VW T-Roc 2022

Dinâmica atinge bom equilíbrio entre conforto e controlo

LED de série, à frente e atrás em todas as versões

Perfil não recebeu alterações

Novas luzes de dia verticais

Novos desenhos para as jantes

Para-choques foram redesenhados

Mala mantém os 445 litros de capacidade

Materiais macios são novidade no topo do tablier

Volante novo vem do Golf

Bancos confortáveis e com bom apoio lateral

Lançado em 2017, o T-Roc chegou à altura de receber o restyling. Melhorou em qualidade dos interiores e conteúdos e ainda acrescentou uma versão especial para Portugal, homenageando a sua produção na Autoeuropa de Palmela.

 

Em 2021, o T-Roc – fabricado em Palmela desde 2017 e já tendo ultrapassando o primeiro milhão de unidades – foi o modelo mais vendido da VW na Europa e em Portugal também. O primeiro facto não é estranho e mostra a mudança das preferência dos compradores dos hatchbacks, como o Golf, para os SUV.

Mas o segundo merece mais atenção, pois o segmento C a que pertence o T-Roc não é o mais vendido em Portugal, sendo ultrapassado pelo segmento B, devido ao preço mais baixo.

Mas então como conseguiu o T-Roc ser o VW mais vendido em Portugal? A resposta mostra a complexidade dos tempos em que vivemos. A verdade é que os efeitos da pandemia e da crise dos semi-condutores afetaram a produção e a disponibilidade de alguns modelos.

T-Roc passou T-Cross

Portugal não recebeu, em 2021, a quantidade de unidades do B-SUV mais pequeno T-Cross (feito em Espanha) que o mercado consumiria. Por outro lado, a disponibilidade de unidades T-Roc, feitas no nosso país, foi muito mais fácil. Daí que o T-Roc tenha suplantado o T-Cross por… 200 unidades apenas.

Infelizmente, não é um sinal de que o mercado nacional está a subir de segmento e está a comprar carros mais caros. Foi apenas uma situação conjuntural. O que não retira nenhum mérito à performance comercial do T-Roc.

Dinâmica atinge bom equilíbrio entre conforto e controlo

Posicionado na base do segmento C, um pouco acima do segmento B, o SUV de Palmela conseguiu acertar em cheio nas necessidades e desejos de uma boa parte dos compradores europeus, nesta franja do mercado.

Mas o seu ciclo de vida já vai com cinco anos, pelo que era mais que tempo de receber algumas atualizações para lhe reforçar os argumentos de venda na reta final da sua vida.

O que mudou no T-Roc

Por fora, as alterações foram de detalhe, passando pelos faróis de LED de série em todas as versões, redesenho dos para-choques, grelha com friso luminoso (em opção), novas luzes de dia na frente, novas luzes de trás em LED, novos desenho de jantes que podem ir até às 19”, piscas dinâmicos e mais cores.

Novas luzes de dia verticais

A maior diferença está por dentro, com o topo do tablier a ser agora forrado em plástico macio com pespontos, em vez do plástico duro que tinha até agora. Uma subida de qualidade que, provavelmente, só nesta fase da vida do modelo será rentável.

Há também novos bancos anatómicos, a introdução do volante do novo Golf, um ecrã tátil central com nova moldura que o faz parecer maior do que as 9,2” que tem, comandos táteis para a climatização, painel de instrumentos digital e uma nova alavanca de caixa para as versões DSG.

Materiais macios são novidade no topo do tablier

Claro que a conetividade e os sistemas de ajuda eletrónica à condução também foram melhorados, como seria de esperar.

A versão @PT

A gama passa a ter a versão base T-Roc, seguindo-se a intermédia Life e depois duas versões de topo em paralelo, a Style e a R-Line. A versão base só estará disponível no próximo ano.

A novidade a este nível é a nova versão especial para Portugal, o T-Roc@PT que parte da versão Life e acrescenta vidros escurecidos atrás, jantes de 17” e o logotipo da versão no pilar traseiro do tejadilho. Está disponível nas versões 1.0 TSI de 110 cv de caixa manual (29 865 euros) e 1.5 TSI de 150 cv de caixa de dupla embraiagem DSG.

Novos desenhos para as jantes

E foi exatamente a versão T-Roc@PT que pude guiar durante cerca de uma hora, entre a fábrica de Palmela e a Serra da Arrábida, com o motor 1.0 TSI de 110 cv e caixa manual de seis relações.

Mecânica na mesma

Não há nenhuma modificação mecânica no T-Roc, a nenhum nível, por isso este primeiro teste foi mais um recordar do modelo, que já não guiava há algum tempo.

Claro que a subida de qualidade é relevante, mas é pena não ter continuidade no topo das portas da frente. Os comandos táteis do módulo separado da climatização não são uma boa ideia, pois obrigam a desviar os olhos da estrada.

A posição de condução é mais alta que a do Golf, facilitando o acesso e a visibilidade. O espaço atrás é suficiente e os 445 litros da mala também. A posição de condução é muito boa, com o volante a oferecer regulações suficientes e a alavanca da caixa à distância certa.

Os bancos são confortáveis e têm apoio lateral suficiente. Desde o arranque que o motor 1.0 turbo de três cilindros agrada pela suavidade e disponibilidade dos 200 Nm de binário, que a caixa aproveita muito bem.

Dinâmica bem ajustada

Mesmo “puxando” um pouco pelo regime, o motor continua a mostrar que os 110 cv são perfeitamente suficientes para uma condução despachada.

A direção está muito bem calibrada na relação entre esforço e efeito, sendo precisa e confortável de usar. O mesmo se pode dizer da suspensão, que permite movimentos relativamente amplos da carroçaria – talvez para lembrar que se está a volante de um SUV – mas sem perder controlo.

Mesmo em mau piso, a suspensão de barra de torção atrás e os pneus relativamente altos de medida 215/55 R17, proporcionam excelente conforto, sem que o T-Roc perca o rumo.

Mesmo a ritmos mais acelerados, este T-Roc mostra precisão e rapidez de movimentos mais que suficiente para a sua missão. Há aqui um equilíbrio acertado para o tipo de clientes a que aponta.

VW T-Roc 2022

Também continuam disponíveis as versões mais lúdicas Cabriolet, apenas com o motor 1.5 TSI de 150 cv e caixa DSG (38 770 euros) e o desportivo T-Roc R, com o 2.0 TSI de 300 cv (56 526 euros).

O preço mais baixo vai para a versão 1.0 TSI Life, por 28 863 euros, que o importador nacional, a SIVA, estima oferecer mais 2000 euros de valor que o modelo do ano passado.

Conclusão

O T-Roc tem tido uma carreira em crescendo, o que não é comum. A relevância do modelo na oferta da VW tem aumentado, à medida que aumenta a procura por SUV compactos. A verdade é que o preço acaba por não estar muito longe do praticado pelos líderes do segmento B-SUV.

Francisco Mota

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