Os fornecedores vão ser parte da solução

A Volvo quer 25% de plásticos reciclados até 2025

A fase de projeto pode eliminar desperdício

O comboio da reciclagem na Volvo

Com a economia circular a Volvo quer descer custos e emissões de CO2

A produção é parte da origem do CO2

O que é a economia circular? A Volvo dá o seu exemplo e mostra como o conceito pode trazer benefícios ao ambiente, aos fabricantes e aos consumidores. Saiba do que se trata.

 

Desde 1684, quando Thomas Savery inventou a máquina a vapor, que o mundo deu uma volta com a chegada da revolução industrial. Esta invenção permitiu a produção em grande escala e o acesso da população a produtos até então inatingíveis.

Mas a época não era de grandes preocupações ambientais, as matérias primas e a energia eram vistas como algo de inesgotável. Hoje, sabemos que não é assim.

A disponibilidade de todo o tipo de produtos, a preços acessíveis, levou uma parte significativa dos consumidores a entrarem naquilo a que hoje se chama a economia linear.

Um conceito pelo qual todos continuamos a viver e que se pode resumir nas etapas da vida de qualquer produto de consumo: extração da matéria prima, transformação e produção, utilização e… lixo!

O que é a economia circular?

A sensibilidade para a escassez de recursos levou muitos a perceber que esta sequência de acontecimentos não é sustentável. Não podemos viver muito mais tempo seguindo este percurso, sem alterar o equilíbrio global.

O desafio é mudar, como sempre. As grandes preocupações parecem simples: gerir melhor os recursos, fabricar e usar os produtos de forma mais sustentável e depois saber o que fazer com os materiais em fim de ciclo.

É destes desafios que nasce a economia circular, que assenta em três grandes questões.

As três grandes questões

Em primeiro lugar, como projetar produtos de forma a que não sejam poluentes nem gerem lixo no final? Sabe-se que é no processo de projeto que 80% do impacte ambiental é gerado. Chegar a um ponto em que um produto se torna em lixo inútil é a prova de um erro de projeto, que, muitas vezes, implica poluição.

A segunda questão é: como manter os produtos e materiais em utilização durante mais tempo? A principal resposta será modificar a atitude face aos produtos: devem ser concebidos para ser usados e não gastos prematuramente. Tem que se reduzir o desperdício.

Os produtos devem permanecer na economia, sendo reutilizados, reparados ou mesmo refeitos. A reciclagem só deverá surgir no final de tudo isso.

A terceira questão é que já não basta proteger o ambiente. Como será possível melhorar o ambiente? O exemplo vem da natureza onde nada é lixo, tudo é alimento para alguma coisa. Quando uma folha cai no chão, é alimento para o solo. Devolver os nutrientes ao solo é melhorar os recursos naturais.

A fundação Ellen MacArthur

Estas questões são estudadas e divulgadas pela Ellen MacArthur Foundation, a maior rede mundial para a economia circular, a que se têm vindo a associar várias empresas, entre elas a Volvo.

A marca sueca já anunciou que se pretende tornar numa empresa de economia circular em 2040, mas com objetivos intermédios já estabelecidos para 2025.

Por essa altura, a Volvo espera conseguir poupar 98 milhões de euros por ano e reduzir em 2,5 milhões de toneladas as emissões de CO2, tudo graças à economia circular.

Para lá chegar, a Volvo está a criar circuitos fechados para os materiais que emitem maiores emissões no seu fabrico (aço e alumínio) e programas de reaproveitamento, reparação, reutilização e recondicionamento de peças.

Projetar sem desperdício

Seguindo as boas práticas da economia circular, a Volvo está a projetar a próxima geração de peças e componentes de maneira a que o desenvolvimento e produção permitam a sua utilização e posterior reutilização. E aqui entram tanto a marca como os seus fornecedores.

Os objetivos são gerir com maior eficiência os recursos naturais e manter o valor de materiais e componentes pelo maior tempo possível, alargando o seu ciclo de vida.

O resultado será traduzido em poupanças na produção, mas também em novas fontes de receitas, reduzindo ao mesmo tempo o impacte ambiental.

Uma ideia com antecedentes

Na verdade, a economia circular não é uma novidade absoluta na indústria automóvel e na Volvo. Há vários anos que a marca tem um programa de reaproveitamento de peças, o Volvo Cars Exchange System.

As peças usadas são restauradas a um nível comparável ao das peças originais e posteriormente utilizadas para reparações noutros modelos. O cliente também ganha, pois paga menos por uma peça recondicionada que por uma nova.

Estima-se que uma peça reaproveitada chegue a necessitar de 85% menos de matérias primas e consuma menos 80% de energia que uma peça nova.

Segundo a Volvo, em 2020, cerca de 40 000 peças foram recondicionadas, o que gerou uma redução de 3000 toneladas de emissões de CO2.

Quanto à produção, a Volvo reciclou 95% do seu “lixo” em 2020, incluindo 176 mil toneladas de aço, a que correspondeu uma redução de 640 mil toneladas de CO2 emitidas.

Conclusão

A economia circular será um dos principais pilares do desenvolvimento sustentável na indústria automóvel. Não apenas em termos ambientais, com redução de emissões de CO2, mas também na melhor gestão de recursos naturais e na parte financeira, tanto para os construtores como para os clientes.

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