Miguel Pinto é o diretor geral da Polestar Portugal

A gama da Polestar vai definir o seu posicionamento

Miguel Pinto está ao volante da Polestar Portugal

Os futuros lançamentos da marca já foram mostrados

O Polestar 2 MY24 deu o mote à entrevista

O Polestar 4 será o best-seller da marca

Francisco Mota entrevistou Miguel Pinto

Polestar 5 é o GT de luxo da marca

Os planos da Polestar para o futuro são claros

Polestar 6 é um roadster 100% elétrico

Miguel Pinto falou do presente e futuro da Polestar

Este é o Polestar Synergy que deverá ser feito pela Hot Wheels

Mais que o volume de vendas, a prioridade é o posicionamento

A Polestar posiciona-se acima do premium e na direção do luxo

O diretor geral da Polestar Portugal explica ao TARGA 67 qual o futuro rumo da marca sueca no nosso país, numa entrevista conduzida por Francisco Mota e fotografada por João Apolinário.

 

Marca sueca do grupo Geely, a Polestar está numa fase de expansão, preparando o lançamento de uma gama de novos modelos que vai definir o seu posicionamento no mercado dos automóveis elétricos.

Miguel Pinto é o diretor geral da Polestar Portugal

Miguel Pinto, o director geral da Polestar Portugal, respondeu às minhas perguntas numa entrevista em que fiquei a saber um pouco mais sobre qual será o rumo da marca nos próximos anos.

Targa 67 – Como é vista a Polestar pelo mercado português? Qual é a perceção que os compradores portugueses têm do posicionamento da marca e como olham para a relação da Polestar com as outras marcas do grupo?

Miguel Pinto – A perceção inicial esteve muito ligada à Volvo, o que para nós foi uma vantagem, mas lentamente começámos a ganhar o nosso próprio espaço. Nós vamos mais na direção da dinâmica e do design. Estamos a posicionar-nos onde queriamos estar, acima do Premium e na direção do luxo. Associamos o bom que temos da nossa génese do grupo, como a qualidade e a segurança, a uma parte mais emotiva do design, que para nós é importante.

Francisco Mota entrevistou Miguel Pinto

Targa 67 – Qual é o perfil do comprador português da Polestar? Que marca de automóvel tinha antes de comprar um Polestar e porque mudou? Que idade tem, em média?

Miguel Pinto – Em termos de idade é dos 18 anos para a frente… Eu diria que são pessoas preocupadas com a sustentabilidade, com o meio ambiente, que apoiam a mudança para a mobilidade elétrica, que sem dúvida nenhuma estão preocupados com o ambiente, mas que, por outro lado, gostam de um modelos de referência, premium, com qualidade, design e inovação, e para quem a segurança também é fundamental. Alguns tinham um Volvo antes, outros tinham marcas premium alemãs. São pessoas que estão informadas sobre aquilo que é a mobilidade elétrica, pessoas que sabem o género de tecnologia que pretendem.

O Polestar 2 MY24 deu o mote à entrevista

Targa 67 – Quandos Polestar se venderam em Portugal até agora? Os valores estão dentro daquilo que era previsto?

Miguel Pinto – Ainda não completamos um ano de entregas e já temos mais de 300 automóveis a circular na estrada, o que para nós é um número francamente positivo. Neste primeiro ano de atividade preocupamo-nos fundamentalmente com o posicionamento, com a nossa estratégia de marca, criar parcerias no mercado com os nossos operadores, pois temos um modelo de negócio diferente de outras marcas. Os números estão dentro daquilo que nós esperávamos e estamos satisfeitos.

Os planos da Polestar para o futuro são claros

Targa 67 – Quais são os principais comentários dos vossos clientes acerca da experiência de utilização de um Polestar. Quais são os principais pontos fortes que apontam e quais aqueles que mais desejariam que pudessem evoluir?

Miguel Pinto – Por um lado, o modelo de venda direta ao consumidor retira muito da pressão de vendas e transforma a compra de um automóvel elétrico em algo divertido. Esse é um dos pontos mais destacados pelos nossos clientes atuais. Toda a jornada que tiveram desde que entraram no nosso site até ao momento em que receberam o seu Polestar. E também depois disso, a experiência de cliente que alguns já tiveram, passados nove ou dez meses de terem o seu Polestar. Por outro lado, tendo um modelo de negócio sem concessionários, sem vendedores, podemos ter maior dificuldade em chegar aos clientes, no entanto temos um serviço de cliente que está disponível cinco dias por semana e não são máquinas, são pessoas que estão lá para atender e fazem parte da nossa equipa Polestar. Isso é uma vantagem. Os nossos parceiros também fazem esse trabalho. Abrimos o nosso primeiro espaço em Vila do Conde, o Polestar Space Porto, onde os nossos clientes já podem ter outro contato com os modelos e a marca, que não só a nível digital.

A gama da Polestar vai definir o seu posicionamento

Targa 67 – Quais são os planos para o crescimento dos pontos de venda da Polestar no nosso território? Que tipo de relação querem desenvolver com os vossos clientes, tanto em termos de vendas como de assistência pós-venda.

Miguel Pinto – Vamos começar por ter um segundo espaço em Lisboa o que, a médio prazo, vai ser suficiente para cobrir as nossas necessidades em termos de espaços físicos. Além disso, temos a rede Volvo, que nos faz o serviço pós-venda.

Os futuros lançamentos da marca já foram mostrados

Targa 67 – Outras marcas de automóveis elétricos têm adotado políticas comerciais agressivas, com descidas de preços. Será essa uma estratégia que a Polestar poderá seguir?

Miguel Pinto – Nós temos uma estratégia definida, muito clara, e vamos manter-nos muito fiéis a essa estratégia. Nós estamos muito preocupados em posicionar a nossa marca, estamos muito preocupados em explicar às pessoas a nossa mensagem. A Polestar é mais do que um automóvel, é mais do que um produto que estamos a vender. Nesta fase não estamos muito preocupados com a parte comercial, é claro que os números nos interessam, mas não é a parte fundamental do nosso negócio. Nós precisamos de criar a base do nosso negócio, seja a nível de rede, seja a nível de modelo de negócio, que é novo e precisa de um tempo de habituação. Nós estamos a começar de raiz, a fazer algo que em Portugal não existe. A Polestar tem operadores, que são os nossos investidores, para nos representar no retalho, mas nós vendemos diretamente ao cliente. No nosso modelo de negócio, a capacidade de negociar descontos com o cliente é quase nula.

A Polestar posiciona-se acima do premium e na direção do luxo

Targa 67 – O plano de novos produtos da Polestar para os próximos anos promete muitas novidades. Pode traçar uma panorâmica daquilo que os clientes portugueses podem esperar?

Miguel Pinto – Para já, estamos a lançar o Model Year 24 do Polestar 2, um produto que está no seu grau máximo de maturidade. Estamos já a vender o Polestar 3, o primeiro SUV elétrico de altas prestações do mercado, que vamos começar a entregar no próximo Verão. Vamos abrir as encomendas do Polestar 4 no início do próximo ano e vamos entregar as primeiras unidades também por volta do Verão. Durante 2024 ou início de 2025 vamos introduzir o Polestar 5, um GT 2+2 de luxo e depois temos o Polestar 6, um roadster 100% elétrico, para o qual já temos três encomendas em Portugal.

O Polestar 4 será o best-seller da marca

Targa 67 – Dos novos modelos que estão planeados, quais pensa que vão ser os mais relevantes para o mercado nacional?

Miguel Pinto – Há duas formas de responder. Por um lado, em termos de importância de volume, por outro lado em termos de posicionamento e crescimento da marca. Eu diria que, em termos de crescimento da marca, o Polestar 3, Polestar 5 e Polestar 6 vão-nos dar a nossa identidade, apontar a direção que queremos seguir para o futuro. Em termos de volume, o Polestar 2 e Polestar 4 vão ser sem dúvida os nossos modelos de volume no futuro, sobretudo o Polestar 4.

Polestar 6 é um roadster 100% elétrico

Targa 67 – Num plano mais global, quais são as ambições da Polestar em termos de crescimento, seja em volume, seja em oferta? Está previsto que a marca entre em segmentos de preço mais acessível, por exemplo o B-SUV, o de maior crescimento na Europa?

Miguel Pinto – Os nossos volumes são ambiciosos, para nós, mas sempre dentro de uma lógica de nicho, que é onde funcionamos. A Polestar não pretende vender milhões de automóveis, nem o modelo de negócio nos dirige para aí, de maneira nenhuma. Diria que, dentro de três ou quatro anos, temos como objetivo estar nos volumes da Porsche, será dentro dessa escala de valores que estamos a falar. Neste momento, não temos planos para fazer um modelo mais pequeno que o Polestar 2.

Polestar 5 é o GT de luxo da marca

Targa 67 –  Dentro dessa lógica, quais são as marcas que a Polestar considera serem os rivais mais diretos?

Miguel Pinto – Os nossos rivais mais diretos são aqueles que ainda continuam a não apostar na mobilidade elétrica a 100% ou perto disso. Esses é que são aqueles que nós consideramos um óbice a que as pessoas adquiram um automóvel elétrico. Os fabricantes de automóveis elétricos são, para nós, parceiros de viagem, pois contribuem para que os consumidores migrem para a mobilidade elétrica e comecem a olhar para produtos que também são os nossos.

Miguel Pinto está ao volante da Polestar Portugal

Targa 67 – Quais são as grande mensagens que a Polestar quer passar para o mercado, quais os valores a que se quer associar, como marca?

Miguel Pinto – A mensagem da sustentabilidade, da inclusão são importantes. A preocupação com o meio ambiente e do nosso compromisso para o fazer. Para nós, o ciclo do produto é muito importante. Por exemplo, nós monitorizamos com muita clareza a forma como os nossos fornecedores produzem os componentes que lhes compramos, onde vão buscar as matérias primas, como são extraídas e utilizamos a tecnologia “blockchain” para ter a certeza de que tudo isso é verdade. Somos muito regrados em tudo o que fazemos, seja na produção, seja no produto final.

Este é o Polestar Synergy que deverá ser feito pela Hot Wheels

Targa 67 – A Polestar revelou há pouco tempo uma colaboração com a marca de miniaturas Hot Wheels. Qual o interesse estratégico desta inesperada “joint-venture”?

Miguel Pinto – Por um lado é o design. É também construir a marca, seja através das crianças que passam a brincar com um Polestar, seja através dos colecionadores, que vão ter um Polestar nas suas prateleiras. Gostamos de estabelecer parcerias que nos ajudem a vender os nossos produtos, mas que tenham um impacte para além disso. Houve um concurso de design que permitiu a um estudante aparecer com o seu trabalho. E isso para nós é muito importante.

Francisco Mota

(fotos de João Apolinário e Polestar)

Ler também, seguindo o link:

Vídeo – Polestar 2 MY24: Mais autonomia e tração atrás