Sigla GTX afinal não vai substituir GTI

GTX é a sigla usada para os ID elétricos mais potentes

Apesar das prestações, o comportamento do ID.4 GTX não é desportivo

Detalhes de interior distinguem os GTX

O ID.4 GTX tem 299 cv e tração às quatro rodas

O primeiro Golf GTI deu início a uma dinastia de desportivos

A sigla GTI foi estreada em 1976

Quando lançou o ID.4 GTX a VW passou a ideia que a sigla seria o equivalente da antiga GTI, para os modelos elétricos. Mas o CEO da marca veio agora dizer que, afinal, não vai ser assim. Nem os GTI vão acabar, nem sequer o Golf será substituído pelo ID.3, como também se supunha.

 

Foi a VW que deixou passar a ideia que a sigla GTX vinha para substituir os antigos GTI, para identificar as versões mais desportivas da gama de modelos elétricos ID. Tudo começou com o ID.4 GTX, um C-SUV com prestações desportivas.

Sigla GTX afinal não vai substituir GTI (fotos de João Apolinário)

Em termos de imagem, o ID.4 GTX segue de perto os detalhes de estilo das versões GTI do Up, Polo e Golf, destacando a nova sigla a acrescentando decoração exterior e interior. Substituir gradualmente o GTI pelo GTX, marcando assim uma rotura entre os modelos térmicos e elétricos, parecia ser o plano da VW.

Tudo começou em 1976

Considerando toda a história da sigla GTI, que foi usada pela primeira vez no Golf em 1976, a estratégia de a arquivar parecia, no mínimo, um desperdício. A reação dos incondicionais dos VW desportivos também não terá sido a mais encorajadora.

O primeiro Golf GTI deu início a uma dinastia de desportivos

E não foi por faltarem argumentos ao ID.4 GTX, em termos de prestações. Com 299 cv de potência máxima e binário a chegar aos 460 Nm, este C-SUV elétrico anuncia uma aceleração 0-100 km/h em 6,2 segundos, mais que aceitável, considerando os 2224 kg.

GTX não é desportivo

Claro que a dinâmica não é tão desportiva quanto se poderia esperar, mas tem que se dar o desconto de se tratar de um C-SUV com 4,58 metros de comprimento e 1,60 metros de altura. Um VW T-Roc R a gasolina tem a mesma potência e não tem um comportamento muito melhor.

Apesar das prestações, o comportamento do ID.4 GTX não é desportivo

O “X” da sigla GTX identifica também a existência de tração às quatro rodas, obtida através de dois motores elétricos, um por cada eixo. Mas o CEO da Volkswagen, Thomas Schäfer, admitiu que a nova sigla poderá ter uma vida curta.

GTI e R são para continuar

Segundo ele, as conhecidas siglas GTI e R vão continuar a ser usadas pela VW para modelos 100% elétricos o que poderá tornar a sigla GTX redundante, deixando de ser usada.

O atual Golf GTI vai ter sucessor 100% elétrico

Sendo assim, é de esperar uma hierarquia semelhante à que existe hoje, em que os GTI são os desportivos de tração a duas rodas e os R são os desportivos de tração integral e mais potentes. A estratégia seria decalcada para os modelos elétricos.

E qual o futuro do Golf?

Outro passo atrás que a VW parece estar a dar é a continuação da utilização do nome Golf, cuja primeira geração foi lançada em 1974. O património deste nome é enorme e a continuação da sua utilização permite poupanças relevantes em marketing, pois não é preciso promover tanto um nome conhecido como um nome novo.

Detalhes de interior distinguem os GTX

Quando o ID.3 foi lançado, a campanha de marketing mostrava-o como sucessor do Carocha e do Golf. Mas, afinal, parece que não será exatamente isso que vai acontecer. O nome Golf não vai terminar com o final da atual geração, como se chegou a pensar.

ID vão crescer

Apesar de não estar em causa a continuação da sigla ID, que já é bem reconhecida pelo público como identificativa da nova família de modelos elétricos da marca, a verdade é que a VW não se pode dar ao luxo de perder o capital de imagem do nome Golf.

A sigla GTI não vai se substituída pela GTX

Neste momento, tornou-se claro que vai existir uma nona geração do Golf, quando a atual geração chegar ao final do seu ciclo de vida, por volta de 2026. O que não está claro é qual será o posicionamento do futuro Golf 100% elétrico.

Elétricos “neo-retro”

Haverá espaço para o ID.3 e para o novo Golf elétrico na gama da marca? Schäfer afirmou que o Golf se poderia inserir na gama entre o futuro ID.2 e o ID.3 o que implicaria uma diminuição das dimensões do Golf, face à geração atual que tem 4,28 metros de comprimento.

GTX é a sigla usada para os ID elétricos mais potentes

No seguimento daquilo que fez com o ID.Buzz, que foi buscar inspiração ao furgão Type 2 de 1949, o Golf poderia inserir-se numa linha de produtos ditos “neo-retro” da marca, talvez passando a chamar-se ID.Golf e talvez com um estilo inspirado na primeira geração do modelo.

O ID.4 GTX tem 299 cv e tração às quatro rodas

Claro que, em termos técnicos, nada disto apresenta problemas. A plataforma MEB deverá continuar a servir de base para vários modelos nos próximos anos, até ser substituída por uma nova geração, mais versátil e adaptada à evolução dos carros elétricos.

Conclusão

O exemplo da Renault, que já confirmou as gerações elétricas dos clássicos R5 e 4L, aponta para uma tendência em que se junta a tecnologia dos carros elétricos com uma estética nostálgica, evitando um estilo demasiado vanguardista que não agrada a todos. A Fiat também já o fez com o 500 elétrico e outras marcas vão acabar por seguir um caminho que acrescenta uma dose de emoção aos carros elétricos, muitas vezes acusados de não terem alma.

Francisco Mota

(fotos de João Apolinário e VW)

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