De cada vez que tenho um Volkswagen GTI para ensaiar, salta-me a veia nostálgica. O meu pai gostava tanto do primeiro Golf GTI, que teve dois de seguida e eu cresci a adorar o carro. Depois passei por aquela fase de comprar um, já como “clássico” e enterrar um monte de dinheiro a metê-lo como novo… mais ou menos.

Comparando com esse primeiro GTI, o novo Polo GTI é muito maior, tem o dobro da potência e hoje é quase um carro de luxo, ao lado do GTI de 76. No papel está lá tudo para ser um carro capaz de colocar o proverbial sorriso nos lábios do condutor: motor 2.0 turbo de 200 cv, caixa DSG de seis velocidades e prestações de meter respeito, com aceleração dos 0 aos 100 km/h em 6,7 segundos. O velhinho GTI via-se grego para baixar dos dez segundos e só o conseguia porque era leve. O novo Polo não pode ser tão leve, caso contrário não passava em nenhum teste de colisão.

A resposta deste motor 2.0 a baixos regimes é tão forte que nem parece ter turbo.

Mas chega de comparações com o passado. Os rivais do novo Polo GTI são o Renault Clio RS, Peugeot 208 GTI, Mini Cooper S e o novo Ford Fiesta ST. Talvez o Cupra Ibiza, se a nova marca espanhola o decidir fazer.
No Polo, o que agrada logo é o espaço, a qualidade e os equipamentos disponíveis, tudo ao nível do segmento acima. E depois a resposta muito forte deste motor a baixos regimes, que nem parece ter turbo. Na cidade, a acompanhar o trânsito, é totalmente civilizado, com a caixa DSG em modo automático a fazer o seu papel e nem sequer a suspensão é muito firme. Mas estes elogios transformam-se em críticas quando troco a cidade pela serra.

Patilhas curtas

Claro que o motor continua a agradar, mesmo às 6500 rpm ainda respira. Mas a caixa DSG, em modo manual, nem sempre respeita as ordens que lhe dou e as patilhas são tão pequenas que os dedos têm que se esticar para lhes chegar. Nem mesmo as detonações no escape são suficientemente convincentes. A calibração do ESP em modo Sport até é bastante liberal, deixando provocar a traseira na entrada em curva. Mas os pneus Bridgestone Turanza não são os mais adequados para este carro, deixando a frente subvirar antes do que era suposto e perdendo tração em curvas mais fechadas.

Conclusão

Na verdade, o Polo GTI sente-se sempre alto e estreito quando chegam as curvas, não me deixando “brincar” como ele como queria. Em reta, ligando o Launch Control, mostra todo o seu poderio. Mas fico com a dúvida se com uma caixa manual, como tinha o meu velhinho Golf GTI, não será mais divertido de guiar. Assim, parece que lhe falta sempre alguma coisa. Um “bocadinho assim”, como diz o outro.

Potência: 200 cv
Preço: 32 391 euros
Veredicto: 3,5 estrelas