“Lexus Electrified” é o plano de novos modelos elétricos da marca japonesa. O UX 300e foi só o começo, mas a revolução está marcada já para 2021, com um modelo que vai deixar toda a gente de boca aberta.

 

A Lexus estreou-se há 30 anos nos mercado da Europa com a berlina de luxo LS400 e até hoje já vendeu mais de um milhão de unidades nesta região do globo, cerca de metade dos quais foram versões híbridas.

O primeiro híbrido da Lexus foi o RX, de 2003 e hoje 96% das vendas da marca são versões híbridas. A crescente procura deste tipo de motorizações levou a Lexus a registar, nos últimos seis anos, subidas consecutivas nas vendas. Em boa parte graças a compradores que nunca tinham tido um Lexus.

UX 300e é o primeiro

Marca premium líder em modelos eletrificados, a Lexus está a entrar num novo capítulo, com o lançamento do UX 300e, que já tive a oportunidade de guiar em Portugal. Pode ler as minhas primeiras impressões de condução aqui:

Ao volante – Lexus rende-se aos elétricos com o UX 300

O Lexus UX 300e leva a marca para o campo dos modelos 100% elétricos, com uma adaptação da plataforma existente. É instalada uma bateria de 54,4 kWh sob o piso e um motor elétrico de 204 cv e 300 Nm, que move as rodas da frente.

A autonomia máxima anunciada é de 315 km e a velocidade máxima está limitada a 160 km/h, para poupar a bateria, mas a aceleração 0-100 km/h faz-se nuns breves 7,5 segundos.

Mas o futuro próximo passa por uma nova plataforma elétrica, designada e-TNGA.

As vantagens da e-TNGA

Esta nova base de trabalho posiciona a bateria sob o habitáculo e prevê a possibilidade de instalar um motor à frente e outro atrás. Desta forma, está apta a dar vida a modelos de tração à frente, atrás ou às quatro rodas.

Uma das novidades da e-TNGA nas aplicações em modelos Lexus vai ser o sistema “Direct4 wheel drive force control”, resumido para Direct4.

O princípio aplica-se a modelos elétricos, como os referidos de dois motores, mas também a próximos modelos híbridos “plug-in”, que tenham um conjunto motor gasolina/máquina elétrica, para as rodas da frente e outro apenas elétrico (e-Axle) para as rodas de trás.

O que é o Direct4?

A ideia base do Direct4 é otimizar a atribuição de binário a cada roda, de acordo com as condições de condução e as preferências do condutor. A Lexus já tem protótipos em testes de circuito fechado no Japão e está a chegar à conclusão que as possibilidades são muito amplas.

A facilidade de modular o binário dos motores elétricos, de forma muito rigorosa, é um dos fatores que favorece o Direct4. O outro factor é a ligação direta que existe entre cada motor elétrico e o semi-eixo que faz mover cada roda, o que permite uma rapidez de resposta ímpar.

As possibilidades do Direct4 são muito amplas, começando pela segurança ativa. Numa situação de subviragem, é possível alterar a alocação de binário a cada roda individualmente de forma a eliminar essa tendência. E o mesmo se passa com a sobreviragem.

Dinâmica “à la carte”

Em situações de piso escorregadio, isto pode ser muito útil. Mas também há a possibilidade de deixar ao critério do condutor que tipo de atitude deseja para a dinâmica a cada momento.

Através de um comando simples, será possível alocar mais binário às rodas da frente ou às de trás, configurando assim um comportamento mais neutro, mais subvirador ou mais sobrevirador. É até possível estabelecer diferenças de binário entre as rodas da esquerda e da direita.

O Direct4 é o exemplo de como os carros elétricos abrem novas possibilidades a outros campos que não apenas a locomoção. Outro desses campos é o estilo.

Estilo vai ser revolucionário

Com a ausência de necessidade de grelhas dianteiras para arrefecimento de radiadores, o estilo da frente pode mudar radicalmente, como a Lexus já mostrou no espantoso concept-car LF-30. Mas não só.

O desaparecimento de um compartimento dianteiro para o volumoso motor a combustão e seus periféricos, bem como o aumento da distância entre-eixos, ditada pela necessidade de albergar a bateria no piso, irá revolucionar as proporções dos elétricos no futuro

A Lexus prepara um concept-car para apresentar no primeiro trimestre de 2021 que deverá mostrar algumas destas novas tendências e criar uma imagem para os seus modelos elétricos.

Conclusão

Com tantas alterações em vista, uma coisa a marca garante: as principais sensações de condução dos atuais Lexus vão ser reforçadas e não alteradas: o sentido de solidez dado pela elevada rigidez estrutural, a precisão e obediência da direção, o controlo dos movimentos da carroçaria e o conforto, são os traços de ADN da Lexus que vão continuar a ser facilmente identificados, mesmo após esta anunciada revolução eletrificada.

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