Luxo e Bentley são quase sinónimos. Mas a maneira como a marca britânica fabrica os seus carros de luxo mudou radicalmente. Dos artesãos do passado aos operários especializados do presente, é a história do automóvel que se reconhece.
Há marcas assim, que precisaram de encontrar o dono certo para terem realmente sucesso comercial. É o caso da Bentley, que só após a aquisição pelo Grupo Volkswagen, em 1998, começou a subir os seus níveis de produção para números significativos.
Um número divulgado pela marca há pouco tempo diz tudo: 81% de todos os Bentley fabricados desde que foi fundada em 1919, foram-no já sob a propriedade do Grupo Volkswagen.
Mas não foi o Grupo VW que construiu a fama da Bentley, nem a Rolls Royce, que foi dona da Bentley durante 71 anos, período durante o qual todos os modelos da Bentley ficaram “reféns”da marca dominadora, pois eram derivados de modelos Rolls Royce.
Vencer Le Mans cinco vezes
A fama da Bentley vem da segunda metade dos anos 1920, quando venceu as 24 horas de Le Mans por cinco vezes entre 1924 e 1930, as últimas quatro consecutivas. No ano seguinte, a Bentley entrou em processo de falência e acabou por ser comprada por um fundo, atrás do qual se escondia a rival Rolls Royce.
Desde 1946 que a Rolls Royce levou a Bentley para Crewe, uma fábrica feita num terreno onde se cultivavam batatas, faz agora 75 anos. A Rolls Royce tinha construído a fábrica em 1938 para aí fazer os motores Merlin, dos aviões de guerra Spitfire.
A evolução da produção nestes ¾ de século é ilustrada por alguns dados revelados pela Bentley. Em 1943, o primeiro modelo aí produzido foi o Bentley Mark VI. Seguiram-se 206 modelos diferentes até hoje.
Eficiência subiu muito
Em 1943, Crewe ocupava 10 000 trabalhadores, hoje tem 4000, mas a eficiência cresceu dramaticamente. Hoje, a fábrica faz 85 carros por dia, há vinte anos, esse era o volume mensal.
Depois dos investimentos feitos pela VW em 1998, neste momento, Crewe está novamente a passar por uma revolução em direção à eletrificação e a modelos exclusivamente elétricos, prevista estar concluída até 2030.
Francisco Mota
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