Com os Diesel mandados para a reforma, os híbridos “plug-in” tomam-lhe o lugar. A renovada Série 5 da BMW não podia falhar esta fase, que será de transição para muitos condutores.
A Série 5 da BMW não precisa de apresentações. Acima de um determinado escalão de preço, é uma das carrinhas “premium” mais cobiçadas por quem gosta de automóveis.
A atual geração foi lançada em 2017, mas a pandemia fez passar despercebida a atualização que recebeu em finais de 2020.
O mais visível está no redesenho dos faróis LED, na grelha maior, nos para-choques novos e nos farolins de trás. É o habitual num “restyling”.
O mais importante não está à vista e passa por um novo sistema operativo BMW 7.0, para o sistema de infotainment, que passou a ter um ecrã tátil maior.
Há mais funções disponíveis, algumas como resultado da ligação permanente à Internet. Pode receber atualizações de software à distância, informações de trânsito em tempo real, além de ser compatível com os sistemas Apple Carplay e Android Auto. Com uma aplicação de telemóvel, é até possível abrir as portas e pôr o motor em marcha.
“Plug-in” a tomar lugar do Diesel
Mas se a fama da Série 5 Touring foi feita com motores Diesel, que continuam no catálogo, a nova tendência está espelhada nesta versão 530e híbrida “plug-in”, que emprega um motor 2.0 turbo a gasolina, com 184 cv e um motor elétrico de 109 cv, acoplado à caixa automática de oito relações.
A potência máxima combinada é de 292 cv, o que lhe permite acelerar dos 0 aos 100 km/h em 6,1 segundos, apesar de a bateria de 12 kWh do sistema híbrido levar o peso total aos 1975 kg.
As modificações no habitáculo foram poucas e nem eram precisas dada a excelente ergonomia. A posição de condução é muito boa, com amplas regulações do volante e do banco desportivo, que tem muito bom apoio lateral e excelente conforto. O painel de instrumentos é digital e configurável, com imensa informação.
Muito suave e confortável
Como bom híbrido, o 530e arranca sempre em modo elétrico, em total silêncio. Mas o que realmente impressiona é o conforto, mais ainda tendo esta unidade a suspensão desportiva M, com jantes de 18 polegadas.
Não importa a altura das bandas sonoras ou a profundidade dos buracos da estrada, a suspensão suporta tudo, sem incomodar os ocupantes.
Com a bateria carregada e usando apenas o motor elétrico, que roda até aos 140 km/h, a facilidade de condução é excelente, a resposta ao acelerador imediata e os travões estão perfeitamente calibrados, o que nem sempre é óbvio num híbrido.
E a autonomia elétrica?
Em cidade, a bateria durou 50,7 km, pouco menos que o valor anunciado. Depois fica-se com um híbrido convencional, o que está longe de ser um descalabro. É claro que os consumos anunciados de 1.5 l/100 km, em modo híbrido com a bateria carregada, não são possíveis com a bateria a zero.
Ainda assim, os valores que registámos de 6,6 l/100 km, em cidade ou 5,7 l/100 km, em autoestrada (com a bateria sem carga) continuam a ser muito bons. Se não tem onde carregar a bateria todos os dias, tem pelo menos consumos reduzidos.
A outra opção será usar o modo de carregamento em andamento, deixando o motor a gasolina accionar o gerador, mas à custa da subida do consumo de gasolina para o dobro.
Ainda é desportivo?
Além dos modos elétrico e híbrido, tratando-se de um BMW, o 530e não podia deixar de ter também um modo Sport, com uma variante “Xtra boost” onde se disponibilizam os 292 cv combinados durante períodos de dez segundos.
Depois, o sistema de regeneração carrega a bateria mais depressa que o normal, garantindo força para a próxima aceleração. O contributo elétrico é bem notório, sempre que se pressiona o acelerador.
O motor a gasolina só toma protagonismo mais tarde. A aceleração é forte e continuada. Quando chegam as curvas, o 530e mostra uma atitude neutra e controlada, a direção é precisa sem ser muito rápida e o peso elevado nota-se na travagem e na inclinação em curva.
A tração às rodas traseiras é sempre competente, mas o acerto desta versão não é tão desportivo como o aspeto do pack desportivo M desta unidade poderia deixar pensar.
Conclusão
A prioridade foi para eficiência e conforto, e o que se pode dizer é que a BMW atingiu os objetivos. Apesar da moda dos SUV, a carrinha Série 5 Touring continua a manter todos os seus argumentos intactos, mesmo nesta versão híbrida “plug-in”, a caminho da transição para a mobilidade elétrica.
Francisco Mota
(fotos de João Apolinário)
BMW 530e Touring
Potência: 292 cv
Preço: 68 200€
Veredicto: 4 (0 a 5)
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Teste – BMW X2 “plug-in”: eficiência soma-se à elegância?