Toyota Yaris COTY 2021

Toyota Yaris

Fiat Novo 500

Cupra Formentor

Volkswagen ID.3

Skoda Octavia

Land Rover Defender

Citroën C4

5/3/2021. É a tarefa mais importante do ano, para os jurados do The Car Of  The Year: a votação final. Sobretudo porque, atrás dos números têm que estar as palavras que os justificam. As minhas foram as que se seguem.

 

Cada um dos sete finalistas obriga a uma contextualização, não se trata de comparar os finalistas entre si, mas de os valorizar nos segmentos em que operam.

Quais os méritos de cada um face à concorrência? E os pontos fracos? E como se posicionam em termos de preço? Que relevância tem cada um dos sete finalistas para o mercado de cada jurado?

Os meus 58 colegas de 22 países, são todos jornalistas da especialidade com a obrigação de terem nos testes de carros novos a sua principal ocupação. Tem que ser “malta do terreno” para serem escolhidos pelos seus pares para fazer parte do júri.

Depois de responderam às questões principais, decidiram a sua orientação de voto e distribuíram os 25 votos a que cada jurado tem direito pelos sete finalistas. O resultado deu a vitória ao Toyota Yaris, como se ficou a saber esta semana.

As votações de todos os jurados e as suas explicações, são públicas e podem ser consultadas no site do The Car Of The Year aqui:

https://www.caroftheyear.org/voting-grid.php

Não conheço outro prémio deste tipo em que a transparência chegue a este ponto. Este ano, apesar da pandemia, o grupo de finalistas foi tão forte como sempre e o trabalho de os pontuar, tão difícil e de tanta responsabilidade com todos os anos.

Depois de muitas centenas de quilómetros percorridos a bordo dos sete finalistas, as minhas votações e os respetivos fundamentos foram estes:

Citroën C4 – 1 ponto

Desenho de crossover num carro do segment C, com influência de modelos do passado da Citroën, tem um resultado um pouco confuso. O habitáculo podia ter melhor ergonomia e a qualidade não passa da mediania. É positivo ter versões Diesel, a gasolina e elétrica, a última até é a melhor. O conforto da suspensão é bom, mas podia ser melhor com rodas mais pequenas e mais leves, especialmente em estradas esburacadas, onde o amortecimento é insuficiente.

Cupra Formentor – 1 ponto

Ao fim de três anos a Cupra lança o seu primeiro modelo próprio. O Formentor pega em componentes bem conhecidos do Grupo Volkswagen e adiciona um novo desenho de carroçaria. O resultado é melhor que a soma das partes, neste original SUV coupe com mais altura ao solo e tejadilho baixo. Não será o mais prático dos SUV, nem o mais espaçoso. Interessante a afinação da suspensão, não tão dura como se poderia esperar, em particular nas versões mais rápidas.

Fiat New 500 – 5 pontos

O Fiat 500 é provavelmente o único carro no qual o desenho nostálgico não se tornou cansativo. Por isso não é surpresa que o Novo 500 pareça apenas um restyling do modelo anterior, mesmo se usa uma nova plataforma exclusivamente elétrica. Mais espaço no interior, melhor qualidade e ergonomia bem executada. A escolha de uma bateria com a capacidade certa e uma gestão inteligente do binário, dá-lhe a melhor autonomia do segmento. Além disso, é ainda mais divertido de guiar na cidade que o anterior modelo a gasolina. Mas é caro.

Land Rover Defender – 2 pontos

Demorou muito tempo até que o anterior Defender fosse substituído, mas a Land Rover fez a opção certa, reposicionando-o num patamar mais caro. As capacidades fora de estrada são melhores que nunca e a condução em condições difíceis é mais fácil, devido a muitas ajudas eletrónicas. Na estrada, comporta-se como um Range Rover, confortável e seguro. Habitáculo amplo, mas tem falhas de ergonomia e a qualidade podia ser melhor, para o preço. A versão curta, o Defender 90, não pode ter a motorização PHEV.

Volkswagen ID.3 – 6 pontos

Aquilo que agora parece uma decisão corajosa da VW, será provavelmente visto como a decisão acertada daqui a alguns anos. A nova família de veículos elétricos ID, começou com um “hatchback” de aspeto moderno, que é um marco em termos de estilo para a VW. O habitáculo é futurista e muito espaçoso, para o tamanho; contudo alguns materiais poderiam ser de melhor qualidade. Tem o comportamento dinâmico de um VW, até um pouco melhor, devido à boa afinação do grupo propulsoer elétrico. O motor colocado atrás e a tração traseira até lhe dão uma espécie de herança do passado, para quem se lembra do Carocha original.

Skoda Octavia – 3 pontos

Talvez o desenho exterior pudesse ser um pouco mais audacioso, mas, provavelmente, no final não pareceria um Skoda. O habitáculo do Octavia subiu mais um degrau em termos de qualidade e agora está a um nível similar ao do Golf. Tem a melhor habitabilidade do segmento e suspensão confortável, sobre praticamente todas as superfícies. Não é muito divertido de guiar, mas é seguro e previsível. A gama de motores tem disponível uma importante versão PHEV, mantendo versões atualizadas dos motores a gasolina e Diesel.

Toyota Yaris – 7 pontos

Não satisfeita por ter o melhor sistema híbrido do segmento, a Toyota tornou-o ainda melhor. Mais eficiente, mais fácil de usar e agora até é divertido de guiar. A nova plataforma foi afinada com o prazer de condução em mente e isso percebe-se logo. O desenho exterior também é mais emocional, mas o habitáculo não é o mais vasto do segmento. Para os clientes que queiram a versão base, continua a existir o 1.0 VVT-i e, para os fanáticos dos ralis, há o incrível GR Yaris 4WD, mesmo de este partilha muito pouca coisa com o Yaris normal.

Francisco Mota

Ler também, seguindo o link:

Toyota Yaris vence The Car Of The Year 2021