Autonomia elétrica chega aos 90 km

O motor 2.0 turbo a gasolina também foi ajustado

Motor elétrico traseiro mais potente

O novo sistema PHEV dos Volvo 60 e 90

A bateria tem agora três camadas de células

A bateria do Volvo "plug-in" está no túnel central

Mais um passo na evolução da eletrificação, neste caso no setor dos híbidos “plug-in”. A Volvo passou a autonomia em modo elétrico dos seus PHEV para cerca do dobro, conseguindo agora fazer 90 km em modo elétrico. Saiba como isso foi feito.

 

Para alguns compradores, um híbrido “plug-in” pode ser uma etapa de passagem entre as convencionais motorizações de combustão e as 100% elétricas.

Os “plug-in” têm duas faces, uma híbrida e outra elétrica, o que pode servir para alguns condutores experimentarem pela primeira vez a condução em modo 100% elétrico.

Para alguns utilizadores, são mesmo a opção ideal, sobretudo para aqueles que fazem frequentes viagens longas, onde a parte híbrida da motorização oferece uma utilização em tudo idêntica à de um carro com motor de combustão.

A parte “didática” do conhecimento da condução elétrica está acessível em todos os “plug-in” mas a autonomia em modo 100% elétrico ainda tem sido uma limitação a um uso diário mais intenso do modo zero emissões.

Condutores Volvo em 50% EV

Sobretudo para quem faz percursos diários um pouco mais longos, que incluam vias rápidas ou autoestradas, os “plug-in” nem sempre conseguem oferecer uma autonomia em modo elétrico que chegue para serem usados sem o auxílio do motor a combustão durante um dia inteiro.

Segundos os seus inquéritos de clientes, a Volvo sabe que os condutores dos seus “plug-in” utilizam o modo elétrico em 50% do tempo de condução diária dos seus PHEV, que na Volvo se chamam Recharge.

O próximo passo não podia deixar de ser aumentar a autonomia

É um bom ponto de partida para o próximo passo, que não podia deixar de ser o aumento da autonomia em modo elétrico. E foi precisamente isso que a Volvo fez agora.

Mais autonomia para os SPA

Para todos os modelos feitos com base na sua plataforma SPA, ou seja, a série 60 e a série 90, a Volvo quase duplicou a autonomia do modo elétrico dos seus Recharge.

O valor de referência passou a ser os 90 km, com base na norma WLTP, uma subida quase para o dobro, se olharmos para as autonomias em modo elétrico disponíveis até este momento nestes modelos e que ficavam sensivelmente entre os 46 e os 59 km.

Como conseguiu a Volvo esta importante subida de autonomia do modo elétrico? Claro que a principal evolução foi na bateria, que passou a ter células mais compactas, o que permitiu montar uma terceira camada de células e assim aumentar a sua capacidade de armazenagem de energia.

Um nova bateria

Tendo em conta que a bateria dos Volvo “plug-in” tem a forma de um paralelepípedo e está montada no túnel central, a tarefa de lhe aumentar a capacidade é mais complicada do que se estivesse sob o banco traseiro e sob o piso na mala, como acontece em modelos PHEV de outras marcas.

A bateria passou de 11,6 kWh para os 18,8 kWh, o que é substancial

Assim, foi preciso evoluir as células da bateria, em vez de simplesmente acrescentar mais células iguais às que já existiam. A capacidade da bateria de iões de Lítio passou de 11,6 kWh (9,1 kWh úteis) para os 18,8 kWh (14,4 kWh úteis) o que é uma subida substancial.

Segundo inquéritos citados pela Volvo, a média diária de um condutor europeu, nas suas deslocações diárias durante a semana, fica abaixo dos 50 km.

A ser assim, uma autonomia de 90 km é mais do que suficiente para a maioria poder usar apenas o modo elétrico durante um dia inteiro, sobrando ainda alguma coisa no final.

Carregar menos vezes

Isto é a diferença entre ter a preocupação de carregar a bateria em casa e no local de trabalho (duas vezes por dia) para garantir uma utilização intensiva do modo elétrico, ou passar a poder carregar a bateria apenas uma vez por dia.

Segundo os dados divulgados pela Volvo, este aumento de autonomia em modo elétrico permite também uma descida de 50% nas emissões de CO2, de acordo com a norma WLTP.

Esta nova bateria vai também permitir pré-aquecer ou pré-arrefecer o habitáculo, dependendo do clima, antes de o carro ser utilizado. Isto pode ser feito através da aplicação para smartphone Volvo Cars, onde também é possível monitorizar à distância a carga e o carregamento da bateria.

Motor traseiro mais potente

Aproveitando a evolução da bateria, a Volvo introduziu outras alterações ao sistema híbrido “plug-in” que usa na plataforma SPA. O motor elétrico que move as rodas traseiras viu a sua potência subir em 65%, atingindo agora os 145 cv, o que veio trazer outras vantagens.

Desde logo, um reforço das capacidades da tração às quatro rodas, o que pode ser muito útil em pisos de baixa aderência, como estradas nevadas ou geladas. Permite também uma melhor distribuição do binário pelos dois eixos e um aumento da potência total.

O T8 Recharge com 455 cv passa a ser a motorização mais potente de sempre na Volvo

Para as versões T6 Recharge a potência total combinada passou assim dos 340 cv para os 350 cv. Nas versões T8 Recharge, a potência combinada subiu de 390 cv para 455 cv, passando esta a ser a motorização mais potente de sempre num Volvo.

Acelerar a eletrificação

Para maximizar a utilização do modo elétrico, a função “one-pedal” foi introduzida nas versões que não a tinham (XC60, S90 e V90) o que permite conduzir quase sem ser preciso tocar no pedal de travão. O poder de regeneração é assim melhor aproveitado.

Esta evolução representa mais um passo importante na eletrificação da gama Volvo que tem previsto chegar a uma produção total anual de 1,2 milhões de carros por ano em 2025, dos quais 50% vão ser 100% elétricos.

Refira-se que, em 2020, a Volvo vendeu 661 713 carros, uma quebra de 6,2 % face a 2019, provocada pela pandemia e que se repercutiu nos 100 países onde a marca opera.

Para 2030, está previsto que a totalidade da oferta de modelos da Volvo seja de motorização 100% elétrica e a neutralidade carbónica de toda a operação da marca, nas suas fábricas da Suécia, Bélgica, EUA e China seja atingida em 2040.

Conclusão

Ao contrário do que por vezes alguns querem fazer acreditar, a transição energética não vai ser súbita nem de sentido único. Até se começar a vender apenas carros 100% elétricos, ainda vão ser precisas várias evoluções, como esta do aumento da autonomia dos híbridos “plug-in”. Parece um pequeno passo, mas é um passo significativo.

Ler também, seguindo o LINK:

App da Volvo aumenta autonomia dos elétricos