Este é um SUV que pensa que é um desportivo, ou não fosse um Alfa Romeo. A direção é demasiado direta, tornando a condução nervosa: é sempre preciso dar menos ângulo ao volante do que se espera. Em modo Dynamic, a direção fica mais pesada e o efeito é minorado, mas depois é o acelerador e, sobretudo a caixa automática que ficam nervosos em excesso.

Gasolina que soa a Diesel

Este motor a gasolina de quatro cilindros, turbocomprimido de 280 cv soa a Diesel, quando o carro está parado, mas depois ganha uma voz mais respeitável. Só que se comporta quase como um motor a gasóleo, sendo muito forte nas rotações médias e caindo claramente nas mais altas. A caixa tem duas enormes patilhas presas à coluna de direção, ao estilo Ferrari, tal como o botão para ligar o motor, colocado no volante. O estilo interior é bem melhor do que a qualidade e na lista de equipamento não há um infotainment decente, para um segmento em que o Stelvio luta com carros como o Audi Q5. Mas basta aumentar o ritmo para perceber onde a Alfa Romeo queria chegar

É uma pena que o ESP não se possa desligar, pois fica claro que o chassis seria capaz de divertir ainda mais

A andar mais depressa, a direção ganha consistência e o chassis contém muito bem a subviragem, que só surge para lá do exagero e de uma forma telegrafada, muito fácil de modular. Insistindo, é o ESP que toma conta dos acontecimentos, simplesmente diminuindo a velocidade, quase sem se sentir a sua ação, apenas o efeito e nem sequer avisando da sua presença através da luz no painel de instrumentos. Entrando em curva um pouco mais devagar, evitando o ESP, acelerando mais cedo, a tração às quatro rodas acaba por mandar alguns Nm a mais para as rodas de trás que então ensaiam uma ligeirissima deriva para “enrolar” a curva, antes que o polícia eletrónico seja outra vez chamado. É uma pena que o ESP não se possa desligar, pois fica claro que o chassis seria capaz de divertir ainda mais o condutor, sem que isso significasse qualquer tipo de risco, pois este motor está longe de conseguir explorar todas as capacidades dinâmicas do Stelvio; e os travões e pneus suportam muito bem exageros severos.

Conclusão

O Stelvio não é um Giulia, mas diverte bem mais que um Q5 e tem uma estética que facilmente se destaca num segmento em que cada rival segue à risca os traços de família, sem autorização para ter identidade própria. Veremos se, quando chegarem os dois “irmãos” do Stelvio, um maior e outro mais pequeno, não vou ter que mudar de opinião.

Potência: 280 cv
Preço
Veredicto: 4 estrelas