O Tonale é o primeiro modelo com NFT associado (fotos de João Apolinário)

Garantir autenticidade de cada unidade é uma das vantagens

Os NFT tiveram nas obras de arte uma das suas primeiras aplicações

NFT certifica o estado do Tonale ao longo da sua vida

Certificado digital funciona com assistência oficial

Tonale é o primeiro a ter o seu NFT

Todas as alterações feitas a cada modelo ficam registadas

As datas de substituição de consumíveis ficam registadas

Os NFT são usados por cada vez mais marcas, como o próprio CR7

Com a passagem para os modelos elétricos, os NFT podem vir a ter maior importância

Atualizações "over the air" ficam registadas no NFT

NFT pode garantir a veracidade da quilometragem total

O NFT pode potenciar o valor de retoma do Tonale

“Non-Fungible Tokens” são uma das mais fortes tendências do mundo digital a que a Alfa Romeo aderiu com o seu novo SUV Tonale. Mas, afinal o que são os NFT e que aplicações podem ter na indústria automóvel? Que benefícios podem trazer ao utilizador e ao comprador?

 

Um NFT, ou “Non-Fungible Token” é um tipo específico de “token” criptográfico que representa algo de único. Ao contrário das criptomoedas, um NFT não pode ser trocado por outro igual, porque não há outro igual.

O NFT representa algo individual e que não pode ser alterado, nem copiado. Em certa medida, é como uma obra de arte, única e irrepetível.

Tonale é o primeiro a ter o seu NFT

Os NFT são usados para criar aquilo a que se chama escassez digital verificável, são uma propriedade digital com identidade única incorruptível, ou seja, não podem ser falseados, adulterados ou falsificados. Não têm existência física, só existem como ficheiros no mundo digital, mas podem ser comercializados.

Tecnicamente, são constituídos por um conjunto único de informação digital que está alojada num “blockchain”. Um “blockchain” é um registo digital que não é controlado ou influenciado por uma pessoa, uma organização ou um Governo. Está distribuído por vários computadores e servidores, a que se chamam nós, todos eles com os mesmo privilégios e influência.

Conceito intocável

Esta rede descentralizada não tem um ponto único de controlo. Se um nó sai do sistema, a sua informação não se perde, pois foi previamente partilhada por todos os outros. De igual modo, quando um nó entra na rede. Trata-se de um banco de dados distribuído e descentralizado.

O nome “blockchain” ou cadeia de blocos vem da formação desta rede. Cada bloco contém registos de transações e, uma vez completo é guardado como base de dados permanente e um novo bloco é criado. Existe um número incontável de blocos na “blockchain”.

Obras de arte digital

Uma das primeiras aplicações do NFT foi precisamente nas obras de arte digital. Não se trata de reproduzir uma obra de arte existente, mas de dar existência a uma obra de arte nova, feita exclusivamente no mundo digital.

Pode tratar-se de uma obra de arte em que o autor continua a ser proprietário dos direitos de autor, mas que foi vendida a um comprador, que tem um registo a provar que é sua.

Garantir autenticidade de cada unidade é uma das vantagens

Os NFT são usados também para jogos virtuais e já entraram na liga americana de basquetebol, a NBA, através de cromos digitais, que podem ser fotográficos ou em vídeo, sobre protagonistas atuais ou antigos. São inicialmente vendidos pelas equipas e depois trocados entre os colecionadores no mercado secundário.

Até o Ronaldo já tem NFT

O mundo da música também já está nos NFT com conteúdos exclusivos, música e vídeo, que são vendidos aos fãs, diretamente ou através de leilões.

O próprio Cristiano Ronaldo já lançou também os seus NFT, inicialmente com sete conteúdos relacionados com os pontos altos da sua carreira de futebolista.

Atualizações “over the air” ficam registadas no NFT

Trata-se de um fenómeno recente, nasceu em 2014, mas que se tornou num negócio de muitos milhares de milhões de euros, atraindo tanto operadores do mundo digital, como investidores tradicionais. Inicialmente estava intimamente ligado à bitcoin.

Na indústria automóvel

Os construtores de automóveis não podiam deixar de entrar nos NFT. Inicialmente encomendando obras de arte digitais a especialistas no assunto – fotográficas, em vídeo ou animações – e depois vendendo-as a quem estivesse interessado.

Criaram assim mais uma fonte de receita e aumentaram a sua visibilidade, sobretudo no mundo digital, ao mesmo tempo que lançavam no mercado objetos digitais transacionáveis, capazes de se valorizar.

No entanto, a Alfa Romeo inovou e seguiu um caminho diferente, a pensar nos proprietários dos seus novos modelos e que teve início com o Tonale.

NFT certifica o estado do Tonale ao longo da sua vida

Aproveitando o facto de um NFT ser impossível de falsificar ou de ser manipulado por alguém, a Alfa Romeo olha para esta tecnologia como forma de garantir a autenticidade de cada um dos Tonale produzidos.

A Alfa Romeo e os NFT

Desta maneira, o NFT é usado pela Alfa Romeo como um certificado digital incorruptível de cada exemplar produzido. Neste certificado está incluída muita informação referente a cada Tonale produzido.

Desde logo, os dados identificativos de cada automóvel, como o VIN ou a data e local de produção. Depois, através de atualizações permanentes, mediante uma ligação entre cada carro e o seu NFT, são registados dados como a quilometragem real, a manutenção real que foi feita ao veículo e datas de substituição de componentes.

O NFT pode potenciar o valor de retoma do Tonale

Todo o tipo de reparações feitas na rede oficial da marca ficam também registadas, sempre com a autorização do proprietário. Isto permite obter um registo detalhado e inviolável do estado atual de cada veículo, potenciando assim o seu valor no mercado de usados.

NFT e os elétrico

No futuro próximo, com a eletrificação da gama prevista para 2027, a Alfa Romeo aponta para outro tipo de dados que pode ser incluído no NFT, como por exemplo o estado da bateria de iões de Lítio de um veículo elétrico.

Com a passagem para os modelos elétricos, os NFT podem vir a ter maior importância

Ou seja, a capacidade útil real a cada momento, um fator que vai ser de grande importância para o valor de usado de um automóvel elétrico.

Outros dados

Com o consentimento do proprietário e fazendo todas as intervenções na rede oficial da marca, dados como eventuais alterações feitas ao automóvel, por exemplo no âmbito de campanhas de evolução do modelo, ou mesmo atualizações “over the air” podem ficar registadas no NFT.

Todas as alterações feitas a cada modelo ficam registadas

Também o tipo de utilização que foi dada a cada veículo é informação que pode estar no NFT, por exemplo a percentagem de utilização de cada modo de condução ou o número de ciclos carga/descarga da bateria, no caso da versão híbrida “plug-in”.

Conclusão

A Alfa Romeo foi a primeira marca a incluir os NFT num dos seus modelos, com o intuito de disponibilizar um certificado inviolável com todos os dados relativos a cada unidade vendida do Tonale. Uma maneira de garantir a autenticidade e potenciar os valores de retoma.

Francisco Mota

(fotos de João Apolinário)

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