Volvo EX90 estreia em Novembro e quer reduzir 20% de acidentes

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A Volvo prepara novas tecnologias de segurança para o topo de gama elétrico EX90, que vai estrear a 9 de Novembro. São medidas que tratam do que se passa fora e dentro do automóvel para reduzir 20% dos acidentes graves.

Como seria de esperar a Volvo anuncia o EX90, a revelar a 9 de Novembro próximo, como  “o Volvo mais seguro de sempre.” Afirmando que não vai parar de investir na segurança até não haver mais acidentes.

Da marca que fez da segurança o seu cartão de visita, não se esperava menos. O EX90 vem de série com um “escudo invisível” numa referência aos novos sistemas de segurança que vai estrear.

A Volvo admite que, no passado, a sua abordagem em relação à segurança foi convencional, ou seja, desenvolver formas de controlar o que se passa à volta do automóvel, de modo a melhor proteger quem vai lá dentro.

Mas sabia que esse caminho não era o único. É preciso também olhar para o que se passa dentro do próprio automóvel, para prevenir o acidente.

“Compreender” o condutor

Ou seja, um sistema de monitorização do estado do condutor, mais evoluído do que os que existem atualmente no mercado.

O EX90, que ainda não foi visto, será inspirado no Concept Recharge, terá este sistema integrado de série. Trata-se de um sistema que funciona em tempo real e que pretende “compreender” o condutor.

Diz a Volvo que a filosofia é simples: “se o carro consegue saber quando o condutor está num estado que não é o ótimo para guiar, então deve garantir que toma as ações devidas para evitar acidentes.”

Como funciona

Em termos de conceito, o sistema de compreensão do condutor é uma evolução dos sistemas de monitorização que já existem e se centram na deteção de sonolência ao volante.

Identificando para onde o condutor está a olhar, ou com que frequência e durante quanto tempo fecha os olhos, é possível saber muita coisa sobre o seu estado de alerta.

Com um algoritmo desenvolvido para o efeito, é possível saber se o condutor está a deixar de ter condições para guiar, seja devido a cansaço, distração ou outras causas. E avançar com as medidas de assistência adequadas.

O funcionamento ao detalhe

São usadas duas câmaras no habitáculo para detetar sinais precoces relacionados com o olhar. Medindo quanto tempo o condutor olha para a estrada em frente, é possível compreender quando os olhos do condutor (e a sua mente) estão focados noutra coisa que não a condução.

Se o condutor estiver a olhar pouco tempo para a estrada, pode significar que está distraído, talvez a olhar para o smartphone.

Mas se o condutor estiver a olhar fixamente para a estrada, isso pode indiciar uma distração cognitiva, ou seja, o seu pensamento está noutro sítio e já nem está a registar o que está a ver.

Como avisar o condutor?

O volante com sensores também tem aqui um papel, determinando a estabilidade da pega no aro para “compreender” o estado de vigilância do condutor.

A gestão do sistema permite depois juntar estes dois tipos de informação e determinar de que tipo de ajuda o condutor pode estar a precisar.

A ajuda pode começar com um simples sinal sonoro de aviso, que aumenta de acordo com a severidade da situação.

Se o condutor não reagir, o sistema pode então tomar conta da condução e fazer parar o carro em segurança, na berma da estrada e ligar os quatro piscas.

A Volvo afirma que esta área da monitorização do condutor será uma daquelas em que mais vai investir, em termos de segurança, à medida que vai recolhendo mais dados sobre o assunto.

E o que se passa no exterior?

Mas a Volvo também vai ter novidades no que diz respeito à monitorização do que acontece no exterior do carro.

A tecnologia LIDAR vai subir mais um degrau com o novo EX90, com a ambição de reduzir em 20% os acidentes graves.

O novo sistema será usado, inicialmente pelo menos, apenas pela Volvo e utiliza um complexo conjunto de oito câmaras, cinco radares e 16 sensores utrasónicos, além de um sensor LIDAR de última geração.

LIDAR é a contração de Light Detection and Ranging, e define um sistema de medição de distâncias que usa luz na forma de impulsos de laser para medir distâncias com alta precisão e fidelidade.

LIDAR reduz 20% de acidentes

Segundo as estimativas da Volvo, o simples facto de adicionar um LIDAR a um carro já de si seguro, pode fazer descer os acidentes graves em 20% e os acidentes em geral em 9%.

Em vez de o esconder, a Volvo decidiu deixar o LIDAR bem visível sobre o tejadilho do Concept Recharge, pelo menos durante a fase de protótipo.

Com esta tecnologia, consegue detetar peões até 250 metros de distância e até um pneu (preto) caído numa estrada escura a 120 metros de distância.

E isto, enquanto o carro se desloca a velocidades típicas de autoestrada. Como não depende da luz, ao contrário de uma câmara, o LIDAR funciona tão bem de dia como de noite.

Mais tempo para reagir

Isto dá ao sistema eletrónico de ajuda à condução muito mais tempo para se antecipar a uma situação perigosa e tomar as medidas necessárias para evitar o acidente.

Em ambos os casos, estamos a falar de sistemas que evitam os acidentes e que dão mais informação aos sistemas de ajuda eletrónica à condução.

Claro que nada disto seria viável sem um forte investimento na informática e na computação, com novo software projetado para aprender com as experiências que for acumulando com o passar do tempo.

Condução autónoma

Logicamente que tudo isto tem um objetivo final mais ambicioso, que é a condução autónoma. A marca sueca tem este assunto como uma das suas prioridades, como outros construtores premium.

Os anos de trabalho e a experiência recolhida na investigação deste tema dão à Volvo confiança na fiabilidade da condução autónoma, ao ponto de dizer que “quando as nossas verificações de segurança estiverem feitas e todas as aprovações necessárias recebidas, a tecnologia da condução autónoma será introduzida no EX90.”

Conclusão

A Volvo continua a honrar a sua imagem de líder no que à segurança rodoviária diz respeito. Não apenas na proteção que os seus carros podem dar aos ocupantes, em caso de acidente, mas também no desenvolvimento de tecnologia que permita evitar os acidentes em primeiro lugar. Tendo a condução autónoma como a grande meta a alcançar.

Francisco Mota

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