A Volvo equipou os seus motores Diesel com um sistema “mild-hybrid” e mostra como pode ser interessante o seu lado “B”. Saiba o que se ganhou.

 

O Volvo XC60 tomou o lugar do seu antecessor de 2008 com o mesmo nome, que foi o SUV mais vendido do segmento na Europa, atingindo perto de um milhão de unidades.

Foi um projeto dos tempos em que a marca sueca fazia parte do Premium Automotive Group da Ford, utilizando uma versão da plataforma do Mondeo da altura, devidamente desenvolvida pela Volvo para aplicação em modelos SUV.

Claro que isso foi há muito tempo. O atual XC60 foi lançado em 2018 e utiliza a plataforma SPA que partilha com a família 90 da Volvo, montando também os mesmos motores de quatro cilindros a gasolina e gasóleo, feitos pela casa.

Geely investe e ganha

Tudo isto aconteceu desde que a marca chinesa Geely comprou a Volvo, investindo no futuro da marca sueca como ninguém tinha feito antes.
Os resultados estão à vista, com as vendas da Volvo a subirem ano após ano, prevendo-se que feche as contas de 2019 na casa das 700 000 unidades, mais do dobro de que vendia há pouco tempo.

A expansão da Volvo transformou-a numa nova empresa, com um sólido plano de desenvolvimento para o futuro, que passa pela eletrificação e até pelo lançamento de uma nova marca, a Polestar.

XC60, o mais vendido

O XC60 é o baricentro da gama, o modelo mais vendido da marca, é o rival sueco do BMW X3, só para dar uma referência. O correspondente SUV do S e V60, a berlina e carrinha da Volvo no segmento D.

O desenho distingue-se dos outros SUV da marca, o XC90 e o XC40, pelo formato dos farolins traseiros e pelo recorte dos vidros laterais.

Mas o estilo é ainda tão “fresco” que continua a ser muito original e com aquele toque de bom gosto que caracteriza o design sueco.

Tem um bom Cx de 0,32 e paga sempre Classe 1 nas autoestradas nacionais.

Qualidade e conforto

O habitáculo é revestido a materiais de muito boa qualidade, tablier com painel de instrumentos digital e um monitor central tátil vertical que já se tornou imagem de marca.

Os bancos são sempre um destaque na Volvo, com excelente apoio lateral, regulações numerosas, amplas e um desenho muito elegante. Apesar de serem bastante finos, são confortáveis.

Há muito espaço disponível, porque a Volvo não alinha na ideia dos SUV-Coupé e a mala tem 505 litros.

Resumindo, a Volvo é a única marca capaz de lidar de igual para igual com os três rivais alemães: BMW X3, Audi Q5 e Mercedes-Benz GLC.

Mas em vez de ir atrás do que fazem os alemães, a Volvo decidiu tipificar a dinâmica do XC60 de uma maneira diferente. Em vez da obsessão com o temperamento desportivo, o XC60 é acima de tudo muito confortável.

Uma palavra que se usa para a suspensão, assim que se pisam estradas estragadas, mas também se pode usar para o pouco esforço exigido pelos comandos, seja a direção, leve e consistente; seja a caixa de velocidades automática, com passagens suaves e no tempo certo.

B: o “mild-Hybrid”

A novidade desta versão B5 está na electrificação do motor Diesel através de um sistema “mild-hybrid” de 48V que inclui uma máquina elétrica de 14 cv capaz de auxiliar o motor a gasóleo com um suplemento do 40 Nm.

Depois regenera energia através de um sistema de travagem “by-wire” que armazena numa bateria de iões de Lítio.

O motor a gasóleo debita 235 cv e 480 Nm, mas ajudado pelo elétrico totalizam 249 cv e 520 Nm. Além deste B5 também há um B4 Diesel de 211 cv e um B5 a gasolina.

A parte boa é que, ao contrário do que acontece em muitos modelos deste tipo, a intervenção da parte elétrica é fácil de perceber.

Um semi-híbrido que funciona

Em cidade ou em estrada, a resposta ao acelerador é imediata e mais rápida, mais pronta do que em motores Diesel desta capacidade e potência, sem hibridização. Sobretudo agora, que esses motores passaram a estar mais lentos no arranque, para conseguirem cumprir as normas anti poluição WLTP.

O motor não tem tempo de resposta a baixo regime e guarda-se para dar o seu melhor quando atinge o regime de binário máximo. A utilização é muito suave e progressiva, ganhando uma força apreciável nos regimes intermédios que lhe permite recuperações muito decididas.

A aceleração 0-100 km/h demora 7,1 segundos o que é bom para um carro que pesa 1950 kg.

Redução nos consumos

O XC60 B5 tem prestações boas, pouco ruído Diesel e consumos que, em ciclo misto, marcaram 7,4 l/100 km neste teste, sem cuidados especiais com o acelerador. A Volvo anuncia uma redução de 15% nos consumos, para estas versões “B”.

O sistema de infotainment não fornece nenhuma indicação da intervenção da parte elétrica na cadeia motriz, o que talvez deixe desiludidos os condutores que gostam deste tipo de “info-entretenimento”.

Mas isso é apenas um sinal de que não se exige nenhum cuidado especial à condução. Não é preciso “saber” conduzir um híbrido para tirar o melhor do XC60 B5.

Mesmo sabendo que o acerto de suspensão não é desportivo, a verdade é que, levando o XC60 B5 para estradas secundárias com curvas exigentes, a dinâmica cumpre muito bem.

Dinâmica competente

A subviragem nunca é excessiva, nem precoce e a aderência lateral é suficiente para manter os pneus dentro da trajetória sem problema.

A tração às quatro rodas é eficiente, mantendo sempre uma atitude entre o subvirador leve e o neutro. Em pisos escorregadios, chega mesmo a fazer rodar um pouco a traseira, para ajudar a descrever as curvas.

Não é carro que entusiasme quando se acelera o ritmo, mas cumpre muito bem tudo aquilo que se pode esperar de um SUV destas dimensões.

A experiência de condução acaba por agradar pela maneira eficiente como o carro passa a potência à estrada, pelo conforto, pelo bom controlo dos movimentos da carroçaria e pela facilidade e confiança que transmite a todo o momento.

Conclusão

Estando fortemente implicada na eletrificação dos seus modelos, a Volvo não perdeu tempo a colocar no mercado as primeiras versões “mild-hybrid”, que vão ser a norma em todas as motorizações no futuro próximo.

E consegue progressos claros, tanto ao nível do consumo como da condução. No XC60 B5 é a prova também de que o Diesel não está morto e que se cotinua a adaptar muito bem a SUV médios, mais ainda com a companhia de um sistema “mild-hybrid”.

Potência: 249 cv
Preço: 65 030 euros
Veredicto: 4,5 (0 a 5)

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