Para quem tem alergia ao pólen, a chegada da Primavera é sempre uma preocupação. Saiba 6 cuidados a ter para minorar os sintomas, quando viaja de carro.

O pólen no ar é sinónimo de espirros contínuos, de pruridos nos olhos e de outros sintomas de desconforto que podem prejudicar quem viaja de carro e, mais ainda, quem o tem que conduzir. Mas há maneiras de minimizar a situação, desde que tome algumas medidas simples, mas eficazes.

A alergia ao pólen é muitas vezes associada aos espaços abertos, aos jardins e aos campos floridos, onde o vento o faz circular de forma particularmente intensa, mais ainda durante a Primavera. Mas o habitáculo de um automóvel, apesar de ser um ambiente pequeno, tem muitos focos de alergias.

Alergias no habitáculo

O primeiro é a entrada forçada de ar exterior, o que pode introduzir pólen no habitáculo a uma velocidade considerável, acumulando-se uma grande quantidade em muito pouco tempo. E depois há muitos materiais onde se pode fixar e continuar a contaminar o ar que os ocupantes respiram. Um exemplo são os tecidos dos bancos, sobretudo os que utilizam materiais sintéticos a imitar o veludo. Mas também os tapetes dos carros são um local de fácil acumulação de material alérgico.

Claro que o local de maior concentração de pólen é o sistema de climatização do automóvel, começando no bocal de captação de ar exterior, passando pelo filtro do habitáculo e terminando nas condutas que levam o ar do exterior para os narizes dos ocupantes.

Que medidas tomar?

Há medidas simples e que podem ser feitas pela maioria dos automobilistas, para minorar a presença de pólen no interior do carro, e tornar a condução menos penosa para quem sofre de alergias. Aqui ficam as seis mais importantes:

1 – Viajar com as janelas fechadas

Parece óbvio, mas ainda há quem se esqueça desta medida básica. Se viajar com as janelas abertas, mesmo que seja só uma fresta, está a convidar o pólen a entrar para o habitáculo, e a grande velocidade! Devido ao efeito aerodinâmico criado pelo deslocamento do carro, as janelas abertas injetam grandes quantidades de ar no interior. Não se esqueça, feche as janelas. É também uma medida de segurança básica, pois evita que objetos possam entrar no habitáculo e causar danos ou ferimentos.

2 – Usar óculos escuros

Dizem os especialistas médicos que os óculos escuros são uma boa maneira de minimizar os efeitos das alergias ao pólen, pois protegem os olhos do excesso de luz. Na verdade, a utilização de óculos escuros na condução é aconselhada também por outras razões, pois evita a fadiga devida ao excesso de luminosidade; e o encandeamento nas horas de sol mais baixo, ao início da manhã e ao final da tarde. Mas não se esqueça de usar óculos de sol graduados, se precisa de usar óculos para ver ao longe.

3 – Substituir o filtro de ar do habitáculo

Todos os automóveis têm um filtro de ar no sistema de climatização, que serve justamente para impedir que entrem poeiras, poluição e pólen para o interior do carro. É fundamental ter esse filtro sempre em boas condições. Se faz as revisões periódicas ao seu automóvel, a substituição do filtro faz parte das operações executadas nessas alturas. Mas se não faz revisões anuais, então é boa prática substituir o filtro de ar do habitáculo todos os anos, no final do Inverno. Com alguma prática e seguindo as indicações do manual de instruções do seu automóvel, até conseguirá fazer a substituição, sem ter que levar o carro à oficina.

4 – Limpar condutas de climatização

Quanto mais anos tiver o seu carro, mais poeiras se acumulam nas condutas da climatização. Saiba que existem produtos no mercado para fazer a limpeza destas condutas higienizando-as e impedindo que sejam locais de acumulação de poeiras e pólen. Se sofre de alergias, esta deve ser uma preocupação tão importante como a substituição do filtro de ar do habitáculo.

5 – Carregar o ar condicionado

O sistema de ar condicionado necessita de ser carregado periodicamente, para poder continuar a exercer bem a sua função de retirar humidade do habitáculo. A humidade em locais fechados é um dos fatores que pode potenciar a acumulação de matéria alérgica, pelo que ter o ar condicionado em perfeitas condições de funcionamento é essencial.

6 – Usar o botão da recirculação de ar

Esta é uma das medidas que se torna mais difícil de implementar, pois não se deve circular continuamente com o botão da recirculação de ar ligado, ou seja, sem que entre ar fresco dentro do habitáculo e o renove. Mas pode fechar a entrada de ar para o habitáculo quando circula em zonas de campo aberto, particularmente durante o início da manhã, que é a altura em que as plantas libertam mais pólen para a atmosfera.

Conclusão

As alergias são definidas pelos médicos como “excesso de defesas” do organismo em presença de material que lhe causa sintomas anómalos. É uma doença sem cura, em muitos casos, mas que pode ser controlada, se bem diagnosticada. Estima-se que um terço da população sofra deste tipo de problemas, mas algumas pessoas nem sabem que são alérgicas a alguma coisa. Pode acontecer que os sintomas estejam ausentes durante anos. Mas o contrário é o mais provável. Por vezes é possível confundir uma alergia ao pólen, que se manifesta através de sintomas ao nível do sistema respiratório, com uma vulgar constipação. Se desconfia que pode ser esse o seu caso, o melhor é consultar o seu médico e fazer um diagnóstico que lhe permite tomar medidas para prevenir os sintomas. Lembre-se que, ao volante, toda a atenção é pouca e que sintomas como espirros constantes, prurido nos olhos, dores de cabeça e outros, podem diminuir as suas capacidades de conduzir com o máximo de segurança.