A Audi mostrou como será a nova “cara” de todos os seus próximos modelos. É uma nova linguagem de estilo, estreada no “concept-car” Skysphere, um grande GT elétrico e autónomo que vai revolucionar a marca.
O fim da produção do A1 foi só um primeiro sinal. A Audi está lançada para se tornar numa marca de modelos mais caros e ainda mais premium e vai aproveitar a transição para a eletrificação para o fazer.
O novo “concept-car” Skysphere mostra isso e como será a nova “cara” de família dos novos Audi, mantendo a tradicional grelha “single-frame” mas que agora já não é uma grelha.
Em vez de deixar entrar ar para o compartimento do motor, passa a ter um conjunto de LED capazes de exercer várias funções, entre elas as de indicadores de direção e mensagens para peões.
Desenhado na Califórnia
Desenhado pelos cento de estilo da Audi em Malibu, na Califórnia, o Skysphere é um GT de grandes dimensões com proporções clássicas: capót longo e habitáculo recuado, a exemplo dos grandes GT do passado.
A Audi diz que foi buscar inspiração ao Horch 853 Roadster, um dos mais ilustres modelos de uma das marcas fundadoras da Auto Union, que viria a dar origem à Audi moderna.
A maior originalidade do Skysphere é a distância entre-eixos variável, conseguida através da extensão da carroçaria no zona dianteira, à frente dos pilares dianteiros do tejadilho.
Entre-eixos variável
Com a configuração longa, o comprimento chega aos 5190 mm, descendo aos 4940, na configuração curta.
A ideia é ter maior distância entre-eixos para a utilização em condução autónoma de nível 4, de que o modelo é capaz, altura em que o volante e os pedais são recolhidos. É o modo Grand Touring.
A configuração com menor entre-eixos, será para quando o condutor escolhe o modo Sport e decide guiar ele o SkySphere. A suspensão desce 10 mm.
Trata-se de uma solução típica de um “concept-car” que outros construtores também já exploraram, como é o caso da Renault.
Potência de 632 cv
O capót longo serve para alojar o carregador e o conversor, a bateria está atrás dos bancos e sob o túnel central, anunciando 80 kWh de capacidade e 496 km de autonomia.
O motor elétrico está no eixo traseiro e debita 465 kW (632 cv) e 750 Nm anunciando a aceleração 0-100 km/h em 4,0 segundos, para um peso anunciado de 1800 kg.
A suspensão em alumínio tem braços sobrepostos nas quatro rodas e molas pneumáticas; a direção é também às quatro rodas, sendo “by-wire”. A tração é às rodas traseiras.
Uma imensa superfície tátil
Por entro, o tablier é dominado por uma superfície tátil de 1415 mm de largura e 180 mm de altura, dando primazia ao espaço disponível e ao luxo, sempre buscando inspiração aos modelos de prestígio dos anos trinta.
O Skysphere aponta algumas soluções que devem prefigurar a nova plataforma SPP do grupo VW, dedicada a modelos de prestígio e mostrando assim que a Audi está prestes a ser posicionada ainda mais acima no ranking das marcas de prestígio.
Conclusão
Este “concept-car” poderá dar origem a um modelo de produção, mas nada foi confirmado. Contudo, assinala uma nova fase da Audi, em termos de estilo e de tecnologia. Depois do Skysphere, será apresentado o Grandsphere, uma antecipação do novo A8 a ser mostrado no salão de Munique, no início de Setembro. Depois a trilogia ficará completa em 2022 com o Urbansphere, um SUV.
Francisco Mota
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