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Crónica – Vendas de elétricos disparou 70% mas será para continuar?

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15/05/2020. Fechadas as contas das vendas no primeiro trimestre, na União Europeia, e os resultados aí estão: os elétricos subiram 70% e os “plug-in” uns incríveis 161%. Mas será para continuar assim até ao final do ano?

 

A ACEA, a associação dos construtores europeus de automóveis, divulgou o número de matrículas de novos modelos na comunidade europeia, durante o primeiro trimestre de 2020. E apresentou os resultados por tipo de motorização.

Os resultados, no que aos elétricos diz respeito é muito interessante, registando-se uma subida de cerca de 70% (68%, para ser mais exato) face a igual período de 2019. No total, entre Janeiro e Março de 2020, foram matriculados 91 756 automóveis elétricos.

Em paralelo, os híbridos “plug-in” registaram um aumento ainda mais impressionante de 161%, totalizando 75 376 unidades, no primeiro trimestre de 2020.

Traduzindo estes números para quotas de mercado, a ACEA indica que os automóveis elétricos representaram 3,7% de todo o mercado na comunidade europeia e os “plug-in” chegaram aos 3,1%.

Portugal e os objetivos 2020

Em relação a Portugal, os elétricos subiram 26%, com 2676 unidades, enquanto os “plug-in” subiram 126,9%, chegando às 2101 matrículas.

Estes números, colocam as vendas em linha com as necessidades para serem atingidas as metas de CO2 definidas para 2020.

Para lá chegar, será preciso que o mercado europeu chegue ao final do ano com 3% de veículos elétricos vendidos e 4,8% de “plug-in”. Não estamos longe.

Em conjunto, os chamados veículos elétricos recarregáveis, ou ECV (Electrically Chargeable Vehicles), ou seja, somando elétricos e “plug-in”, somaram 6,8% de todos os automóveis vendidos no primeiro trimestre deste ano, totalizando 167 132 unidades. Uma subida muito significativa, face aos 2,5% registados em igual período de 2019.

Descida do Diesel

A ACEA justifica estas subidas com o aumento da oferta de carros elétricos, que deverá chegar a mais de 50 modelos disponíveis no mercado, até ao final do ano. Do mais barato Smart EQ até ao mais caro Porsche Taycan.

Mas também com menor procura de modelos Diesel, cujas vendas caíram 32% entre o primeiro semestre de 2019 e de 2020.

Aliás, é bom não esquecer que as vendas totais de todas as motorizações caíram 25,6% no primeiro trimestre, com menos 55,1%, só no mês de Março, face a 2019.

Ainda assim, segundo os dados da ACEA, as motorizações Diesel representaram 30% das vendas no primeiro trimestre e a gasolina liderou com 52%.

Quanto aos híbridos não recarregáveis, a subida também foi muito significativa, com mais 45% comparando os mesmos dois períodos.

Alemanha e França lideram

Por país, os dados da ACEA mostram que a Alemanha e a França são os mercados que mais vendes ECV, com cerca de 26 000 unidades cada no primeiro trimestre.

Mesmo países que têm sido lentos a aderir aos ECV, mostraram subidas importantes no primeiro trimestre, por exemplo a República Checa, com uma subida de 500%, para um total de 855 unidades vendidas.

Claro que todos estes números se reportam a um período pré-Covid-19. Agora a grande incógnita é saber se a tendência tem hipótese de continuar até ao final do ano.

Como vai ser o futuro?

Por um lado, a crise económica vai levar particulares e empresas a comprar veículos mais baratos, entre os quais não se encontram os eléctricos ou “plug-in”. Por isso as vendas de ECV podem ser seriamente afetadas.

Por outro lado, os incentivos à compra de ECV podem levar a suster a queda da procura.

Em alguns países, os apoios estatais à indústria automóvel, contra os efeitos da Covid-19, vão obrigar a uma aceleração no investimento em veículos elétricos.

Os números do primeiro trimestre são a prova do investimento que muitas marcas estão a fazer nos ECV. Os resultados até estavam a aparecer, antes da Covid-19 parar tudo.

Conclusão

Essas marcas vão ser as primeiras a querer fazer tudo para que os seus investimentos nos ECV possam ser recuperados o mais depressa possível, por isso têm todo o interesse em promover as suas vendas. Veremos como o mercado irá reagir.

Francisco Mota

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