente para vender modelos com maior margem de lucro que os Seat.

Por isso o novo SUV, que tem uma carroçaria bem mais esguia e felina que o Ateca – quase um Ford Puma em ponto grande – vai ser lançado no mercado começando pelas versões mais caras e potentes.

O primeiro Formentor – o nome vem do cabo com o mesmo nome na ilha de Maiorca – será o 2.0 TSI de 310 cv e 400 Nm, que faz os 0-100 km/h em 4,9 segundos. Tem tração às quatro rodas e caixa DSG, no essencial material que já se conhece de outros modelos do grupo.

“Plug-in” será a grande aposta

Mas a grande aposta vai para o híbrido “plug-in” de 245 cv, a última versão do sistema PHEV da VW, apresentada recentemente no Golf GTE. Emprega um motor 1.4 TSI de 140 cv e um motor elétrico de 115 cv, para chegar aos mesmo 400 Nm de binário máximo do 2.0 TSI e acrescenta 50 km de autonomia em modo elétrico.

O 2.0 TSI estará no mercado já em Outubro, o PHEV chega no início de 2021 e depois vão aparecer os motores 1.5 TSI e 2.0 TDI, num total de sete motorizações. O objetivo é que o Formentor venda tanto como os outros Cupra juntos (Cupra Leon e Cupra Ateca) com o PHEV a representar metade.

Mais que 310 cv? É possível…

A gama de motorizações do Formentor poderá ter uma versão ainda mais potente, mas faltam detalhes sobre esse projeto. O que é certo é que a marca estará à venda também fora da Europa, na América do Sul.

Dos planos da Cupra, fazem parte o lançamento do elétrico El-Born, o gémeo do VW ID.3 e o Tavascan, também um elétrico feito com base na plataforma MEB, mas com formato SUV, “primo” do ID.4 e apontado para 2024, ou mais cedo. No total, esperam-se cinco novos veículos eletrificados até final de 2021.

Conclusão

Wayne Griffiths mostrou um grande otimismo para o futuro próximo da Seat e da Cupra, não tendo nenhum problema em afirmar que o papel da Cupra é conseguir uma margem de lucro superior à da Seat. Com o desenho certo e uma cuidada construção da imagem, é bem possível que isso aconteça. Para já, a Alemanha parece ser o mercado que melhor está a receber a Cupra, o que é sempre um bom sinal.

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