O desenho do HR-V foi muito simplificado

As dimensões exteriores quase não mudaram

Traseira ao estilo coupé e tejadilho mais baixo

Interior simplificado e com grande ecrã central

A mala mantém os Magic Seats

Mais 35 mm de espaço para pernas na segunda fila

HR-V só disponível com motorização híbrida

A Honda continua a seu plano de eletrificação da gama europeia, que estará completo no final de 2022. Agora foi a vez de lançar o seu B-SUV, o novo HR-V que passa a ter uma motorização híbrida e:HEV.

 

Reconhecendo que a transição energética na Europa está a acontecer a uma velocidade superior à das outras regiões do globo, a Honda empenhou-se em acompanhar a mudança.

Depois do CR-V Hybrid, lançado em 2019 e do Jazz E:HEV, apresentado em 2020 foi agora a vez do HR-V E:HEV, também um “full hybrid”, ser mostrado em maior detalhe.

Esta aposta nos híbridos acompanha a carreira comercial do elétrico Honda “e”, num segmento em que a diversidade de motorizações ainda continua a ser a melhor opção.

Que o diga a Peugeot, que fechou o primeiro trimestre com o 2008 na liderança dos modelos mais vendidos em Portugal.

Plataforma nova

O novo HR-V é feito com base na plataforma GSP (Global Small Platform) que é a mesma usada pelo novo Jazz. Contudo, as dimensões exteriores não mudaram face ao anterior HR-V, sendo praticamente iguais às do rival Peugeot 2008.

Por fora, o estilo surpreende pela simplicidade das linhas, o que não tem sido hábito na marca, muitas vezes acusada de dar aos seus modelos uma aparência “estranha”, como é o caso do Civic.

No HR-V, a linha de cintura é perfeitamente horizontal, o perfil é levemente coupé e a altura foi reduzida em 20 mm. Os pilares dianteiros estão ligeiramente mais inclinados.

Os puxadores das portas traseiras estão escondidos no pilar traseiro, os faróis e farolins são em LED, estando atrás unidos por um friso luminoso vermelho. Estão disponíveis jantes de 18 polegadas.

O detalhe menos conservador será a grelha pintada na cor da carroçaria, que funciona melhor em cores escuras que nas mais claras. Digo eu…

Para lhe dar um ar mais SUV, a altura ao solo foi aumentada em 10 mm, face ao modelo anterior, mas o HR-V continua a ter apenas tração às rodas da frente.

Interior mais simples

Por dentro, o tema da simplificação continua, com o tablier a ser formado por uma linha horizontal a toda a largura, no meio da qual está em destaque um monitor tátil com um aspeto semelhante ao do Honda “e” adicionando atalhos por baixo.

A altura da posição de condução foi subida em 10 mm, supostamente para dar resposta aos pedidos dos condutores do anterior modelo, que a achavam demasiado baixa.

A Honda diz que aumentou o volume dos porta-objetos e manteve os comandos da climatização como botões físicos na consola, o que é sempre de aplaudir.

Uma novidade que valerá a pena testar são as novas saídas de ar da climatização nos extremos do tablier, em foram de “L” e a prometerem uma ventilação mais homogénea do habitáculo.

Magic seats continuam

De resto, a colocação do depósito de gasolina sob os bancos da frente continua a permitir ao banco traseiro ter um assento que se pode levantar, tal como no Jazz e que a Honda chama Magic Seats.

Apesar de ter as mesmas dimensões exteriores, a Honda anuncia mais 35 mm de espaço para as pernas nos lugares de trás, que têm duas das quatro tomadas USB disponíveis no interior.

A tampa da mala tem uma função “walk away close” que fecha sozinha quando o utilizador se afasta.

Full Hybrid em série ou paralelo

Quanto à motorização do HR-V, passa a ser um “full hybrid” com um sistema híbrido que funciona na maioria das vezes em série.

Ou seja, o motor 1.5 i-VTEC a gasolina de ciclo Atkinson, acciona um gerador para carregar a bateria, colocada sob a mala e que alimenta o motor elétrico. A tração às rodas é então elétrica.

Só em condução em autoestrada, o motor a gasolina é conectado diretamente às rodas, passando a funcionar como híbrido em paralelo.

A potência máxima combinada é de 96 kW, o equivalente a 131 cv, e o binário máximo é de 253 Nm às 4500 rpm, existindo três modos de condução: Eco/Normal/Sport. Há também dois níveis de intensidade de regeneração, sendo o “B” o mais elevado ao qual se acede na alavanca da transmissão.

Conclusão

A Honda segue o seu plano de eletrificação à risca, uma estratégia que já se traduz numa quota de 65% para as versões eletrificadas das suas vendas europeias, para a qual o HR-V E:HEV vai contribuir a partir do final do ano. No entanto, ainda não deu o passo de disponibilizar já um B-SUV elétrico, como o fez a Peugeot no 2008, com o sucesso que se tem visto.

Francisco Mota

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